Bras�lia - Das 27 superintend�ncias de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento, respons�veis pela fiscaliza��o e inspe��o de rebanhos e lavouras nos estados, pelo menos 19 est�o nas m�os de indicados por partidos pol�ticos.
O PMDB domina a estrutura dos escrit�rios estaduais (10), seguido do PP (4), PR e PSDB (2) e PTB (1), indica��es que foram feitas nos governos Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.
Para os investigadores, a corrup��o nas superintend�ncias do Paran� e de Goi�s alimentou caixas partid�rios.
Numa "resposta r�pida" ao esc�ndalo, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, exonerou os superintendentes Gil Bueno de Magalh�es e J�lio C�sar Carneiro, indicados pelo PP e pelo PTB, que atuavam nos dois Estados. Est� em processo de escolha dos substitutos, mas descartou o crit�rio pol�tico. "Ser� indica��o minha. N�o pol�tica", disse.
O superintendente exonerado em Goi�s foi indicado em 2015 na gest�o da ent�o ministra K�tia Abreu, no governo Dilma. No caso do superintendente afastado do Paran�, a nomea��o foi assinada por Maggi, a pedido do PP. A lista dos apadrinhados inclui 12 nomeados pelo governo Temer, seis pela gest�o Dilma e um ainda pelo ex-presidente Lula.
Em meio � repercuss�o da Opera��o Carne Fraca, a pasta de Blairo Maggi dever� tomar em breve uma decis�o que vai impactar o setor. No pr�ximo dia 10 de maio, entra em vigor o artigo do decreto 8.762, assinado pela ex-presidente Dilma e pela ex-ministra K�tia Abreu, no ano passado, que para manter o car�ter t�cnico da fun��o, limita a servidores de carreira o preenchimento dos cargos de superintendentes da pasta da Agricultura.
A norma � criticada pelos atuais superintendentes, a maioria deles com apadrinhamento pol�tico. "� um contrassenso", avalia Alay Correia, superintendente de Alagoas. Ex-prefeito de Taquarana pelo PMDB e indicado pela bancada estadual, ele afirma que os casos de corrup��o identificados pela Pol�cia Federal em Goi�s e Paran� envolveram o "corporativismo" dos servidores.
"N�o se trata de uma quest�o que envolve ou n�o servidor de carreira. Particularmente, acho que deve se julgar se a pessoa tem ou n�o capacidade para exercer a fun��o", diz. "� uma quest�o de honestidade."
Indicado pelo senador Gladson Camelli (PP-AC), o superintendente do Acre Francisco Luziel Carvalho diz que o decreto � "esdr�xulo". "Eu n�o me sinto inferior a ningu�m por ocupar cargo comissionado", afirma. Assistente social e advogado, ele observa que tanto superintendente de carreira quanto indicado devem seguir as normas do servidor.