
Bras�lia, 16 - O presidente Michel Temer usou mais uma cerim�nia no Pal�cio do Planalto para destacar um discurso otimista, refor�ar a necessidade das reformas e justificar que as dificuldades que o governo tem s�o legado do anterior. "H� dificuldades, mas as dificuldades s�o herdadas e estamos combatendo", afirmou, durante cerim�nia no Pal�cio do Planalto de assinatura de decreto que reconhece os supermercados como Atividade Essencial.
Temer disse ainda que toda vez que se prop�e uma reforma � uma "guerra brutal", mas que depois elas s�o reconhecidas, os cr�ticos silenciam e os aplausos aparecem. "N�s estamos trazendo o Brasil para o s�culo 21 em 15 meses de governo", refor�ou.
O presidente ressaltou que a moderniza��o trabalhista foi tentada h� mais de 25 anos sem sucesso, que seu governo conseguiu realiz�-la com a concord�ncia dos empres�rios e empregados e que agora o governo vai se concentrar na simplifica��o tribut�ria, na reforma da Previd�ncia e, segundo ele, na condu��o pelo Congresso, da reforma pol�tica. "Se fizermos a simplifica��o tribut�ria, a reforma previdenci�ria e, junto com o Congresso, a reformula��o pol�tica, esse governo poder� ser reconhecido como reformista."
Temer disse ainda que a reforma tribut�ria j� est� acontecendo. "Tenho falado menos em reforma tribut�ria e mais em simplifica��o tribut�ria, os estudos est�o avan�ando e espero que daqui a pouco possamos aplaudir sua aprova��o", afirmou.
Ao se dirigir a uma plateia de empres�rios do setor, depois de discursos que exaltaram o seu governo, Temer fez um apelo para que a classe ajude a disseminar os argumentos a favor da reforma da Previd�ncia. "Essa reforma da Previd�ncia n�o � para o nosso governo � para o futuro", disse. "Pe�o que nos auxiliem nesta tarefa."
No in�cio de seu discurso, o presidente disse que a cerim�nia desta quarta "traz � mente duas palavras: confian�a e otimismo" e brincou com o presidente da Associa��o Brasileira de Supermercados, Joao Sanzovo Neto, ao afirmar que queria comemorar o fato de Jo�o "n�o soltar um roj�o aqui dentro" ap�s ter feito um discurso de exalta��o ao governo.
"�s vezes tem um puxador de palmas, �s vezes palmas protocolares, mas aqui n�o. As palmas vieram do cora��o", repetiu Temer, que j� usou a frase em outras agendas positivas no Planalto.
O presidente citou a import�ncia do setor varejista, disse que ele d� indicativos de como anda a economia e est� registrando alta. Tamb�m voltou a falar da trajet�ria de queda da infla��o e da taxa Selic e refor�ou que acredita que os juros devem estar em 7,5% ao ano.
Temer, que em nenhum momento de seus discurso mencionou a revis�o da meta fiscal feita na ter�a-feira, disse que grande problema do pa�s atualmente � o desemprego, mas que tamb�m j� demonstra retomada.
Tentando se mostrar alheio a eventuais cr�ticas, Temer disse ainda que quando o governo produz modernidades e avan�a acaba incomodando muitos setores. "Vejo muitas vezes um pessimismo de opini�o, n�o um pessimismo de a��o, mas vejo no brasileiro otimismo e esperan�a", ponderou.
O presidente da Associa��o Brasileira de Supermercados, Joao Sanzovo Neto, afirmou que o setor � a favor das reformas que o governo tenta implementar e num afago a Temer repetiu o slogan do governo de colocar o pa�s nos trilhos. "O senhor est� colocando o Brasil nos trilhos certos", disse.
Nova lei
Com o novo decreto, o setor supermercadista passa a ter instrumentos jur�dicos para negociar a abertura dos estabelecimentos aos domingos e feriados, em todo o Brasil. De acordo com o Minist�rio da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os (MDIC), a mudan�a � uma demanda antiga do setor varejista.
Sanzovo Neto, da Abras, destacou em seu discurso que o presidente fazia Justi�a ao setor. "Somos respons�veis por 87,3% de todos os alimentos vendidos no pa�s", afirmou. Segundo ele, no ano passado, o setor faturou R$ 338,7 bilh�es, o que representou 5,4% do PIB. "Somos tamb�m respons�veis por 20% dos empregos formais no pa�s"
A pasta argumenta que a altera��o na legisla��o ajuda na competitividade do setor e, consequentemente, a gera��o de emprego. Segundo o setor, h� 89 mil supermercados no Brasil, que empregam 1.8 milh�es de pessoas.
(Carla Ara�jo e T�nia Monteiro)