Bras�lia - O governo vai partir para o tudo ou nada na reforma da Previd�ncia. Mesmo correndo o risco de derrota, Michel Temer decidiu, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que pior do que a rejei��o seria desistir da reforma, principalmente depois da rea��o negativa do mercado financeiro. A reforma "poss�vel" manter� a idade m�nima para aposentadoria e a unifica��o das regras dos servidores p�blicos com os trabalhadores da iniciativa privada.
O relator da reforma da Previd�ncia, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), j� come�ou a redigir a vers�o da minirreforma. A estrat�gia � aprovar o novo texto em dois turnos na C�mara at� o dia 15 de dezembro e terminar a vota��o no Senado em fevereiro de 2018.
A estrat�gia do Planalto � dividir com o Congresso a responsabilidade pela aprova��o e refor�ar a comunica��o, sobretudo com o discurso de "combate dos privil�gios" do funcionalismo, que � sens�vel � popula��o. Mesmo assim, l�deres de partidos aliados argumentaram que a mudan�a ministerial n�o garante a aprova��o da reforma.
O Pal�cio do Planalto concordou em flexibilizar as mudan�as no que for necess�rio para garantir a aprova��o. Temer vai precisar de 308 votos, mas a sua base � ainda mais fr�gil do que antes da dela��o da JBS, que levou � rejei��o de duas den�ncias contra ele em vota��es que n�o sustentariam a aprova��o de uma PEC, como � o caso da Previd�ncia.
Depois do susto com o mercado, o relator disse que a reforma voltou a caminhar. "Tenho cren�a de que poderemos avan�ar", disse. Segundo Arthur Maia, � melhor diminuir o ganho nas contas p�blicas do que n�o ter nenhuma proposta aprovada. "Do que est� perdido, a metade � grande neg�cio", disse. Enquanto o relator falava sobre as negocia��es, a Bolsa retomou o patamar de 74 mil pontos.
Em reuni�o nesta quinta-feira, 9, com os l�deres, o relator vai definir o que pode ser mudado. O Planalto n�o quer transmitir a ideia de que ser� um texto imposto aos parlamentares, na tentativa de evitar ainda mais desgaste. O presidente da C�mara, Rodrigo Maia, evitou dar uma previs�o para vota��o. "O tempo n�o depende da nossa vontade, depende das nossas condi��es de voto. Se tivesse voto, votava at� amanh�, mas n�o tem", alertou.
T�cnicos da �rea econ�mica tamb�m j� est�o fazendo c�lculos da perda de economia com uma proposta menor. Meirelles passou o dia em conversas com l�deres do Congresso, defendendo a necessidade da reforma. E admitiu as dificuldades. "S� vamos saber (se h� chance de aprova��o) de fato durante o processo de vota��o. Existem diferen�as de posi��o: na reuni�o com os l�deres da C�mara, alguns acharam dif�cil, outros acharam que � poss�vel."
O ceticismo na C�mara dos Deputados em torno da possibilidade de aprova��o antes das elei��es � ainda grande. Nos corredores, a brincadeira entre os parlamentares � que o "zumbi voltou a andar".