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Estado de Minas

Previd�ncia vai precisar de ajustes dentro de alguns anos, defendem economistas

De acordo com os especialistas, os pontos pol�micos que ficar�o de fora da nova proposta de reforma ter�o de ser tratados em um futuro pr�ximo


postado em 23/11/2017 07:25 / atualizado em 23/11/2017 11:15

S�o Paulo, 23 - A nova vers�o da reforma da Previd�ncia, bem mais enxuta que a proposta original, dever� exigir uma nova revis�o das regras dentro de 5 ou 7 anos. Isso significa que o pr�ximo governo j� ter� de colocar na agenda ajustes para evitar que a trajet�ria de gastos volte a crescer de forma insustent�vel, avaliam economistas. Para eles, apesar das concess�es feitas pelo governo para conseguir aprovar o texto, a reforma trar� f�lego aos cofres p�blicos - da ordem de R$ 500 bilh�es nos pr�ximos dez anos.

Mas os gastos continuar�o a crescer, s� que numa intensidade menor que a atual - o que justifica ajustes ao longo do tempo. Al�m disso, h� pontos pol�micos que ficar�o de fora da reforma e que, em algum momento, ter�o de ser tratados, afirma o economista Jos� Marcio Camargo, professor da PUC/Rio, que prev� a necessidade de nova reforma em 6 ou 7 anos.

Ele cita como exemplo a aposentadoria rural, cujo gasto � 14 vezes maior que a receita. Segundo o economista, hoje o Brasil tem 16 milh�es de pessoas morando na �rea rural e 9 milh�es de aposentados. "Algu�m ter� de ter coragem de mexer nesse assunto." Sozinho, o setor rural � respons�vel por um d�ficit de R$ 100 bilh�es na previd�ncia.

O professor da FEA/USP, Jos� Roberto Savoia, ex-secret�rio de Previd�ncia Complementar, tamb�m acredita que o pr�ximo governo ter� de fazer altera��es para ajustar �s mudan�as do ambiente interno. "As reformas ter�o de ocorrer em per�odos mais curtos, de cinco em cinco anos, para ajustar � nova expectativa de vida da popula��o, que muda gradualmente."

Ele tamb�m acredita que h� uma s�rie de medidas que podem melhorar a qualidade do gasto p�blico, a exemplo das propostas apresentadas esta semana pelo Banco Mundial. Para Savoia, a economia que o governo ter� com a vers�o atual poder� cair conforme as negocia��es e a vota��o. "De qualquer forma, melhor isso do que nada", completa o ex-ministro da Previd�ncia Jos� Cechin.

Aposentadoria precoce

Mas, na opini�o dos economistas, n�o � poss�vel fazer mais muitas concess�es, al�m do que j� foi feito. "Nesse momento, o mais importante � que a idade m�nima e a f�rmula de c�lculo das contribui��es n�o sejam alteradas", diz Cechin. Segundo ele, hoje os gastos do Brasil com Previd�ncia s�o semelhantes aos de pa�ses com popula��o idosa maior. "N�o estamos falando de cortar benef�cios, mas n�o � poss�vel permitir aposentadoria aos 55 anos."

Dados do economista Jos� Marcio Camargo mostram que 51% dos aposentados por tempo de contribui��o em 2015 receberam o benef�cio antes dos 54 anos. Esse estudo indica tamb�m que 80% das aposentadorias precoces s�o concedidas a quem integra o grupo dos 30% com os maiores sal�rios do Pa�s. Camargo mostra ainda que apenas 12 na��es no mundo n�o t�m idade m�nima para se aposentar, entre eles Equador, Iraque, Ir�, S�ria e I�men.

"� preciso seguir essa receita que foi proposta pela equipe econ�mica e aprovar a reforma", diz Savoia. Na avalia��o dele, sem essa vota��o, as contas do governo seguir�o uma trajet�ria muito ruim.

Al�m disso, os investidores contam com a reforma para definir seus planos de neg�cios para os pr�ximos anos, alguns at� para entrar no Brasil, afirma o economista. "� preciso considerar ainda que a n�o vota��o pode implicar um novo rebaixamento da rating do Pa�s, que influencia no humor e no grau de otimismo dos investidores e empres�rios." Embora defendam a aprova��o da nova vers�o da reforma, os economistas acreditam que em algum momento ser� necess�rio voltar �s origens e retomar a ideia de um sistema de regras iguais para todos - que, por ora, foi abandonado.


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