
Bras�lia - O ministro da Justi�a, Osmar Serraglio, foi orientado a se expor o m�nimo poss�vel desde que a Opera��o Carne Fraca veio � tona. A ordem partiu do Pal�cio do Planalto.
Em conversas reservadas, auxiliares do presidente Michel Temer dizem que Serraglio - h� apenas 15 dias no cargo - deve "submergir" para evitar mais desgaste e n�o se indispor com a Pol�cia Federal.
A crise envolvendo o ministro, por�m, � refor�ada at� mesmo por integrantes do seu partido, o PMDB.
A senadora K�tia Abreu (PMDB-TO) disse nesta ter�a-feira, 21, que, quando era titular da Agricultura, ainda no governo Dilma Rousseff, Serraglio - � �poca deputado federal - e seu colega S�rgio Souza (PMDB-PR) a pressionaram para manter Daniel Gon�alves Filho no posto.
Ex-superintendente do Minist�rio da Agricultura no Paran� entre 2007 e 2016, Daniel � considerado pela Pol�cia Federal como o chefe da "quadrilha" desbaratada pela Opera��o Carne Fraca.
Intercepta��es telef�nicas capturaram conversa de Serraglio com Daniel, um dos alvos da investiga��o. No di�logo, o ent�o deputado se referia a Daniel como "grande chefe".
"Esse cidad�o que foi nomeado tinha processos administrativos no minist�rio e nunca tive not�cias de uma press�o t�o forte para n�o tirar esse bandido de l�", afirmou K�tia. "Dois deputados do meu partido insistiram que a lei n�o fosse cumprida a ponto de eu ter de ligar para a presidente Dilma, comunicar minha decis�o de demitir e avisar que, com as consequ�ncias pol�ticas, eu iria arcar. E ela disse: ‘Demita j�’", relatou a senadora, no plen�rio. A demiss�o, por�m, n�o ocorreu.
Serraglio rebateu K�tia. Em nota divulgada � noite, o ministro da Justi�a disse que a indica��o de Daniel foi feita pelo ent�o deputado Moacir Micheletto - morto em acidente de carro, em 2012 - e "chancelada" pela bancada do PMDB no Paran�.
Para ele, a ex-ministra admitiu, no discurso, que s� manteria o superintendente regional ap�s o apoio dos senadores do PMDB. "Sobre a resist�ncia em nomear (ratific�-lo no cargo), deu-se por haver diverg�ncias pol�ticas entre ela (K�tia) e a maioria da bancada, que era a favor do processo de impeachment da ent�o presidente Dilma Rousseff", escreveu o ministro.
Sa�da
Apesar das explica��es, deputados e senadores continuaram pedindo a cabe�a de Serraglio. O governo avalia que houve "espetaculariza��o" da opera��o da PF, com preju�zos � economia, mas recomendou ao ministro que n�o se manifeste sobre o assunto nem compre brigas. Se necess�rio, ele deve responder "pontualmente" �s acusa��es. Diante dessa ordem, a agenda de Serraglio tem sido de compromissos no gabinete.
A Comiss�o de �tica da Presid�ncia recebeu nesta ter�a uma representa��o assinada pelos deputados Afonso Florence (PT-BA) e Robinson Almeida (PT-BA) contra Serraglio. Os parlamentares entraram, ainda, com pedido de investiga��o na Procuradoria- Geral da Rep�blica.
Al�m da apura��o do esquema revelado pela Carne Fraca, os petistas querem a demiss�o do ministro. "Ningu�m chama os outros de chefe gratuitamente", disse Almeida. O conselheiro Marcelo Figueiredo ser� o relator do caso na Comiss�o de �tica da Presid�ncia. O colegiado tem reuni�o marcada para segunda-feira. (Com Ag�ncia Estado)