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Teste de integridade: voc� compartilha valores �ticos na sua empresa?

A falta de �tica e a corrup��o no ambiente corporativo s�o ervas daninhas tanto para a empresa quanto para o trabalhador. Como evit�-las? H� uma sa�da?


postado em 20/03/2017 12:05 / atualizado em 20/03/2017 15:21

(foto: Freeimagens)
(foto: Freeimagens)
Por tudo que o Brasil vive, a impress�o � que o pa�s sucumbiu � corrup��o. Ali�s, para muitos, ela tem origem da na��o, logo, � intr�nseca. N�o tem jeito. Como um polvo, seus tent�culos atingem a maioria das esferas p�blicas e privadas. No entanto, n�o caia na armadilha da unanimidade. Ao falar de corrup��o e integridade no ambiente corporativo, Edmarson Bacelar Mota, coordenador do MBA em desenvolvimento humano de gestores da FGV/Faculdade IBS, enfatiza que n�o tem uma solu��o simples. “� um problema complexo e com v�rias �ticas.”
Ele explica que a press�o pela corrup��o est� presente nos n�veis mais altos, j� que no n�vel operacional n�o � corriqueiro. “A maioria das empresas tem um sistema de governan�a forte no operacional. Portanto, ao falar de �tica dentro da empresa � preciso ter cuidado para n�o generalizar. Acredito que o trabalhador da labuta tem um padr�o de honestidade bem-adequado, pensando que nossa cultura tem certa toler�ncia. Agora, da toler�ncia para a pr�tica j� estratifica a corrup��o. Esse � um primeiro olhar”, diz.

O segundo ponto para levar em considera��o, de acordo com o professor da FGV, se sustenta com base nos argumentos do analista de carreira Dan Pink, que examina o quebra-cabe�a da motiva��o. “Ele mostra que toda vez que h� est�mulos de motiva��o extr�nseca, seja amea�a ou benef�cio (chicote e cenoura), o desempenho caiu estatisticamente. O resultado foi comprometido. Na pr�tica, prejudica o rendimento das pessoas.” Agora, Edmarson Bacelar refor�a que essa an�lise envolve trabalho de n�vel mais sofisticado, que demanda capacidade intelectual, de solu��es de problemas e autoconhecimento maiores. A press�o de mentir, falsificar n�meros, maquiar metas, entre outros. No entanto, ele alerta que a press�o n�o � s� da empresa, mas do mercado. Sem falar que h� ainda a familiar, dos c�njuges e da sociedade (aquela hist�ria de manter status, de trabalhar numa organiza��o de grife, ter um alto cargo etc.). “O que nos leva a pensar, al�m da cultural, numa �tica tamb�m sociol�gica.”

Press�o

Edmarson Bacelar Mota, coordenador do MBA em desenvolvimento humano de gestores da FGV/Faculdade IBS (foto: Arquivo pessoal)
Edmarson Bacelar Mota, coordenador do MBA em desenvolvimento humano de gestores da FGV/Faculdade IBS (foto: Arquivo pessoal)

O professor lembra que na press�o da recompensa versus puni��o, muita vezes o profissional “n�o mente para corromper, mas para mostrar bons resultados para o gestor. Num mercado onde a competi��o � intensa, em que vivemos uma mudan�a de perfil da for�a de trabalho, alto �ndice de desemprego, oferta de empregos de menor relev�ncia, redu��o salarial, � tudo bem complicado”.

Mas a grande sa�da, que n�o � a curto prazo, est� no terceiro olhar interpretado por Edmarson Bacelar. “Tem a ver com educa��o e qualifica��o da press�o, de ser uma pessoa bem formada. Papel da fam�lia, da escola, do professor melhor preparado, da sociedade. Assim, cada um vai ficar mais blindado �s press�es e perceber� outros valores. E, com a maturidade, vir� mais sabedoria, experi�ncia e viv�ncia. O desafio � ter uma vida normal e manter a base. Uma sociedade que se prepara tem eixo na educa��o. � dif�cil, precisa ter firmeza e a verdade � que trabalhar muito � inevit�vel.”

