“Aqui eu vendo, administro, fecho o caixa e limpo a loja”, conta Denise. Ela deixou de ser professora para apostar no neg�cio pr�prio e espera por uma recupera��o da economia j� no segundo semestre desse ano, o que vai lhes permitir manter o tamanho da microempresa familiar. “Estamos otimistas. Meu irm�o tem ampla experi�ncia na �rea e n�s amamos o nosso neg�cio”, revela Denise.
A PinguimBrasil, com�rcio especializado em sorvetes artesanais, exige, da mesma forma, esfor�o redobrado do dono do pequeno neg�cio, Marco Antonio Junqueira para ir as compras, produzir todo o card�pio da sobremesa gelada, administrar o caixa e atender no balc�o, com o aux�lio de dois vendedores. S�o multitarefas di�rias que ela n�o faz ideia por quanto vai abarcar. “N�o h� como contratar enquanto a economia n�o melhorar e nem existe demanda que justifique isso. Minha inten��o foi fazer um investimento franciscano (em refer�ncia ao novo neg�cio da sorveteria”, conta o empreendedor, que viveu recentemente a dura realidade de enxugar um neg�cio que n�o se sustentava, para come�ar vida nova com pretens�es iniciais bem menores.
O restaurante que Marco Junqueira conduziu durante tr�s anos em BH chegou a manter 12 empregados, mas acabou abatido pela crise brasileira em dezembro do ano passado, quando ainda tentava manter seis empregos. “Fui cortando o quadro de pessoal at� n�o poder mais para ver se conseguia suprir os efeitos na receita da falta de clientes”, recorda. A nova aposta empreendedora une bom ponto comercial a um produto que tem o dono como respons�vel pela fabrica��o e a qualidade, pre�os acess�veis a uma vasta clientela, de baixa � alta renda e Junqueira � frente de todas as �reas da empresa.
Para o contador Edvar Campos, al�m da crise e da dose alta da carga tribut�ria que for�am a redu��o do porte dos empreendimentos h� outro desafio que o dono do neg�cio pr�prio muitas vezes n�o consegue vencer: um sistema burocr�tico de emiss�o de documentos fiscais. Isso explica, segundo Edvar Campos, o fato de boa parte dos empreendedores que recebe no escrit�rio n�o conseguir manter as obriga��es fiscais em dia. “A burocracia e a infla��o s�o dois tributos pesad�ssimos que temos hoje no pa�s. Se n�o houver uma mudan�a dr�stica na economia, essa perda de faturamento e a diminui��o das empresas v�o continuar”, afirma Campos.