
No primeiro semestre, segundo dados da Superintend�ncia de Seguros Privados (Susep), a modalidade conhecida como seguro de presta��es ou prestamista deu um salto no volume das indeniza��es: o percentual cresceu 23%, totalizando mais de R$ 663 milh�es. O principal motivo dos resgates foi a perda involunt�ria do emprego.
O mercado desse seguro de pequeno porte � pr�spero, movimentou R$ 3,7 bilh�es no primeiro semestre e tem despertado o interesse de bancos e seguradoras. A carteira que vem garantindo clientela farta pode ajudar as fam�lias em momento de aperto com as presta��es, mas, ao mesmo tempo, � preciso aten��o, porque as cl�usulas de exclus�o podem ser muito desfavor�veis ao consumidor. O crescimento da modalidade tamb�m exp�e um ponto cr�tico do segmento: a informa��o que nem sempre atinge o benefici�rio. Muitos acabam aderindo ao produto, mas n�o sabem ao certo como podem de fato us�-lo.
Para o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, ao vender o produto n�o basta que os bancos ou redes de lojas entreguem uma ap�lice de extensa leitura, com letras mi�das, ao consumidor. Tamb�m n�o vale empurrar o produto na fatura, sem antes consultar o cliente. “Os vendedores do produto devem explicar ao consumidor em quais circunst�ncias ele poder� usar o seguro, quais s�o as car�ncias, qual prazo ele tem para solicitar a indeniza��o, quais documentos vai precisar.” E ainda: “Em uma ap�lice de seguro, muitas vezes, mais importante do que saber o que est� coberto � se informar sobre o que a modalidade n�o cobre”, alerta.

No ano passado, Gilmara Silva, de 21 anos, contratou um seguro prestamista no valor de R$ 7,99 e foi pega pela desinforma��o. Ela conta que aderiu ao produto porque achou a proposta interessante. Na loja de departamento na qual fechou o neg�cio foi explicado que o seguro quitaria sua fatura em caso de desemprego involunt�rio. Quando Gilmara pagava a s�tima presta��o, o inesperado aconteceu e ela foi dispensada da loja onde trabalhava como atendente. “Quando procurei o seguro para pedir a indeniza��o, n�o consegui quitar nenhuma d�vida. Informaram que o produto tinha uma car�ncia de 12 meses. Fiquei decepcionada, paguei a fatura e cancelei o cart�o”, contou.
Regras
Marcelo Barbosa alerta que a informa��o ainda � uma pedra no sapato do segmento. “Esse � um produto que pode ser interessante para o consumidor, mas desde que ele conhe�a de fato as regras.”
O seguro prestamista tamb�m prev� coberturas em casos de morte e invalidez permanente e alguns produtos tamb�m oferecem cobertura em caso de incapacidade tempor�ria. A auxiliar de dentista Eliete Ribeiro, de 34, diz que conhece o produto vendido em lojas de departamento, mas acredita que as regras da opera��o n�o s�o ainda claras para o consumidor.