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Estado de Minas

Celulares 'baratinhos' ganham toques de luxo para atrair consumo

Fabricantes est�o transformando os medianos para alavancar as vendas da categoria nos pr�ximos meses


postado em 05/03/2017 12:13 / atualizado em 05/03/2017 12:32

Pela primeira vez, um Moto G chegará ao mercado com leitor de impressões digitais(foto: AFP / Josep Lago )
Pela primeira vez, um Moto G chegar� ao mercado com leitor de impress�es digitais (foto: AFP / Josep Lago )
Ao contr�rio dos �ltimos anos, n�o foram os potenciais concorrentes do iPhone que brilharam no Mobile World Congress, maior congresso de celulares do mundo, que aconteceu na �ltima semana em Barcelona, na Espanha. As verdadeiras estrelas foram celulares um pouco mais baratos, mas que emprestaram alguns recursos sofisticados de smartphones “premium”. Seja aposentando o acabamento em pl�stico, melhorando a qualidade da c�mera ou apostando no leitor de impress�o digital, os fabricantes est�o transformando os medianos para alavancar as vendas da categoria nos pr�ximos meses.

Um dos principais s�mbolos dessa nova onda � o novo Moto G, um dos smartphones mais populares no Brasil desde que a primeira vers�o foi lan�ada, em 2013. Neste ano, a chinesa Lenovo lan�ou em Barcelona dois novos modelos do aparelho com acabamento em metal, que antes estava restrito � linha Moto Z, a mais avan�ada - e cara - da marca. O novo design fez o smartphone se parecer menos com um intermedi�rio, uma estrat�gia para conquistar os consumidores que querem ostentar, mas n�o podem gastar muito. “Chegou o momento de mudar o design da linha”, disse Renato Arradi, gerente de produtos da linha Moto.

Pela primeira vez, um Moto G chegar� ao mercado com leitor de impress�es digitais, um recurso que estava restrito � vers�o Plus do aparelho. E o componente est� mais avan�ado. Se antes ele s� servia para desbloquear a tela mais r�pido ou para autorizar um pagamento com mais seguran�a, agora ele passou a funcionar como um touchpad - superf�cie sens�vel ao toque dos notebooks. Ele virou uma alternativa aos bot�es virtuais do sistema operacional Android e sua fun��o muda dependendo do toque: para a esquerda, ele volta; para a direita, exibe os aplicativos abertos naquele momento; dois toques bloqueiam a tela.

A Lenovo n�o � a �nica a investir no design e no leitor de impress�es digitais para dar ar mais sofisticado aos aparelhos. A Alcatel, que ainda est� engatinhando no mercado, apresentou seu A5 LED durante o MWC: ele � o primeiro da marca a adotar o conceito de m�dulos, que chegou �s prateleiras no ano passado em smartphones premium da LG e da Lenovo. Um deles � uma capa de l�mpadas LED, que se acendem conforme a configura��o do usu�rio. N�o chega a ser uma inova��o, mas a possibilidade de customizar o aparelho pode agradar os mais jovens.

A empresa tamb�m apostou no sensor de impress�o digital. Para o presidente da Alcatel no Brasil, Fernando Pezzotti, a ferramenta est� perto de se popularizar no Pa�s. “� um recurso que d� mais seguran�a e agilidade para o usu�rio”, diz Pezzotti. “Os brasileiros se interessam, especialmente porque j� conhecem a tecnologia, que foi adotada primeiro pelos bancos.” O smartphone, que deve chegar ao Brasil nos pr�ximos meses, ter� pre�o na faixa de R$ 1 mil.

A Sony, por outro lado, decidiu investir num dos recursos preferidos dos usu�rios: a c�mera. A empresa lan�ou o XA1 e o XA1 Ultra, que trazem c�mera com sensor de 23 megapixels, um dos motes do luxuoso Z5, lan�ado em 2015 no Brasil com pre�o a partir de R$ 4,3 mil. “Estamos trazendo o que era premium para a faixa intermedi�ria, pois queremos que o consumidor fique contente por um longo tempo, n�o s� na hora da compra”, diz o gerente de neg�cios da Sony Mobile no Brasil, Renato Cechetti.

XA1 e o XA1 Ultra, da Sony, trazem câmera com sensor de 23 megapixels(foto: AFP / Josep Lago )
XA1 e o XA1 Ultra, da Sony, trazem c�mera com sensor de 23 megapixels (foto: AFP / Josep Lago )

Recupera��o


Tornar os intermedi�rios aparelhos mais atrativos faz parte da estrat�gia das fabricantes para alavancar o mercado de smartphones, que est� desacelerando desde 2015. H� v�rias raz�es por tr�s disso, que passam pela aus�ncia de grandes inova��es das fabricantes. Neste ano, por exemplo, a Samsung n�o apresentou o Galaxy S8, nova vers�o de seu carro-chefe no MWC, como em anos anteriores, devido � crise causada pelo recall e posterior cancelamento do Galaxy Note 7. O aparelho ser� anunciado em mar�o.

A sul-coreana LG fez uma esp�cie de mea-culpa em seu principal evento em Barcelona. A empresa, que lan�ou seu primeiro smartphone modular em 2016, abandonou o formato um ano depois, devido �s fracas vendas. “Estamos tentando aprender com o consumidor, que est� mais inteligente”, disse o presidente da divis�o m�vel da LG, Juno Chuo. “A corrida por especifica��es est� quase no fim.”

Outro motivo � o amadurecimento do mercado, em especial nos pa�ses desenvolvidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, 77% das pessoas j� t�m um smartphone, de acordo com dados da Pew Research Center divulgados em janeiro deste ano - em 2011, o alcance da tecnologia era de 35%. Isso tem feito os fabricantes olharem mais para as necessidades de pa�ses onde os smartphones t�m mais espa�o para crescer, como o Brasil.

“Desde 2015, os intermedi�rios s�o os que est�o ganhando mais espa�o no Brasil”, diz o analista da consultoria IDC Brasil, Leonardo Munin. Segundo ele, os smartphones com pre�o entre R$ 700 e R$ 2 mil representaram 63% das vendas no Pa�s em 2016 - no ano anterior, eles eram 50% do total. “S� a faixa de aparelhos entre R$ 1 mil e R$ 2 mil passou de uma fatia de 8% em 2015 para 19% em 2016”, diz Munin.

Com o acr�scimo de caracter�sticas mais sofisticadas, os fabricantes esperam que os consumidores troquem mais r�pido de smartphone. Segundo uma pesquisa de inten��o de compra feita pela IDC Brasil com 1,2 mil pessoas, 12% est�o dispostos a pagar R$ 1,5 mil em um smartphone em 2017, embora s� 4% tenham comprado um aparelho nessa faixa. “Algumas pessoas n�o podem pagar mais caro em um smartphone e sempre trocam na mesma faixa de valor”, explica Annette, da Gartner. “Com o passar dos anos, por�m, os consumidores passaram a poder ter um aparelho melhor pelo mesmo pre�o.”


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