Probidade na carreira


Integridade. Honestidade. Dignidade. Honradez. Imparcialidade. Virtude. Corre��o. Todos esses sin�nimos s�o caracter�sticas que a maioria das empresas busca no profissional na hora da contrata��o. S�o valores do trabalhador que v�o ao encontro aos da empresa, e a contrapartida tamb�m faz parte do processo de sele��o. A mestre em administra��o estrat�gica de neg�cios e presidente da Associa��o Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-MG), Eliane Ramos de Vasconcellos Paes, questiona: “Vivemos no mundo 'vuca'? O uso da express�o 'vuca' remonta ao final dos anos 1990, e teve origem no vocabul�rio militar americano, sendo realmente usado depois do caos do 11 de setembro. � uma sigla em ingl�s que descreve e faz refletir sobre a volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade das condi��es e situa��es atuais”. Ser� que vivemos no mundo dos anti�ticos? “A palavra �tica deriva do grego ethos, ou seja, o modo de ser de uma pessoa. Ali�s, cada um de n�s deve se perguntar: Eu quero? Eu posso? Eu devo?. Em um cen�rio marcado pela diversidade das crises – de lideran�a, de generosidade, de amizade, de transpar�ncia, de falta de tempo, de dificuldade de encontrar l�deres que inspirem seus liderados. Sabemos que, para que os colaboradores se sintam realizados e felizes, � preciso que participem de uma empresa �tica, na qual a cultura e os valores fa�am sentido para as pessoas e possam ser compartilhados, aprendidos e vividos”, explica Eliane Ramos. Segundo ela, a empresa que adota o princ�pio inegoci�vel do 'n�o fazemos qualquer neg�cio' reflete em sua cultura a for�a dos l�deres imprescind�veis para os novos tempos, daqueles que rejeitam e abominam comportamentos anti�ticos. 

 


Umbigo
 
Eliane Ramos de Vasconcellos Paes, presidente da ABRH(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Eliane Ramos de Vasconcellos Paes, presidente da ABRH (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Quem de n�s n�o se sente realizado e orgulhoso de fazer parte de um time �tico e com prop�sitos bem definidos? Eliane Ramos enfatiza que precisamos de l�deres que nos inspirem, que tenham uma comunica��o assertiva, que saibam se conectar com as pessoas e fazer acontecer, que nos ensinem pelo melhor exemplo. “Chega de falar e nada realizar. Basta de pessoas ego�stas, que s� olham para o seu pr�prio umbigo e desperdi�am o nosso precioso tempo maquinando a��es reprov�veis moral e at� legalmente para se dar bem valendo-se viciosamente do 'eu quero, eu posso'.” A presidente da ABRH-MG chama a aten��o para uma nova realidade que se imp�e avassaladoramente. “S�o dias do 'grande poder requer grande responsabilidade'. A �tica condenou o mundo 'vuca'. Queremos viver – gera��es X, Y, Z, Flux – juntos. Precisamos de mentalidades que convivam com a instabilidade, saibam se reinventar na carreira, se adaptem �s mudan�as aceleradas, sejam arrojadas na revis�o de modelos de neg�cios e que saibam conviver com as incertezas. Se n�o temos como retroagir neste mundo 'vuca', precisamos seguir em frente sem abrir m�o da coer�ncia, da dignidade, do respeito e da �tica nas rela��es empresariais e sociais. Isto sim, deve permanecer imut�vel em n�s.”
 
(foto: Freeimagens)
(foto: Freeimagens)
 
