
Enquanto atletas e apaixonados por esportes se preparam para as disputas e para acompanhar o jogo de prefer�ncia, comerciantes - calejados com a crise econ�mica brasileira - j� est�o comemorando vit�rias e carregando suas medalhas com sabor de a�a�, tapioca, bolo de pote, entre outras del�cias. As guloseimas viraram atrativos para atletas e turistas estrangeiros que est�o em Belo Horizonte, onde h� sete delega��es ol�mpicas e onde haver� 10 jogos das Olimp�adas. Em busca de “novos” sabores, os visitantes trouxeram o al�vio financeiro que a retra��o na economia tirou desses setores. Assim, o lucro ol�mpico gerou aumento de at� 40% no movimento em alguns estabelecimentos. A rede hoteleira teve alta de 13% no movimento em rela��o ao ano passado.
At� o fim deste m�s, o Mineir�o ser� palco de 10 jogos, e a expectativa � de que a cidade receba 100 mil visitantes, o que pode virar o jogo no setor aliment�cio. “Melhorou bastante, ficamos at� mais animados”, diverte-se Israel Mendes, um dos s�cios da Sorveteria Almeida, no Bairro de Lourdes. A poucos metros do Hotel Mercure, onde est�o hospedadas as delega��es de Fran�a, Estados Unidos e Gr�-Bretanha, a sorveteria virou atrativo das atletas norte-americanas, conforme conta Israel. “Elas chegam aqui em grupo de at� seis pessoas e s� pedem a�a�”, diz. Por l�, 300ml do creme custam R$ 9 e, segundo o s�cio, as novas clientes geralmente acrescentam castanhas e at� marshmallow, o que custa R$ 11 pelo acr�scimo. “Elas veem aqui todos os dias e pagam com cart�o de d�bito”, conta.
Segundo ele, a crise econ�mica trouxe uma queda brusca no movimento da sorveteria e, nos �ltimos dias, o inverno virou outro empecilho. “Mas as atletas nos salvaram e estou at� pensando em contratar mais um funcion�rio, porque tem dias que esses estrangeiros chegam em grupos grandes, e tem ainda os clientes tradicionais”, anima-se. A sorveteria � um dos �nicos estabelecimentos ao redor do hotel que tem o que comemorar. O Caf� e Cana, por exemplo, que fica em frente ao Mercure e onde s�o vendidos produtos t�picos de Minas, como a cacha�a, n�o recebeu nenhum estrangeiro . Na tradicional Vila �rabe, tamb�m pr�ximo dali, os atletas tamb�m n�o apareceram. “� porque o a�a� � um alimento que traz energia, al�m de ser novidade para eles”, justifica Israel Mendes.

Mas a regra n�o vale tanto assim. Prova disso � que, no Bairro S�o Lu�s, na Pampulha, que tamb�m recebe as delega��es ol�mpicas e est� bem pr�ximo ao Mineir�o, as guloseimas da Panificadora Sabor de P�o j� ca�ram no gosto dos atletas e visitantes de outros pa�ses. De acordo com o dono do estabelecimento, Reginaldo Garcia de Oliveira, apesar de o movimento ter sido bem intenso na Copa do Mundo, na Olimp�ada j� houve um aumento de 10% no fluxo da clientela. “H� pessoas de v�rias nacionalidades que compram aqui, al�m dos esportistas.” Com o aumento na clientela, o estabelecimento j� prepara novidades no card�pio para agradar ao novo p�blico. Al�m disso, segundo Reginaldo, foi preciso contratar mais dois funcion�rios para dar conta da demanda. “O grande problema � no dia do jogo no Mineir�o, uma vez que o tr�fego de ve�culos fica proibido nas ruas da regi�o. Assim, perco minha clientela tradicional, mas ganho com os estrangeiros, o que equilibra a conta”, diz.
Segundo a gerente da padaria Franciele Evangelista de Oliveira, os produtos mais procurados por eles s�o as tapiocas, os bolos de potes, rocambole e outros doces que levam chocolate, como o pav�. “Acho que � novidade para eles e, por isso, eles gostam tanto”, conta.
BARES A Associa��o de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima aumento de, aproximadamente, 15% no n�mero de clientes neste per�odo ol�mpico na capital. Por�m, a alta, de acordo com a entidade, ser� privil�gio de estabelecimentos localizados em �reas tur�sticas como a Pampulha e a Savassi, e aqueles com card�pio e tema mineiro. Segundo a Abrasel, alguns associados est�o investindo em a��es para garantir um bom espet�culo aos que escolheram assistir aos jogos nos estabelecimentos gastron�micos da capital.
Rede hoteleira festeja alta de 13%
A onda ol�mpica que invade Belo Horizonte tamb�m trouxe boas-novas para a rede hoteleira, de acordo com a presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is de Minas Gerais (ABIH-MG), Patr�cia Coutinho. “Podemos dizer que est� satisfat�rio. Em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado, tivemos aumento de 13% na taxa de ocupa��o da rede”, afirma, acrescentando que, apesar da alta, a m�dia das di�rias est� menor, chegando em torno de R$ 200. “A diferen�a entre a Copa do Mundo e a Olimp�ada para os hot�is � que no Mundial de futebol tudo era voltado para os turistas que vinham para o evento. Agora, h� uma abertura maior, ent�o, al�m dos visitantes para os Jogos, h� os que est�o vindo por causa de outros eventos. E isso � muito bom”, avalia. Atualmente, a taxa de ocupa��o da rede hoteleira est� em 59%. “Esperamos que as pessoas do interior venham para c� e assistam aos jogos”, diz Coutinho.
BELEZA A tarde de ontem foi, no m�nimo, divertida para as funcion�rias do Sal�o Socila, na Pampulha. Tr�s atletas do Reino Unido garantiram a alegria das esteticistas. Fizeram unha, sobrancelha e depila��o no sal�o, e, de acordo com a propriet�ria do espa�o, Ana Cristina Gusm�o, n�o foi a primeira vez que uma esportista ol�mpica virou cliente. “Esta semana, uma outra j� tinha vindo. Mas desta vez, vieram tr�s e fizemos quest�o de fazer foto com elas”, revela, orgulhosa da fotografia. O sal�o est� localizado pr�ximo a hot�is da Pampulha onde est�o hospedados v�rios atletas de diversos pa�ses. “A �nica coisa que as estrangeiras acharam diferente no sal�o foi a forma como fazemos a sobrancelha, porque l� elas a depilam e, aqui, usamos linha eg�pcia e pin�a”, contou Carolina Marchezini, uma das funcion�rias . Ela � uma das �nicas a falar ingl�s, o que favoreceu o atendimento.