Com 78 anos de tradi��o, a Elmo Cal�ados ganha novo f�lego com a aprova��o do plano de recupera��o judicial pelos credores.
A negocia��o da d�vida de R$ 46 milh�es foi aprovada em assembleia na quarta-feira, num acordo in�dito: no caso dos grandes credores, a empresa tem car�ncia de tr�s anos para in�cio dos pagamentos, a serem quitados no prazo de 15 anos.
Segundo os gestores, o acordo cria condi��es para que a Elmo se restabele�a no mercado e supere as dificuldades econ�micas que a levaram � beira da fal�ncia.
A Elmo j� foi considerada a maior empresa de cal�ados da Am�rica Latina e conta, atualmente, com 51 lojas, sendo 37 em Minas Gerais e 14 no Esp�rito Santo. Ao todo, a empresa tem cerca de 1 mil empregados.
Para viabilizar a recupera��o, a empresa vai reduzir os custos operacionais e vender im�veis, com objetivo de recompor seu capital e quitar passivos.
Hoje, o patrim�nio da empresa soma R$ 150 milh�es e, de acordo com a avalia��o de peritos contratados pela administradora judicial, a Elmo apresenta tend�ncia de crescimento de 5% este ano e ter� saldo positivo a partir do ano que vem.
Fundada pelo espanhol Ign�cio Ballesteros, a Elmo passou a contar com gest�o de profissionais contratados e a participa��o da fam�lia se restringiu somente ao Conselho de Administra��o. “De 15 anos para c�, o mercado de cal�ados se segmentou muito. A empresa n�o acompanhou e a raz�o principal para as d�vidas foi a infla��o, que aumentou as despesas e os alugu�is. Quase 20% do nosso custo � com alugu�is”, afirma o gestor da reestrutura��o da Elmo Cal�ados, Alexandre Dani Matta Machado.
O processo de recupera��o judicial da Elmo teve in�cio em mar�o do ano passado e a aprova��o garante a sustentabilidade da empresa. “Ele cria um novo perfil para o passivo, d� condi��o para a empresa se recuperar e se manter em atividade, com empregos preservados. Se entrasse em fal�ncia, seria o fim da linha”, explica o advogado Jos� Murilo Proc�pio de Carvalho, respons�vel por todo o tr�mite.
NEGOCIA��O
O plano de recupera��o prev� negocia��es diferenciadas com tr�s tipos de credores. Pelo acordo, a classe trabalhista, que acumula a menor parte da d�vida, ter� o pagamento quitado de duas formas. Quem tem cr�dito de at� cinco sal�rios m�nimos vai receber em at� trinta dias ap�s a aprova��o e homologa��o do plano, com corre��o pelo INPC. Quem tem mais de cinco sal�rios m�nimos a receber vai ser pago no prazo de um ano, a partir da homologa��o do plano de recupera��o judicial.
A Elmo ter� uma car�ncia de 36 meses para come�ar a pagar os credores quirograf�rios, aqueles que n�o t�m prefer�ncia de recebimento e acumulam a maior parte da d�vida. O saldo ser� parcelado em 180 meses e sofrer� des�gio de 35%. O maior dos credores � a l�der do segmento de cal�ados Beira Rio. Sem des�gio, o pagamento a micro e pequenas empresas tamb�m ter� car�ncia de 36 meses e ser� parcelado em 120 meses.
As condi��es foram aprovadas pela unanimidade dos trabalhadores presentes. Entre os quirograf�rios, a aprova��o foi de 79,13% e entre os micro e pequenos empres�rios, de 95,83%. Proc�pio de Carvalho refor�a que a aprova��o do plano d� mais credibilidade � empresa. Um administrador judicial acompanhar� o cumprimento do acordo e fiscalizar� as contas da Elmo. “Uma das condi��es do acordo � manter os pagamentos em dia. Se n�o pagar a d�vida ou outros pagamentos, � poss�vel pedir a fal�ncia”, explica.