“Essa quest�o n�o � s� brasileira e nem s� das empresas com fins lucrativos. Veja o que ocorreu no Vaticano e que foi destacado recentemente, por exemplo. As empresas est�o investindo na cria��o de cultura de valores �ticos e morais. As �reas de compliance est�o se fortalecendo. E est�o, cada vez, mais no centro da atua��o dos CEOS e de conselhos. Quanto � press�o de superiores, como lidar e qual atitude tomar n�o h� uma resposta f�cil para essa situa��o. Por�m, a decis�o n�o est� em perder ou n�o o emprego apenas, mas em sofrer consequ�ncias mais complicadas. Veja o caso de executivos que aceitaram aderir a pr�ticas fraudulentas. Est�o sofrendo as restri��es da lei e provavelmente n�o encontrar�o emprego. Al�m disso, muitas empresas presentes nas investiga��es da Lava-Jato est�o perdendo clientes em fun��o disso. E � importante enfatizar que o ser humano habita v�rios lugares durante a sua vida. Ser �tico � uma escolha pessoal. Existe corrup��o em todas as �reas. Pessoas que geram vantagem em troca de alguma coisa s�o corruptas. L�deres que contratam uma pessoa por interesse pessoal, mesmo que ela n�o tenha o perfil adequado, est�o agindo fora da �tica. Ter talento, estudar e treinar s�o deveres de quem quer ser um profissional valorizado em sua �rea de atua��o. Os comportamentos de uma pessoa em uma organiza��o dependem de suas caracter�sticas individuais e de como isso impacta na organiza��o. H� empresas que permitem l�deres que agridem verbalmente seus colaboradores. Por�m, se meus valores n�o permitem esse tipo de postura n�o vou gritar com ningu�m. Manter uma postura �tica � um valor pessoal que deve ser aplicado tamb�m dentro de uma organiza��o. A corrup��o sempre existiu, no Brasil e no mundo. N�o sei por que tanta estranheza nos �ltimos tempos com rela��o a esse tema. Estranho e inusitado � que as pessoas envolvidas em corrup��o est�o sendo punidas recentemente, o que quase nunca ocorreu.”

Teste de integridade

Renato Santos, sócio da S2 Consultoria (foto: Arquivo Pessoal )
Renato Santos, s�cio da S2 Consultoria (foto: Arquivo Pessoal )

 
As empresas j� se preparam para analisar n�o apenas a compet�ncia t�cnica e intelectual de profissionais, mas a capacidade de resist�ncia a press�es quando expostos a situa��es de conflitos e dilemas �ticos. A S2 Consultoria, especializada em prevenir e tratar atos de fraude e ass�dio nas organiza��es, oferece ao mercado uma ferramenta de gest�o e de desenvolvimento humano que analisa a postura �tica de candidatos, funcion�rios e at� mesmo fornecedores. � o chamado Potencial de Integridade Resiliente (PIR).

Renato Santos, s�cio da S2, explica que, no PIR, uma vez identificada diverg�ncia entre a integridade individual apresentada e a esperada pela organiza��o, a plataforma tecnol�gica contribui com o desenvolvimento para diminui��o do gap apresentado por meio de programa de treinamento interativo, discutindo e analisando casos pr�ximos da realidade do profissional, possibilitando a sua viv�ncia de forma pr�tica e direta. “Ele tem o mesmo valor preditivo (67%) de testes de personalidade e � aplicado a qualquer realidade organizacional, independentemente do tamanho da empresa ou de seu ramo de atua��o.”

Podemos pensar que a aplica��o desse teste � que somos de uma na��o em que todos s�o corruptos e corruptores? Para Renato Santos, n�o. “Ali�s, a maioria das pessoas n�o � corrupta, o que � bem alentador nos tempos que estamos vivendo no Brasil. Mas, por outro lado, todos n�s somos potenciais corruptos quando consideramos a press�o que sofremos e a racionaliza��o que desenvolvemos ao longo da vida dependendo da cultura em que estivermos inseridos. Dois exemplos: imagine que voc� � gerente de um banco e assaltantes sequestram seu filho fazendo a exig�ncia de entrega da senha de acesso ao cofre. O que voc� faria? Concorda que � um tipo de press�o grande que pode lev�-lo � corrup��o? L�gico que em um exemplo superlativo desse fica mais evidente. Talvez distante da realidade da maioria dos que nos leem, mas a press�o tamb�m ocorre quando um chefe pede para manipular n�meros falsos para maximizar seu b�nus. Esse exemplo j� � bem mais pr�ximo do dia a dia da maioria.”

Assim, para evitar a corrup��o no ambiente de trabalho, Renato Santos afirma que � necess�rio mudar o ambiente e n�o apenas ‘demonizar’ o corrupto. Isso n�o significa que ele n�o deva ser punido, deve. “Mas � necess�rio entender os ativadores de comportamento que levaram a pessoa a se tornar um corrupto, j� que muitas vezes ele se corrompe por press�es da pr�pria organiza��o. Como quando a empresa diz: ‘N�o quero saber como voc� vai atingir a meta, apenas traga resultados!’.”

