Com a crise econ�mica e fechamento dos postos de trabalhos, muitos brasileiros t�m recorrido a outras alternativas para garantir a renda. E nesse cen�rio, as chamadas microfranquias ganharam espa�o nas comunidades com menor poder aquisitivo.
H� 15 anos, o vendedor Jorge Lu�s Linhares Madeira faz publicidade em carro de som na Rocinha, zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Depois de participar de um semin�rio, realizado na comunidade, ele se interessou pelo ramo da franquia.
“Eu n�o sabia que franquia era tamb�m para pequenos empreendedores, pensava que era coisa s� de empresa grande”, disse.
Jorge Madeira fez treinamento durante uma semana em S�o Paulo e montou uma franquia no setor de propaganda em sociedade com um amigo, que colocou o investimento inicial de R$ 15 mil. A empresa j� conquistou dez clientes. Jorge � dono de 40% do neg�cio, que funciona na pr�pria comunidade.
O professor de hist�ria Higor Ant�nio da Silva abriu o mesmo neg�cio na comunidade da Mar�, onde mora e d� aulas em cursos vestibulares, e espera crescer nos pr�ximos dois anos. Ele j� tem 44 clientes, com contrato de um ano de servi�os. A meta � chegar at� o final do ano com 80 clientes.
“� na crise que voc� faz a diferen�a. Sou uma pessoa corajosa. Comecei a colocar coisas em a��o, estou experimentando coisas novas. Reconhe�o a crise que est� acontecendo no nosso pa�s, mas perdi o medo. Estou contente com os resultados e com a expectativa tamb�m”, disse, que planeja alcan�ar faturamento de R$ 150 mil por ano.
A caracter�stica desse modelo de neg�cio � investimento inicial pequeno, de at� R$ 80 mil, e menos riscos para o interessado.
“A oportunidade de desenvolver neg�cios em franquia trabalhando em casa ou mesmo abrindo neg�cio dentro da comunidade ganha for�a. Porque, independente do formato do neg�cio ou at� da pr�pria rede, o consumidor interpreta o sistema de franquia como uma grande empresa”, disse o diretor de Intelig�ncia de Mercado da Associa��o Brasileira de Franchising (ABF), Claudio Tieghi.
Desempenho
Segundo Tieghi, as franquias em munic�pios menores ou bairros mais distantes se apresentam em lojas mais compactas ou unidades que oferecem um 'mix' de produtos, como os food trucks (caminh�o de comida).
Conforme dados da associa��o, as franquias cresceram de 36,6%, em 2015, para 40% este ano em termos de presen�a nos munic�pios.
Pesquisa divulgada pela Associa��o Brasileira de Franchising (ABF) mostra que a receita do setor subiu 8,1% (sem a infla��o) no segundo trimestre deste ano, em compara��o ao mesmo per�odo do ano passado, alta de R$ 32,5 bilh�es para R$ 35,1 bilh�es.
As proje��es para 2016 s�o faturamento maior entre 7% e 9%, com expans�o em termos de unidades de 4% a 6%. Claudio Tieghi disse que o segundo trimestre funciona como um sinalizador de como ser� o ano. “Eu diria que o 'franchising' passou na prova no segundo trimestre encerrado e a gente tem perspectivas mais positivas no sentido de que ficaremos dentro do previsto em 2016”, disse.