As empresas favorecidas com os recursos dentro do grupo foram a JBS S.A. (R$ 6,6 bilh�es), Bertin S.A. (R$ 2,7 bilh�es), Bracol Holding Ltda (R$ 425,9 milh�es), Vigor (R$ 250,2 milh�es) e a Eldorado (R$ 2,8 bilh�es). No per�odo consultado n�o foram encontradas opera��es para as outras empresas do grupo, segundo a ONG.
Sustentado por cr�dito f�cil do BNDES, o grupo elevou seu faturamento de R$ 4 bilh�es em 2006 para R$ 170 bilh�es no ano passado, um crescimento de mais de 4.000%. A multiplica��o de riqueza levou Joesley Batista a entrar na lista dos 10 brasileiros mais ricos da revista Forbes. Com atua��o em mais de 150 pa�ses, 300 unidades industriais e mais de 200 mil empregados, o grupo � o maior processador de prote�na animal do mundo. Das f�bricas, 56 est�o nos Estados Unidos, controladas pela JBS USA Holding, que det�m hoje cerca de 70% dos neg�cios dos irm�os Batista, que atuam na �rea de carnes, de alimentos, de latic�nios, de cal�ados, de celulose e higiene pessoal, entre outros. O grupo tem ainda um banco, o Banco Original.
E as investiga��es mostraram que n�o era apenas o dinheiro que irrigou as contas petistas que facilitou a vida das empresas do Grupo JBS. Um diretor do BNDES respons�vel por avaliar as opera��es com empresas envolvendo aquisi��es e aportes de capital era tamb�m membro do Conselho de Administra��o da JBS. Segundo reportagem do Fant�stico exibida domingo, esse diretor do banco, hoje aposentado, � Jos� Cl�udio Rego Aranha. Como conselheiro da JBS tomava conhecimento das opera��es planejas pela empresa que posteriormente seriam aprovadas por ele no BNDES.
O maior salto nos neg�cios do grupo ocorreu no per�odo de 2007 a 2010, com as opera��es com o BNDES chegando a R$ 8,1 bilh�es. O Banco deu suporte financeiro (leia-se recursos p�blicos com custo baixo) para a compra da norte-americana Swift & Co, por US$ 1,4 bilh�o, sendo US$ 225 milh�es em dinheiro e US$ 1,2 bilh�o em d�vidas. Dois anos depois, em setembro de 2009, com um empr�stimo de R$ 3,5 bilh�es do BNDES, os irm�os Batista adquiriram a Pilgrims nos Estados Unidos. Com as aquisi��es feitas anteriormente, como os concorrentes Seara e a incorpora��o do Bertin, a JBS se tornou a maior processadora de carne bovina mundial. E seguiu crescendo. Em 2013 comprou, por US$ 1,2 bilh�o, a Primo Smallgood, na Austr�lia.
A��es pol�micas
Entre as aquisi��es da empresa com apoio do BNDES, a fracassada tentativa de aquisi��o da norte-americana National Beef deixou rastros das facilidades do grupo dentro do banco de fomento, em 2008. O banco teria emprestado quase R$ 700 milh�es para a opera��o, que foi bombardeada pelos norte-americanos e n�o foi concretizada. O dinheiro do BNDES n�o foi devolvido pelos irm�os batista, como teria reconhecido na semana, em nota, o presidente da J&F, Joesley Batista.
Sem os recursos dos empr�stimos, o BNDES acabou convertendo os pap�is recebidos em garantia dos cr�ditos (deb�ntures) em a��es da JBS por interm�dio da BNDESpar, que passou a deter 21,3% da JBS. Essa opera��o foi condenada pelo Tribunal de Contas da Uni�o, por ter gerado um preju�zo de mais de R$ 700 milh�es. As facilidades da JBS no BNDES levaram a Pol�cia Federal a deflagrar a Opera��o Bullish com suspeita que os neg�ocios com o grupo dos irm�os Batista tenham gerado um preju�zo de R$ 1,2 bilh�o para o banco p�blico.
Na contabilidade da expans�o dos neg�cios, R$ 1,6 bilh�o vieram da abertura de capital da JBS, em mar�o de 2007 e o restante dos vultosos empr�stimos do BNDES, liberados com facilidade por conta das contribui��es dos irm�os Batista aos pol�ticos. Na sua dela��o, Joesley afirmou ter pago 18,5% dos empr�stimos recebidos do BNDES em propina para pol�ticos e partidos, o que, de 2007 a 20010, representa R$ 1,4 bilh�o. A maior parte desse dinheiro (R$ 616 milh�es) foi destinada ao PT, dono da chave do cofre do BNDES. Outro quinh�o, de R$ 453 milh�es, foi para o PMDB, tamb�m governo. Juntos, receberam quase 70% da propina paga pela empresa.