
Caso, por exemplo, do Feministrampo, grupo de Facebook estruturado em 16 estados e munic�pios do pa�s. Nele, as mulheres trocam oportunidades de trabalho nas �reas mais diversas, assim como apoio em casos de viol�ncia. � o que faz a professora de canto e artista Giselle Maria, moradora de Santo Andr� (SP), e uma das integrantes do Feministrampo. Giselle conta que conheceu o grupo por meio de amigas e resolveu participar para oferecer seus servi�os de cantora, professora e celebrante de casamentos. “Acho esses grupos superimportantes. N�o s� pela parte econ�mica, de gera��o de renda, mas na parte de fortalecimento e apoio m�tuo. J� vi muitos posts de fundo emocional, mulheres procurando trabalho para sair da depend�ncia dos maridos que batiam nelas. E sempre uma ajudando a outra”, revela.
Essa ajuda, de acordo com ela, �s vezes vem em forma de trabalho e outras de maneiras diversas, que v�o desde conselhos at� dicas de onde e como denunciar viol�ncia dom�stica. Para ela, “esse empoderamento � importante no �mbito econ�mico e social, e na coloca��o de n�s, mulheres, como independentes. A gente precisa desse fortalecimento”, diz.
O Feministrampo em Belo Horizonte tem regras muito simples, para facilitar a divulga��o dos produtos, servi�os e trabalho, e rigorosas exig�ncias para impedir explora��o e comportamento preconceituoso. E s� aceita mulheres. N�o � permitido, por exemplo, posts de propaganda/divulga��o de empresas que n�o sejam somente de feministas. Tamb�m s�o vedados pedidos de indica��o de candidatas para vagas que tenham requisitos discriminat�rios, que n�o estejam em conformidade com as leis trabalhistas e tamb�m pedidos de ajuda em dinheiro e vaquinhas.
FILA DE ESPERA Mas os grupos s�o fechados e � preciso solicitar a participa��o. Alguns t�m fila de espera, em fun��o da quantidade de mulheres participantes. Caso do Juntas Geramos Renda, tamb�m criado via Facebook. Com quase 300 integrantes, o grupo, de Belo Horizonte, funciona nos mesmos moldes do Feministrampo. Laryssa Braga, jornalista, � uma das integrantes. No grupo, ela participa comercializando roupas usadas. Ela conta que sempre organizou, desde os tempos de estudante, bazares em casa, e que resolveu entrar no grupo para divulgar seus eventos. Segundo ela, uma boa parte das mulheres que participa desses grupos � artes� ou n�o tem emprego formal. Geralmente, porque precisa cuidar das tarefas dom�sticas e dos filhos, ou � trabalhadora liberal. Laryssa conta que o grupo cresceu tanto que t�m mulheres esperando para participar. “� uma maneira de fortalecer as mulheres. Ter renda pr�pria � sin�nimo de liberdade”.
Essa rede de economia solid�ria tamb�m oferece servi�os exclusivos para as mulheres, que, geralmente, s�o prestados por homens, como manuten��o el�trica, instala��o de cortinas e prateleiras. Caso do Working Girl, criado pela estudante de engenharia Larissa Ribeiro. Ela conta que sempre se interessou por esse tipo de servi�o e que resolveu atuar no segmento ao perceber que muitas mulheres, que moram sozinhas, ficavam incomodadas ao receber homens em casa para fazer servi�os de manuten��o el�trica. Para isso, ela criou o grupo, que s� presta servi�os para mulheres. Larissa tamb�m oferece seus servi�os em grupo de gera��o de renda feminina. “E o retorno da mulherada � superpositivo, principalmente pela quest�o da seguran�a.”
Outro grupo que atua nessa linha � o Mulheres do Audiovisual, gerenciado pela fot�grafa Isis Medeiros. O grupo tem quase 13 mil mulheres e funciona como espa�o de debate, troca de informa��es, apoio, trabalho e organiza��o das profissionais mulheres no setor de audiovisual.
Esse tipo de coletivo tem crescido tanto que uma organiza��o n�o governamental – a MaMu (Mapa de Coletivos de Mulheres) – est� mapeando organiza��es de mulheres por estado e segmento. Um deles � o de economia solid�ria. O site funciona de forma colaborativa e utiliza recursos de geolocaliza��o para direcionar os internautas a grupos e endere�os de entidades e associa��es em prol do protagonismo da mulher.
GRUPOS ATIVOS
Conhe�a alguns coletivos e p�ginas que fomentam gera��o de trabalho, renda e oportunidades para mulheres
>> Mulheres do Teatro Brasil – dedicada a discutir o mercado de trabalho para mulheres no teatro, principalmente nas �reas t�cnicas, com o objetivo de fortalecer a rede de contatos para trocas profissionais.
>> Feministrampo de Belo Horizonte e RMBH – grupo destinado a divulga��o de trabalhos de mulheres para mulheres de Belo Horizonte e regi�o metropolitana. Divulga��o de vagas, trabalhos, busca de emprego, busca de profissionais de diversas �reas e freelas, entre outros.
>> Juntas geramos renda – grupo destinado � divulga��o dos trabalhos formais ou informais de mulheres, troca de experi�ncias e indica��o de trabalhos e servi�os.
>> MaMu - (www.mamu.net.br) – projeto de mapeamento de coletivos, organiza��es, movimentos, grupos e projetos brasileiros que t�m como foco as mulheres.