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Estado de Minas

Novo presidente diz que quer "fortalecer a Usiminas"

Gerar resultados � a principal meta da nova diretoria da sider�rgica mineira


postado em 08/07/2016 06:00 / atualizado em 08/07/2016 07:46

Sérgio Leite:
S�rgio Leite: "H� coopera��o total e engajamento dos funcion�rios. N�o temos alternativa. Aqui dentro, s�o todos Usiminas" (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Sob fogo cruzado, com o acirramento do conflito entre os principais acionistas da Usiminas – o grupo japon�s Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation e a �talo-argentina Ternium/Techint –, o novo presidente da sider�rgica mineira, o engenheiro metalurgista S�rgio Leite, tenta blindar sua gest�o, que completou ontem 44 dias, e o clima entre os empregados nas �reas operacionais e administrativa. “Aqui dentro, s�o todos Usiminas”, tem repetido o executivo, empenhado mais de 12 horas por dia na conclus�o do programa de reestrutura��o financeira em curso e em novos ajustes de custos e receitas. Desde a elei��o dele, em 25 de maio, questionada na Justi�a pela Nippon, o executivo partiu para a a��o, mobilizando as equipes, de assessores pr�ximos a operadores do ch�o de f�brica, em busca de solu��es para melhorar a performance da sider�rgica. Nesta semana, a Nippon sugeriu, por meio de informe publicit�rio publicado em jornais, que S�rgio Leite estaria agindo “sob a orienta��o da Ternium”, o que ele rebateu em nota. “Respeito a posi��o dos acionistas. Agora, recebi do Conselho de Administra��o, �rg�o m�ximo da empresa, a miss�o de liderar a equipe para buscar resultados. Meu papel � fortalecer a Usiminas como ela � hoje”, diz o presidente da sider�rgica, nesta entrevista ao Estado de Minas. Depois de pedir apoio aos s�cios argentinos, num encontro em Buenos Aires, no fim do m�s passado, S�rgio Leite se reunir� nos dias 19 e 20 no Jap�o com a dire��o da Nippon, da Sumitomo e da Metal One. A pr�xima parada ser� j� para tentar mostrar ganhos de caixa e redu��o de custos. Veja os principais trechos da entrevista.

 

� PROCURA DE APOIO Logo que assumi, fiz reuni�es com todos os p�blicos da empresa e as comunidades em torno das f�bricas, al�m dos representantes no Brasil dos s�cios, com quem tenho uma rela��o de d�cadas. Pedi o apoio deles e a principal mensagem que eu transmiti � de que precisamos voltar a sonhar. A Usiminas � fruto de um sonho de construir em Minas Gerais uma grande usina sider�rgica. N�o falo mais de crise e de problemas, eu busco caminhos, projetos e solu��es e onde vou tenho pedido apoio para que possamos reerguer a Usiminas. A empresa vem de uma situa��o delicada, que � p�blica, est� nos nossos balan�os. O foco � a revitaliza��o. No fim do m�s passado, estive com a dire��o do grupo Techint, em Buenos Aires, e tenho encontro marcado nos dias 19 e 20, no Jap�o, com a alta dire��o da Nippon Steel, da Sumitomo, que � s�cia na Minera��o Usiminas, e com a Metal One, do grupo Mitsubishi, que � s�cia na Solu��es Usiminas.

OS PROBLEMAS Se n�s observamos o balan�o da Usiminas referente ao per�odo terminado em 31 de mar�o, vamos perceber que a empresa ainda tem dois grandes problemas. O primeiro � a falta de liquidez, com um caixa totalmente inadequado ao porte da companhia e o segundo � que a companhia n�o vinha gerando resultado (o Ebitda – lucro antes de juros, impostos, amortiza��o e deprecia��es – caiu 86,4% no primeiro trimestre de 2016, para R$ 51,6 milh�es). A dificuldade de liquidez est� sendo atacada desde mar�o, mediante a renegocia��o da d�vida com os bancos e o aumento de capital de R$ 1 bilh�o. A capitaliza��o, praticamente conclu�da, ser� levada para aprova��o em Assembleia Geral Extraordin�ria dia 19.

