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Estado de Minas

Conhe�a hist�rias de quem procura emprego em BH

Desemprego recorde de 12% de outubro a dezembro no Brasil aprofunda turbul�ncia que manteve alta desocupa��o em 2016


postado em 01/02/2017 06:00 / atualizado em 01/02/2017 08:08

Aos 19 anos, Nayara Santos Orneles veio para BH em busca de emprego(foto: Tulio Santos/EM)
Aos 19 anos, Nayara Santos Orneles veio para BH em busca de emprego (foto: Tulio Santos/EM)

A recess�o castigou o mercado de trabalho e devastou o emprego no Brasil. Em 2016, a taxa m�dia de desemprego alcan�ou 11,5%, tendo afetado 11,8 milh�es de pessoas, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

Foi resultado recorde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad) Cont�nua. No �ltimo trimestre do ano, o n�vel de desocupa��o avan�ou um pouco mais, chegando a 12% – patamar tamb�m nunca antes registrado e o universo de desempregados alcan�ou 12,34 milh�es de brasileiros.

Para 2017, a perspectiva de economistas ouvidos pelo Estado de Minas � de um cen�rio n�o menos desolador. Analistas acreditam que a situa��o ainda vai piorar antes de apresentar alguma revers�o. E mesmo qualquer mudan�a no quadro n�o surtir� efeito suficiente para absorver boa parte significativa da popula��o desocupada.


Em 2016, n�o houve para onde correr. No mercado formal, 34 milh�es tinham emprego com carteira assinada ao fim do ano. Esse universo representa fechamento de 1,4 milh�o de postos de trabalho formal em rela��o ao mesmo per�odo do ano anterior. N�o sobrou nem para o trabalhador dom�stico. Em um ano, 170 mil dom�sticos ficaram sem emprego. Com as oportunidades escassas, muitos brasileiros decidiram tentar a vida trabalhando por conta pr�pria.

No entanto, quem trabalha de forma aut�noma n�o deixa de encontrar dificuldades. Com tanta oferta de trabalhadores aut�nomos, sem a demanda necess�ria em decorr�ncia da contra��o da economia, o pr�prio excesso da oferta de trabalho expulsou as pessoas desse tipo de ocupa��o. Ao fim do ano passado, eram 22,13 milh�es trabalhando dessa forma, o que representou redu��o de 784 mil pessoas no per�odo de um ano.

A explica��o para o movimento de redu��o do n�mero de trabalhadores por conta pr�pria est� na queda dos sal�rios. Com o natural ajuste do mercado de trabalho e o impacto da alta dos pre�os, os rendimentos m�dios reais – ou seja, j� descontada a infla��o –, recuaram, em m�dia, 2,3% em rela��o a 2015. A renda m�dia habitualmente recebida pelo trabalhador em 2016 foi de R$ 2.029. Entre os aut�nomos, a retra��o foi ainda maior, de 3,5%. Ou seja, os ganhos desabaram, mas a concorr�ncia ainda se manteve forte.

Ang�stia

Alexandre Gomes Gon�alves, de 51 anos, � um dos milh�es de brasileiros em busca de vaga no mercado de trabalho. Em meados de 2015, ele perdeu o emprego na �rea de inform�tica e desde ent�o peregrina � procura de nova oportunidade. Depois de deixar a �rea onde atuou, segundo ele, praticamente a vida toda, migrou para o ramo de venda de ve�culos.

“Mas tive azar, porque logo esse mercado piorou demais”. H� cerca de um ano ele est� desempregado. “Dif�cil � pouco. Est� quase imposs�vel arrumar emprego”, lamenta o vendedor, que � formado em economia, e j� tentou ser motorista e auxiliar administrativo, mas n�o conseguiu coloca��o nessas �reas. “Saio todos os dias, mando curr�culo e continuo buscando uma coloca��o. Quero arrumar qualquer emprego para depois tentar voltar para a �rea de vendas”.

Todo o cen�rio de recess�o trouxe muita decep��o e ang�stia a Ad�o Louren�o Filho, 42 anos. Com a perda do emprego de gari, ao fim de 2015, ele passou a atuar como ajudante de pedreiro para compor a renda familiar com a da aposentadoria de R$ 1,4 mil da mulher, Eurenice Alves Barbosa, 56. O problema � que a diferen�a na renda se tornou gritante. “Meu sal�rio era de R$ 1,5 mil. Hoje, quando muito, tiro entre R$ 250 a R$ 250”, disse.

At� o in�cio do ano passado, ainda recebia R$ 80 com a di�ria de ajudante de pedreiro. Entretanto, com o aumento do desemprego e mais pessoas tentando a vida atuando no mesmo segmento, os valores pagos no mercado informal ca�ram para R$ 50.

Carreira adiada
Nayara Santos Orneles, de 19 anos, veio do Vale do Jequitinhonha para Belo Horizonte em busca de emprego. Ela morava com a fam�lia na zona rural do munic�pio de Comercinho, onde, segundo ela, n�o h� oportunidades e as vagas encontradas, geralmente, s�o de trabalho dom�stico. “E o sal�rio � de mais ou menos R$ 200. Muito pouco para muito trabalho”, diz Nayara, que sonha em ser m�dica- veterin�ria, mas, por enquanto, vai ter que se dedicar apenas � busca por uma coloca��o. “Queria arrumar um emprego em qualquer �rea para pode estudar aqui em Belo Horizonte e fazer faculdade. Mas n�o est� nada f�cil”, afirma a jovem, que faz parte de um dos grupos de pessoas mais afetadas, hoje, pelo desemprego.

 

�rdua disputa
Katiele Binas dos Santos,de 18 anos, participou at� o ano passado de um programa de emprego para jovens estudantes. Desde ent�o, busca nova oportunidade. No ano passado, ela come�ou a enviar curr�culos e frequentar servi�os de oferta de emprego mantidos pelo Estado e pela iniciativa privada. “J� fiz diversas entrevistas, mas nunca fui chamada. Acho que pra gente que � jovem e est� come�ando no mercado � mais dif�cil”, diz Katiele, que tem em seu curr�culo forma��o em diversos cursos profissionalizantes custeados pelo pai. “Meu pai sempre achou que esses cursos iam me ajudar a arrumar um emprego bom”, afirma Katiele, que quer ser psic�loga.

 

Poliglota � espera
Marco Tadeu, de 32 anos, trabalhou durante cinco anos em um navio que fazia cruzeiros mundo afora. Com saudade da terra firme, resolveu abandonar o mar e tentar um emprego em Belo Horizonte, sua cidade natal. Foi pego pelo maior desemprego j� registrado no pa�s. Falando ingl�s, italiano e espanhol, busca vaga na rede hoteleira. Quer ser recepcionista. H� cerca de tr�s meses vive nessa peleja. “Est� muito dif�cil. A gente manda curr�culo, eles chamam para entrevista, mas nada de ser contratado. Mas n�o desisti”, afirma Marco.

 


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