Os novos paradigmas que est�o regendo as rela��es entre empresas e seus colaboradores mostram o quanto � fundamental entender a import�ncia do capital humano como vantagem competitiva para que as organiza��es sejam bem-sucedidas. Segundo especialistas, valorizar a equipe representa um s�lido alicerce para melhorar as pr�ticas administrativas voltadas ao desenvolvimento do potencial criativo que eleva a competitividade das empresas nos cen�rios atuais e futuros. Por isso, funcion�rios das grandes empresas campe�s no ranking da GPTW apontam que esses locais conseguiriam, com sucesso, equilibrar as exig�ncias profissionais com o lado pessoal de cada colaborador.
Os benef�cios v�o muito al�m do financeiro, como aponta Aline Raquel Moreira, de 32 anos. Desde 2007 como funcion�ria do Centro Universit�rio UNA, ela conta que come�ou como estagi�ria e, com promo��es, se tornou l�der administrativa. Atualmente gr�vida, Aline Raquel diz que vai trabalhar “com brilho nos olhos”. A UNA ficou em segundo lugar no ranking das Melhores Empresas para Trabalhar em Minas, com mais de 1 mil funcion�rios. “Al�m de bolsas de estudos que colaboram com o nosso conhecimento, a equipe � engajada, tem um bom clima e, no momento em que disse que estava gr�vida, me acolheram muito bem”, orgulha-se Aline.
Ela relata que, depois da gravidez, pretende fazer mestrado na UNA e ter� 50% de desconto na mensalidade do curso. “� uma empresa transparente com todos que aqui trabalham. Sinceramente, me sinto em casa.” Aline destaca que a organiza��o preserva o talento dos colaboradores, uma vez que, quando h� vagas, � feito, primeiro, um recrutamento interno. “Se o colaborador estiver apto, ele preenche a vaga. Caso contr�rio, a disputa se torna externa”. Para a vice-reitora Carolina Marra, mesmo em momentos dif�ceis como o atual cen�rio econ�mico, h� sempre transpar�ncia. “Nossos valores s�o muito s�lidos e h� a coer�ncia do que se fala com o que se faz”, diz.
Marra concorda que, quando o momento est� favor�vel, � muito mais f�cil tomar decis�es. “Temos um time engajado que se sente respons�vel pela empresa. Criamos o Todo Mundo na UNA que funciona assim: se um funcion�rio indicar uma pessoa, ganha uma milha do conhecimento, que � mais um desconto na mensalidade ou desconto para o filho. Como eles j� t�m desconto, com essa novidade podem at� estudar de gra�a”, ressalta Marra, que diz que viu nesse engajamento a lealdade dos trabalhadores com a institui��o. “Isso � reflexo da nossa transpar�ncia”, afirma.
Uma organiza��o transparente, de acordo com Cynara Bastos, supervisora de carreira do Ibmec, tem valor que vai muito al�m da remunera��o. “Os profissionais hoje valorizam outras coisas al�m do dinheiro. Pagar um estudo do trabalhador � um apoio financeiro, que promove a satisfa��o”, diz. A Anglo American, terceira colocada no ranking, reconhece isso, ressalta Wagner Silva, diretor de recursos humanos da unidade de neg�cios de Min�rio de Ferro Brasil da Anglo American.
“O ano de 2015 foi dif�cil para n�s, com a baixa de pre�os do min�rio. A Anglo American passou por dificuldades e algumas a��es me chamaram a aten��o: houve transpar�ncia, levamos a informa��o a todos e encaramos a crise. Uma coisa importante foi que, apesar de reduzir custos, n�o fizemos grandes mudan�as no nosso programa de participa��o de lucros, com remunera��o de 1,4 sal�rio”, conta. A meta, segundo ele, seriam 2,5 sal�rios, mas como o ano de 2015 foi dif�cil, a empresa deu aos trabalhadores 1,4 vencimentos. “Quando comparamos com o concorrente, muitos decidiram zerar esse benef�cio. O nosso objetivo �, em 2016, chegar a 2,5 sal�rios novamente”, diz.
Esse esfor�o da Anglo American � reconhecido pelo supervisor de topografia da unidade da empresa em Concei��o do Mato Dentro, Wellington Silveira. Ele conta que, mesmo no momento dif�cil da minera��o no pa�s e no mundo, a Anglo manteve a transpar�ncia com os funcion�rios, deixando-os mais seguros e informados. “Vimos o tempo toda a preocupa��o da empresa em manter os nossos benef�cios e compromissos. Al�m disso, ela manteve o respeito com a comunidade. Essas a��es nos trazem mais tranquilidade e um ambiente de trabalho prazeroso”, garante Silveira.
M�DIO PRAZO A felicidade de Tarciana Diniz, de 31, est� no que vai al�m das quest�es financeiras. T�cnica de log�stica do Banco Mercantil do Brasil, ela conta que entrou na institui��o em 2007 como estagi�ria e, nesse tempo, j� recebeu duas promo��es. “Mas n�o � s� isso. Eu tive filho, e quando engravidei, tive licen�a maternidade de seis meses e mais 30 dias de f�rias. Pude curtir minha filha durante sete meses e, o tempo todo, tive suporte e apoio da empresa.”
Ela conta que, al�m do carinho, o Mercantil est� sempre capacitando seus funcion�rios. “H� treinamento online, palestras, entre outras oportunidades. Quando veio a crise, eles nos enviaram um comunicado mostrando o que estava ocorrendo nos casos de demiss�es e nos deixaram tranquilos. Isso n�o tem pre�o”, garante. O Banco Mercantil ficou em quarto lugar no ranking da GPTW e, de acordo com M�rcio Ferreira, gerente de capital humano do Mercantil, essa coloca��o � fruto de um trabalho de m�dio prazo. “Esse reconhecimento n�o acontece da noite para o dia. Temos um trabalho de desenvolvimento de pessoas, fortalecendo l�deres. As regras da empresa s�o bem claras e deixamos bem explicado como elas funcionam, quais s�o os nossos valores e miss�es”, diz.
Reconhecendo que o Mercantil n�o est� imune � crise econ�mica brasileira, Ferreira revela que o banco est� abrindo mais 40 ag�ncias e a m�o de obra interna ser� aproveitada. “Al�m disso, cerca de 180 funcion�rios ser�o contratados”, antecipa.
FA�A A DIFEREN�A
Especialistas enumeram a��es que devem ser priorizadas pelas organiza��es para um bom ambiente de trabalho neste momento de instabilidade:
1) Tenha clareza sobre a situa��o da empresa e uma comunica��o clara com seus trabalhadores.
2)Continue investindo no seu colaborador, caso seja necess�rio uma redu��o de custos, troque, por exemplos, cursos presenciais para os online.
3) Permitir que ele trabalhe um
dia em casa pode reduzir os gastos e trazer satisfa��o
para o funcion�rio.
4) Se n�o for poss�vel aumentos salariais, ofere�a flexibilidade
de hor�rios.
5) Conhe�a os funcion�rios
e seus anseios.
Fontes: Cynara Bastos, supervisora de carreiras do Ibmec; Haroldo Santos,analista do Sebrae; Roseluci Mafia, professora do MBA Executivo e consultora organizacional na �rea de pessoas do Ibmec