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Estado de Minas

Conhe�a pessoas que dividem carros, roupas, escrit�rios e at� brinquedos

J� disseminada mundo afora, a economia colaborativa ganha espa�o em Belo Horizonte e aponta para um caminho sem volta, em que o meu e o seu passam a ser nosso


postado em 26/02/2017 06:00 / atualizado em 26/02/2017 09:18

Ana Amélia (D) e Paula apostaram no compartilhamento de brinquedos. Já atenderam a mais de 600 clientes em oito meses(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Ana Am�lia (D) e Paula apostaram no compartilhamento de brinquedos. J� atenderam a mais de 600 clientes em oito meses (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Meu, seu, nosso. A tr�ade de pronomes d� a t�nica de uma nova rela��o de consumo, em que o foco n�o � ter produtos, mas atender �s necessidades. A partir dessa perspectiva, o carro, o escrit�rio, brinquedos, roupas, restaurante, tudo pode ser compartilhado. J� disseminada mundo afora, a economia colaborativa ganha espa�o em Belo Horizonte e aponta para um caminho sem volta, em que o meu e o seu passam a ser nosso.


Queridinho do brasileiro, at� o carro entra na roda do compartilhamento. Em janeiro, essa novidade desembarcou em BH, que passou a contar com o Pegcar.com, um site de aluguel de autom�veis. Em vez de o servi�o ser prestado por uma locadora, ele � prestado por outra pessoa. Quem tiver um carro pode p�r o ve�culo para loca��o na plataforma on-line. Quem precisa de um carro entra no site e busca pelas op��es mais pr�ximas dele. O aluguel pode ser por hora, dia ou semana e o pagamento � feito com cart�o de cr�dito.


O contrato prev� seguro para o per�odo do aluguel, caso ocorra algum acidente, roubo, entre outros problemas. A plataforma, que conta com 400 carros em S�o Paulo, est� funcionando como um projeto-piloto em BH, cuja frota ultrapassa 1,7 milh�o de ve�culos. “Vendemos o acesso ao carro. Fazemos o meio de campo entre quem tem um carro ocioso e quem precisa de um. Os ve�culos ficam cerca de 22 horas parados por dia”, ressalta um dos s�cios, Conrado Ramires. Em vez de alvo de deprecia��o, o aluguel permite que o carro se torne fonte de renda. “Quem aluga por 10 a 12 dias consegue em torno de R$ 1,5 mil”, diz o tamb�m s�cio Bruno Hacad.


Na mesma l�gica do carro, uma crian�a n�o precisa ter o brinquedo se ela pode us�-lo pelo tempo que for necess�rio. O Clubinho da Didi, criado h� oito meses, aluga brinquedos para crian�as de at� 5 anos. “A grande vantagem � que � poss�vel ter acesso a brinquedos caros, que a pessoa usa por pouco tempo e viram trambolho em casa”, conta uma das propriet�rias, Ana Am�lia �vila. S�o mais de 200 op��es a pre�os que variam de R$ 5 a R$ 140. Os pais alugam durante 15 ou 30 dias, renov�veis. A taxa m�nima � de R$ 50.


Ana Am�lia e a s�cia, Paula Costa, j� atenderam a mais de 600 clientes e enxergam que o neg�cio vai muito al�m de uma economia para o bolso. “Est� dentro de uma proposta de consumo sustent�vel. Al�m disso, as crian�as acabam n�o tendo apego com o brinquedo. � uma rela��o leve”, ressalta Ana Am�lia.


Numa palestra em Sidney, cujo v�deo teve mais de 1 milh�o de acessos, a autora do best-seller O que � meu, � seu – Como o consumo colaborativo vai mudar o mundo, Rachel Botsman, afirma que a sociedade est� acordando de “um per�odo de ressaca enorme do vazio e do desperd�cio” rumo a um sistema mais sustent�vel. “No consumo colaborativo, voc� paga pelo benef�cio que algo faz a voc�, sem precisar pagar por ele completamente”, explica. Segundo ela, esse novo paradigma “nos ensina quando o suficiente � realmente suficiente”.


O consumo compartilhado inclui desde iniciativas de trocas ou reutiliza��o, como bazares e brech�s, at� o uso compartilhado de servi�os e produtos. “Isso est� acontecendo por uma renovada cren�a na import�ncia da comunidade, numa recess�o global que chocou radicalmente os h�bitos de consumo, na torrente de redes sociais e tecnologias em tempo real mudando a maneira como nos comportamos e na maior preocupa��o ambiental”, ressalta a pesquisadora.


Nessa perspectiva, n�o h� mais a necessidade de um chef de cozinha ter seu pr�prio restaurante para comandar os fog�es. O House of Food BH, inaugurado no ano passado, � uma cozinha compartilhada cujo resultado � um restaurante com m�ltiplos chefs. “Fa�o uma curadoria. Em geral, s�o chefes que querem testar uma receita ou divulgar o trabalho. Gente que pensa em abrir um neg�cio, donos de food trucks que v�m divulgar a marca”, conta a captadora de chef, Marcela Fernandes. Os interessados pagam uma taxa de R$ 200 ou R$ 300 para cobrir custos de g�s, energia e �gua, al�m do repasse de um percentual do faturamento do dia, que pode variar de 25% a 30%.

Pioneiros


Pioneiros na ideia de compartilhar, os coworkings j� emplacaram e se disseminaram por BH. Esses espa�os compartilhados de trabalho oferecem estrutura para o profissional, sem que ele precise arcar com as despesas de um escrit�rio pr�prio. “A economia pode chegar a 70% em rela��o a uma sala comercial. E ainda h� um networking de conhecer outras pessoas que trabalham no mesmo lugar”, comenta Let�cia Mendanha, s�cia-propriet�ria do Studio Coworking Sion, no bairro da Regi�o Centro-Sul de BH.

A psicóloga Lisley Cristina comemora o custo/benefício do coworking:
A psic�loga Lisley Cristina comemora o custo/benef�cio do coworking: "� muito mais c�modo. N�o tenho que me preocupar com nada" (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

O aluguel do espa�o de trabalho – seja esta��o individual ou sala – varia conforme a demanda do cliente. “H� alugu�is por hora, por dia”, explica. Com R$ 15, o profissional tem acesso a wi-fi, �gua e caf� por uma hora, al�m de servi�os de recep��o e manuten��o. A maior procura vem de profissionais liberais e aut�nomos. H� dois anos, a psic�loga Lisley Cristina, de 45 anos, encontrou no coworking o melhor custo/benef�cio para exercer sua profiss�o. “� muito mais c�modo. N�o tenho que me preocupar com nada. Teria que pagar aluguel para sustentar 31 dias uma sala que uso de tr�s a quatro horas por dia”, afirma Lisley.

 


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