CORTE DE PESSOAL E REORGANIZA��O INTERNA Gerar resultados � a principal meta. Trabalhamos intensamente nisso e criamos o que chamamos de grupo dos 10, formado por profissionais experientes e de elevada compet�ncia de todas as �reas da empresa que assessora a diretoria. O grupo � formado por funcion�rios de carreira, os expatriados da Nippon e da Ternium trabalhando de forma coesa e integrada. Eles nos apresentam propostas para melhorar os resultados. Entre cinco linhas de a��o aprovadas, j� havia sido mudado o modelo de trabalho na unidade de Cubat�o (SP), que passou por um forte ajuste e nosso projeto agora � que a unidade comece a se tornar sustent�vel ainda neste ano. O segundo projeto � a otimiza��o e redu��o de custos da usina de Ipatinga, que tem potencial de maior gera��o de resultados, est� no estado da arte em tecnologia no mundo e precisa voltar a ser refer�ncia no Brasil. Um terceiro programa visa � reestrutura��o organizacional da empresa. Temos de reduzir o n�mero de posi��es gerenciais para adaptar a Usiminas � realidade dos neg�cios. Essa estrutura, hoje, existe para gerir uma capacidade de produ��o de 9 milh�es e meio de toneladas por ano e o ritmo da companhia � inferior a 4 milh�es de toneladas anuais. Ser� uma redu��o da ordem de 20% a 30% da folha de pagamentos dos n�veis gerenciais. Por �ltimo, estamos revendo todos contratos com nossos fornecedores para verificar como podemos obter ganhos. Do lado da receita, em primeiro de junho elevamos o pre�o do a�o em 10% para a rede de distribui��o e agora estamos negociando o reajuste com os clientes da ind�stria de transforma��o. Os contratos com a ind�stria automotiva s�o anuais.


O CONFLITO ENTRE S ACIONISTAS Dentro da empresa temos profissionais da Usiminas que s�o expatriados da Nippon Steel e da Ternium e que trabalham em harmonia, engajados no projeto de reerguer a empresa. H� coopera��o total e engajamento dos funcion�rios. N�o temos alternativa. Aqui dentro, s�o todos Usiminas. Evidentemente que todo esse clima existente externo � empresa pode causar preocupa��o em maior ou menor grau entre os funcion�rios. No entanto, eles percebem que n�s estamos avan�ando nos objetivos. Trabalhamos uma esp�cie de blindagem frente a essa disputa dos s�cios. Primeiramente, respeito cem por cento dos nossos acionistas e tenho com os dois s�cios controladores uma rela��o de d�cadas. Farei tudo o que puder para que se encontre uma solu��o que seja a melhor para a Usiminas e para a Nippon e a Techint. Se for o desejo deles, posso ser um facilitador. Respeito a posi��o dos acionistas (a Nippon questiona a elei��o dele, com a tese de que a escolha contraria o acordo de acionistas e a Lei das S/A por n�o ter havido consenso em torno do seu nome para substituir o presidente anterior, R�mel Erwin de Souza). Agora, recebi do Conselho de Administra��o da empresa, �rg�o m�ximo, a miss�o de liderar a equipe para buscar resultados. Meu papel � fortalecer a Usiminas como ela � hoje.


REESTRUTURA��O FINANCEIRA Conclu�mos a renegocia��o da d�vida da empresa iniciada em mar�o (de R$ 7,5 bilh�es ao todo, com vencimentos at� 2018) com os bancos brasileiros – Ita� Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e BNDES. Agora estamos no processo de prepara��o dos documentos relativos � opera��o. Renegociamos 75% da d�vida, em condi��es que permitir�o � Usiminas honrar seus compromissos com 10 anos de prazo para pagamento, sendo tr�s anos de car�ncia. Os outros 25% se referem a compromissos com o banco japon�s JBIC e aos bonds (t�tulos de cr�dito) lan�ados em 2008 pela companhia. Esta �ltima etapa, conforme j� previsto em cronograma anterior, dever� ser conclu�da nas pr�ximas semanas.

REA��O DA ECONOMIA No nosso planejamento de vendas e opera��es, temos uma vis�o muito precisa dos pr�ximos quatro meses. Podemos afirmar que a demanda parou de cair, depois de quase um ano e meio a dois de quedas sucessivas, e j� h� sinais t�nues de uma prov�vel recupera��o a partir do in�cio do ano que vem.


 


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