
Bras�lia –Todo cuidado � pouco para o consumidor que pensa em assumir compromisso de longo prazo no cen�rio complexo da economia brasileira. A l�gica n�o � diferente em rela��o aos planos de cons�rcio. Por mais atrativo que seja concorrer a um sorteio de ve�culo, im�vel, eletrodom�stico e at� de servi�os, e ser premiado antes do fim do contrato – que pode durar at� seis anos, se o objeto for um autom�vel – � imprescind�vel avaliar as condi��es do or�amento e colocar os gastos com as mensalidades na ponta do l�pis. Seja em casos de exclus�o por motivo de inadimpl�ncia, seja por cancelamento, os valores pagos s� ser�o restitu�dos ao t�rmino do grupo ou no momento em que o consorciado for contemplado.
A compara��o entre financiamento e cons�rcio � sempre pertinente. Levando-se em considera��o toda a an�lise financeira, o cons�rcio pode ser at� op��o melhor, pondera o diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econ�micas da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as e Administra��o e Contabilidade (Anefac), Miguel Jos� Ribeiro de Oliveira. “� mais barato que o financiamento, at� porque os juros s�o altos. Entretanto, o consumidor tem que saber que pode levar tempo at� que seja sorteado”, alerta. No cons�rcio, � cobrada uma taxa de administra��o m�dia de 16% durante a vig�ncia do contrato.
O cen�rio econ�mico, no entanto, � preocupante, ressalta Ribeiro. “O desemprego subiu e a infla��o continua alta. No atual ambiente, o consorciado corre o risco de n�o dar sequ�ncia ao plano. Se ele realmente tiver uma situa��o profissional que garanta estabilidade, em caso do servi�o p�blico, ou sinta seguran�a para se manter no emprego, o cons�rcio pode ser a melhor alternativa por ser mais barato”, avalia. A an�lise, entretanto, n�o � consensual entre especialistas.
Na opini�o do presidente da Associa��o Nacional de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, o cons�rcio � uma boa forma de comprar um bem ou usufruir de servi�os, mas para pessoas que n�o t�m disciplina e organiza��o financeira. “O grupo nada mais � do que maneira de terceirizar a administra��o do dinheiro. A administradora recebe as presta��es e gerencia o dinheiro dos integrantes do grupo, mas, em contrapartida, cobra as taxas de administra��o”, destaca.
O presidente da Associa��o Brasileira de Administradoras de Cons�rcios (Abac), Alexandre Luiz dos Santos, discorda de que o cons�rcio se aplique a quem n�o tenha disciplina financeira. “� quem n�o tem disciplina para fazer uma poupan�a. O cons�rcio ajuda. � assegurar que n�o haja falta de foco. Uma hora ou outra o consumidor ter� o bem”, diz. Ele refor�a que as presta��es de um cons�rcio s�o acess�veis e n�o incidem juros, sendo um bom ativo. “O cons�rcio n�o � uma d�vida, e, sim, um investimento”, pontua.
Quem acaba desistindo do cons�rcio no meio do caminho tamb�m est� sujeito a enfrentar problemas. A devolu��o do dinheiro pago pode demorar ou ocorrer quando o prazo do grupo chegar ao fim. � poss�vel amenizar as dores de cabe�a no mercado de cons�rcios. E o caminho para isso � at� simples, segundo Rosemira Azeredo, especialista em cons�rcio do escrit�rio Nelson Williams Advogados Associados. “� fundamental ler as regras presentes nos contratos e verificar o n�mero de reclama��es que a admnistradora tem no Banco Central (BC), �rg�o respons�vel pelo controle do mercado”, recomenda. A advogada ainda aconselha os consumidores a registrarem reclama��es no site da autoridade monet�ria.