Bras�lia - A decis�o do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, de exonerar os superintendentes de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento dos Estados do Paran� e de Goi�s foi acertada com o presidente Michel Temer no domingo, 19.
Apesar das in�meras frentes do governo para apresentar rea��es �s den�ncias, o Planalto n�o conseguiu esconder o inc�modo com o que os interlocutores do presidente chamam de "espetaculariza��o da PF", ao anunciar a opera��o na Sexta-feira (17).
As demiss�es atingem indica��es de aliados pol�ticos, e o Pal�cio do Planalto sabe que este � um problema para o governo, que est� em plena negocia��o com os partidos aliados para a aprova��o da reforma da Previd�ncia.
Gil Bueno de Magalh�es e J�lio C�sar Carneiro, que perderam os cargos de superintendente federal de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento nos Estados do Paran� e de Goi�s, respectivamente, foram indicados por PP e PTB. O problema � que o estrago na base deve ser ainda maior porque o n�mero de demiss�es poder� ser ampliado, � medida que as investiga��es avan�arem.
Cargos t�cnicos
Esse epis�dio serviu para que um outro tipo de cobran�a chegasse ao Planalto, contrariando a pr�tica adotada de nomea��es pol�ticas: a de que o governo n�o pode continuar distribuindo a partidos pol�ticos cargos t�cnicos dessa import�ncia. O Planalto, no entanto, ainda n�o tra�ou nenhuma outra estrat�gia para responder a essas cr�ticas.
O presidente Michel Temer ficou satisfeito com a repercuss�o do gesto pol�tico que fez no domingo, de ir � churrascaria e convidar os embaixadores e representantes estrangeiros para acompanh�-lo. Mas est� muito preocupado com os primeiros embargos anunciados, principalmente com a atitude da China.
O presidente receia o golpe a um setor considerado imprescind�vel para ajudar na retomada do crescimento econ�mico e cujos resultados na exporta��o s�o de fundamental import�ncia. O problema � que a not�cia chegou num momento pol�tico ruim, quando h� uma tens�o com a pr�-divulga��o da lista do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, que atingir� pol�ticos, incluindo integrantes do primeiro escal�o do governo.
A ordem agora, de acordo com auxiliares do presidente, � que os Minist�rios das Rela��es Exteriores e da Agricultura atuem "com toda for�a". O Planalto quer que as �reas t�cnicas dessas duas pastas n�o descansem enquanto n�o responderem a cada uma das d�vidas dos pa�ses para os quais o Brasil exporta, para evitar que os embargos sejam consumados porque revert�-los depois poder� levar anos.
Exagero
Interlocutores diretos do presidente reiteraram nesta segunda-feira, 20, que houve um "certo exagero" da Pol�cia Federal, ao anunciar a Opera��o Carne Fraca, por exemplo, "como a maior opera��o" j� realizada. Insistiram que as fraudes foram apenas "pontuais", atingindo efetivamente apenas 21 das 4.837 unidades frigor�ficas do Pa�s, sendo que, na verdade, apenas quatro tinham problemas de fraude.
Apesar da insatisfa��o com a espetaculariza��o, o Planalto tenta dizer que o mal-estar � principalmente do Minist�rio da Agricultura com a Pol�cia Federal. A pasta alega n�o ter sido informada e diz que o modo em que a opera��o foi divulgada deixou o Pa�s em uma situa��o vulner�vel. Para o governo, neste momento, � preciso que sejam explicados detalhes do ponto de vista t�cnico - do que foi de fato encontrado nas investiga��es - para tentar minimizar os danos � imagem da carne no exterior. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
