
O abastecimento dos postos de gasolina come�ou a se normalizar na tarde desse s�bado na Grande Belo Horizonte, com o fim da greve dos transportadores de combust�veis. A paralisa��o, que afetou os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, foi encerrada na noite de sexta-feira depois de uma reuni�o dos representantes da categoria, no Pal�cio Guanabara, com o vice-governador do Rio, Francisco Dornelles; o secret�rio de Fazenda, Gustavo Barbosa, e o deputado estadual Andr� Ceciliano, do PT.
A informa��o de que a greve chegara ao final e que as entregas seriam regularizadas trazia al�vio tanto para frentistas de postos quanto para motoristas, mas a demora nas entregas de combust�veis ainda provocou transtorno em muitos dos pontos de venda. No Posto Tigre, instalado no cruzamento entre a Avenida Brasil e as ruas Padre Marinho e Maranh�o, n�o havia gasolina desde cedo. Os funcion�rios, apesar disso, permaneceram no estabelecimento durante toda a manh�, para informar aos clientes. � tarde, a maioria foi dispensada. Segundo Jo�o Carlos dos Santos Jr, de 31 anos, a expectativa era de que o funcionamento voltasse ao normal hoje.
Quem tamb�m n�o tinha gasolina para abastecer os carros dos clientes era o Posto Vera Cruz, na Rua Niquelina, no Bairro Santa Efig�nia. L�, segundo o frentista S�rgio Augusto Soares, de 57 anos, o produto acabou na sexta-feira � noite. “Disseram que v�o entregar de madrugada. Estamos aqui esperando. Separamos o resto de combust�vel numa s� bomba, mas esta � para atender apenas aos clientes fixos e a Pol�cia Militar.”
No Posto Niquelina, na esquina da rua de mesmo nome com a Avenida do Contorno, n�o faltou combust�vel, mas o pre�o foi reajustado, segundo o encarregado, Elielton de Souza, de 29 anos. “O movimento hoje foi intenso. Durou o dia inteiro. Foi um dos maiores que j� tivemos. Mesmo com o pre�o sendo aumentado, as pessoas abasteciam, enchiam o tanque.” O pre�o subiu de R$ 3,87 para R$ 4,19. Elielton conta ainda que o posto tem caminh�o. “Mas os grevistas n�o deixaram ele entrar na Petrobras. Esperamos que isso aconte�a agora e a situa��o se normalize.”
Um dos primeiros postos a ter a entrega normalizada na Zona Leste de BH foi o Posto Rol, na Avenida dos Andradas, em Santa Efig�nia. Dois caminh�es descarregaram � tarde, de acordo com o l�der de pista Heber Souza, de 27 anos. “Aqui n�o chegou a faltar. Mas o movimento foi t�o grande, maior at� mesmo que o de uma v�spera de feriado prolongado, que pensamos que terminaria. Mas n�o. Agora, esperamos que a entrega se normalize e esperamos mais caminh�es para domingo.”
Via-sacra Motoristas da Regi�o Metropolitana de BH foram conduzidos, na manh� de ontem, a uma verdadeira via sacra pelos postos de combust�veis. O jeito foi bater de porta em porta, ou de “bomba em bomba”, contou Jardini Nazar�, morador de S�o Jos� da Lapa, a 28 quil�metros da capital. “Este � o quinto posto aonde vou. Se n�o tiver gasolina, terei de encostar o carro e ficar por aqui mesmo, pois o tanque est� na reserva”, afirmou Jardini, ao parar num posto da Avenida Bias, no Bairro de Lourdes, na Regi�o Centro-Sul de BH.
O magistrado aposentado Paulo Mendes, morador do Bairro Santa Efig�nia, foi a dois postos at� chegar, com alguma esperan�a de conseguir abastecer, ao Posto Duas P�trias, na esquina das ruas Piau� e �lvares Maciel. “O tanque est� com um pouco ainda, d� para rodar”, afirmou Mendes.
No mesmo posto, o taxista Heli Epif�nio, h� 29 anos no of�cio, tamb�m lamentava a situa��o. “Abaste�o sempre aqui, mas hoje est� dif�cil. Vou ver o que consigo, do contr�rio, volto para casa”, disse. No posto, s� havia, na manh� de s�bado, �leo diesel, explicou o gerente Jefferson Vieira de Souza, que p�s dois cones numa das entradas do posto para sinalizar que gasolina e etanos estavam em falta.
GREVE Os tanqueiros pararam, de acordo com o Sindicato dos Transportadoras de Combust�vel e Derivados de Petr�leo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque), em protesto contra a carga elevada de impostos sobre os combust�veis. Essa despesa pesa no custo do transporte de carga em geral, e ,de acordo com o sindicato, toda a categoria aderiu � paralisa��o, que afeta tamb�m os aeroportos.