Diferen�as

(foto: Freeimagens)
(foto: Freeimagens)
 

 

Renato Santos explica que a �tica e a integridade no ambiente profissional � diferente do comportamento fora da organiza��o. “Uma pessoa que paga propina para um agente p�blico em nome da empresa n�o necessariamente paga propina para o guarda de tr�nsito quando � parado com sua fam�lia na estrada, por se sentir constrangido diante dos filhos. Ou ainda, uma pessoa que instala software pirata em seu computador pessoal n�o necessariamente colocaria no computador da empresa, se acreditar que pode perder o emprego com essa a��o. Existem pessoas que agem sob princ�pios e para elas o seu comportamento ser� o mesmo, dentro ou fora da organiza��o. Mas a maioria das pessoas age sob press�o, o que significa que o contexto que estiver vivendo influenciar� muito seu comportamento.”


Para Renato Santos, � poss�vel mudar a postura �tica. “O senso comum diz que ‘�tica se aprende no ber�o e n�o depois’ e que ‘pau que nasce torto n�o se endireita’. Se partirmos dessas premissas teremos que afirmar que o ser humano � um ser acabado, que n�o muda depois de adulto. Mas voc� � a mesma pessoa do que era 10 anos atr�s? Melhor ou pior, voc� n�o � a mesma pessoa. Logo, � poss�vel mudar. Entretanto, � preciso querer. Quando aplicamos esses conceitos nas organiza��es comprovamos estatisticamente (e publicamos no livro Compliance mitigando fraudes corporativas) que as empresas podem mudar a postura �tica com um programa integrado de compliance”, ressalta.
(foto: Freeimagens)
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Renato Santos esclarece que o PIR aborda uma “integridade inteligente” a qual n�o imp�e que os interesses pessoais sejam coibidos completamente, mas que eles sejam mitigados conforme as circunst�ncias concretas de uma maneira pragm�tica e realista. “Discutindo e apresentando as vantagens em se manter a integridade, n�o apenas para a coletividade a qual faz parte, mas tamb�m, e principalmente, para seu pr�prio interesse. Essa abordagem n�o � apenas mais realista, mas mais humana, uma vez que considera e respeita as necessidades do homem.” Ele destaca qual a expectativa que as empresas t�m ao adotar a ferramenta. “Diminuir casos de fraudes e ass�dios. E o PIR atende a essa expectativa, uma vez que identifica potenciais ativadores de comportamento e desenvolve nos profissionais uma resili�ncia adequada para lidar com dilemas �ticos no seu dia a dia profissional. Mais do que ser um programa “pega ladr�o” ou “ca�a bruxas”, o PIR tem o prop�sito de mitigar riscos humanos, que, na maioria das vezes, nem mesmo a pessoa tinha percebido que est� exposta.”

Diante dos resultados do PIR (para adquiri-lo, basta acessar www.s2consultoria.com.br e solicitar uma demonstra��o gratuitamente) � poss�vel que o empregador mude o comportamento do empregado. “Na maioria dos casos, a organiza��o prefere desenvolver o comportamento do empregado ou do candidato que � muito bom tecnicamente. O PIR aponta em seu relat�rio os recursos necess�rios para esse desenvolvimento.” Vale dizer que o PIR foi desenvolvido em uma plataforma web, o que possibilita sua aplica��o em qualquer lugar. “A aplica��o da plataforma leva a uma reflex�o: se uma empresa grande sofre uma fraude, ela sofre um impacto, mas habitualmente sobrevive. J� uma empresa pequena ou m�dia, dependendo da fraude pode lev�-la � fal�ncia”, diz.

Bons exemplos

Na �ltima quarta-feira, o Ethisphere Institute, l�der global na defini��o e no avan�o dos padr�es de pr�ticas de neg�cios �ticas que alimentam o car�ter corporativo, a confian�a no mercado e o sucesso dos neg�cios, anunciou, em Nova York, novas empresas e l�deres que receberam essa distin��o durante o 9º Annual Global Ethics Summit. Entre os nomeados, David Howard (vice-presidente corporativo e vice-diretor geral da Microsoft), James Gibson (do Conselho Global de Compliance da Coca-Cola), Thomas Kendris (presidente da Novartis), Emmanuel Lulin (vice-presidente s�nior e diretor de �tica da L’Or�al) e Jeffrey Eglash (vice-presidente de �tica e conformidade da Nokia).





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