
A nova toada da confian�a segue para o pr�ximo teste, com a vota��o do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, para confirmar ou n�o no poder o presidente interino Michel Temer e as equipes dos minist�rios da Fazenda e do Planejamento, al�m do Banco Central, que explicam boa parte dessas primeiras apostas numa recupera��o efetiva em 2017. �ltimo segmento a se dobrar � onda mais confiante, o com�rcio j� trabalha com �ndices de desempenho melhores para os pr�ximos meses, observa o economista F�bio Bentes, da Confedera��o Nacional de Bens, Servi�os e Turismo (CNC).
“Observamos menor grau de pessimismo no setor, mas a estrada � longa e h� muita �gua ainda para passar debaixo da ponte”, afirma Bentes. Embora as vendas n�o tenham sa�do do campo negativo, o �ndice de Confian�a do Com�rcio (Icom) medido pela Funda��o Getulio Vargas, que foi divulgado na quarta-feira, subiu 1,2 ponto em julho gra�as � maior satisfa��o com o volume da demanda atual do setor. Foi o melhor resultado dos �ltimos 12 meses. Na mesma dire��o, o �ndice de Confian�a do Empres�rio do Com�rcio (Icec), apurado pela CNC, atingiu neste m�s o n�vel mais alto, de 87 pontos, do per�odo de um ano e tr�s meses.
Na consulta aos empres�rios, a CNC constatou que 70,8% deles confiam que a economia vai melhorar nos pr�ximos meses, percentual que superou os 62% registrados em junho e os 54,9% verificados em maio. Fator determinante para que a expectativa se confirme, o comportamento dos pre�os d� indica��o de f�lego menor. O �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da infla��o apurado pelo IBGE, recuou em janeiro de 10,71%, medido nos �ltimos 12 meses, para 8,84% em junho. Bentes destaca que o custo de vida dever� encerrar 2016 com varia��o na casa de 7% e estacionar em 5% no ano que vem.
“N�o se trata da infla��o dos sonhos, mas � muito melhor que os 10,67% que o pa�s registrou no ano passado”, afirma o economista. A outra vari�vel fundamental � o cr�dito. Afinal, as atividades do setor que mais t�m apanhado da crise nas vendas – o com�rcio automotivo, as revendas de material de constru��o e as redes de mobili�rio –, dependem de financiamento ao consumidor. Bom sinal � que a taxa de inadimpl�ncia caiu no cr�dito livre, aquele tomado direto nos bancos. O Banco Central informou na semana passada que o calote entre as pessoas f�sicas desceu de 6,3% em maio para 6,1% em junho.
Por tr�s do comportamento dos empres�rios do com�rcio, do setor de presta��o de servi�os e da ind�stria, as expectativas est�o movidas pela esperan�a numa mudan�a de governo e da equipe econ�mica. Com esse pano de fundo, o economista S�rgio Xavier, da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), diz que os indicadores pesquisados pela entidade mostram pessimismo menor e quedas menos intensas dos �ndices de desempenho da atividade. “Esses ind�cios de melhora sugerem que a gente esteja se aproximando de uma estabiliza��o. A esperan�a � que ela v� se tornar, posteriormente, um crescimento efetivo”, afirma.
Crescimento Depois de meses de contra��o, os dados do IBGE relativos � produ��o industrial em Minas Gerais apontaram em maio, frente a id�ntico m�s do ano passado, crescimento de 9,7% nas f�bricas de alimentos; de 22% nas de bebidas; 1,4% em plantas industriais do setor t�xtil; de 0,7% da produ��o de celulose e papel e de 9,5% de alguns produtos qu�micos. Sinais de rea��o t�m sido discutidos tamb�m na ind�stria da constru��o civil, segmento que costuma antecipar tend�ncias.
De acordo com o Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), nos �ltimos tr�s meses at� maio as vendas de im�veis novos em Belo Horizonte e Nova Lima v�m superando o volume de lan�amentos. O fen�meno reflete as melhores expectativas em rela��o � economia, avalia Evandro Veiga Negr�o de Lima J�nior, vice-presidente da institui��o.
SOBRE O CRESCIMENTO
¦ O Fundo Monet�rio Internacional (FMI) alterou suas proje��es de retra��o da economia brasileira, que eram de 3,8% em abril, para 3,3%, no �ltimo dia 19. Para o ano que vem, passou a admitir expans�o de 0,5%, em lugar da estagna��o que previu anteriormente. As previs�es melhoraram pela primeira vez desde julho de 2012.
¦ Os analistas de bancos e corretoras ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus tamb�m mudaram suas apostas. Na rodada divulgada semana pasada, elevaram a queda projetada para 2016 de 3,25% para 3,27%, mas, ainda assim, trata-se de previs�o inferior ao percentual de 3,88% de maio.
SOBRE A PRODU��O
¦ No Brasil, a ind�stria n�o registra queda desde fevereiro, na compara��o com o m�s imediatamente anterior. A produ��o nacional cresceu, em m�dia, 1,4% em mar�o; 0,1% em abril e ficou est�vel em maio.
¦ Em Minas Gerais, a Fiemg apurou
no acumulado deste ano intensidade menor da queda do faturamento do setor, embora os n�meros dos indicadores pesquisados pela institui��o estejam, ainda, no
campo vermelho.
SOBRE A INFLA��O
¦ Medido nos �ltimos 12 meses, o IPCA saiu de 10,71% em janeiro para 10,36% em fevereiro; 9,39% em mar�o; 9,28% em abril, voltando a subir em maio para 9,32%, mas recuando de novo a 8,84% em junho. De maio para junho, o �ndice passou de 0,78% para 0,35%. Dos nove grupos de produtos que comp�em o �ndice oficial do custo de vida no pa�s, sete encareceram menos de abril para maio, incluindo alimenta��o e bebidas, de 0,78% para 0,71%; e habita��o, de 1,79% para 0,63%.
SOBRE AS EXPECTATIVAS
¦ A Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) apurou que os empres�rios est�o mais otimistas, principalmente em rela��o � demanda por seus produtos. Por meio de sondagem junto a seus associados, a institui��o verificou que esse �ndice subiu de 47,8 pontos em abril para 51 pontos em maio. Quando a pontua��o passa de 50 significa expectativa de aumento para os meses seguintes.
SOBRE A CONFIAN�A
¦ Indicando avalia��o positiva tanto nas condi��es atuais quanto nas expectativas, o �ndice de Confian�a da Ind�stria (ICI), medido pela Funda��o Getulio Vargas, sinalizou alta de 3,5 pontos entre junho e julho, para 86,9 pontos. O resultado foi verificado na Sondagem da Ind�stria de Transforma��o e, uma vez confirmado, consistir� na quinta eleva��o do indicador.
SOBRE A INADIMPL�NCIA
¦ O n�mero total de consumidores inadimplentes diminuiu em 1,3 milh�o de abril para maio, segundo pesquisa da empresa de servi�os financeiros Serasa Experian. Foi a primeira queda desde dezembro de 2014.