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Estado de Minas

Pedidos de aposentadoria crescem com a reforma da Previd�ncia

De janeiro a outubro, foram 7,9 milh�es de pedidos de benef�cio - um aumento de quase 10% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado


postado em 18/12/2017 12:58 / atualizado em 18/12/2017 13:02

As idas e vindas nas tentativas do governo de aprovar a reforma da Previd�ncia em 2017 n�o ditaram as discuss�es s� em Bras�lia. Os pedidos de entrada de aposentadoria aumentavam ou diminu�am ao longo do ano, conforme a chance de o texto passar no Congresso mudava.

Dados da Previd�ncia Social mostram que o n�mero de novos requerimentos cresceu sobretudo nos primeiros meses do ano, quando o governo Temer ainda dava como certa a aprova��o do texto at� o come�o do segundo semestre.

De janeiro a outubro, foram 7,9 milh�es de pedidos de benef�cio - um aumento de quase 10% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado. Em outubro, a alta foi de 20% na compara��o com o mesmo m�s de 2016.

Em maio, com o governo encurralado ap�s a divulga��o da grava��o entre o presidente Michel Temer e o empres�rio Joesley Batista, da JBS, o n�mero de pedidos teve duas quedas seguidas, um aumento sazonal em agosto e voltou a subir quando a reforma ganhou novo f�lego, em setembro.

O economista da PUC-Rio Jos� M�rcio Camargo diz que � razo�vel que o cidad�o se sinta impelido a tentar garantir a aposentadoria. "O que n�o faz nada bem ao Pa�s � adiar ainda mais a discuss�o de reforma."

Ansiedade


A recepcionista ga�cha Erica Rocha apressou a entrada na aposentadoria no come�o do ano. "J� tinha direito de me aposentar, mas no ano passado, ouvi que mesmo quem podia dar entrada teria de trabalhar alguns meses a mais. Achei melhor n�o arriscar e fiz o pedido."

Para o economista da Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe) Paulo Tafner, a movimenta��o do primeiro semestre sugere que houve certa urg�ncia para entrar com os pedidos. "A oscila��o pode refletir os �nimos da reforma e o comportamento da s�rie aponta uma minicorrida que foi contida pelo epis�dio da JBS. Talvez em fevereiro, quando o governo far� uma nova tentativa de aprova��o, ocorra um novo movimento."

O pesquisador tamb�m pondera que a tend�ncia est� longe de se parecer com a corrida por novos pedidos que ocorreu em 1998, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aprovou mudan�as nas regras da Previd�ncia, como a cria��o de uma idade m�nima para a aposentadoria dos servidores p�blicos.

"Existe um certo temor por parte da popula��o e muitas vezes isso � exacerbado por informa��es falsas, porque a reforma n�o mexe com direitos adquiridos. Com medo, o contribuinte tenta se prevenir e acaba tomando uma decis�o economicamente ruim, porque dependendo da regra, poderia ficar mais tempo trabalhando e melhorar o valor da aposentadoria", diz Jos� Roberto Savoia, professor da USP.

A presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenci�rio (IBDP), Jane Berwanger, avalia que, em meio a diversas informa��es desencontradas, o cidad�o sente medo de n�o conseguir se aposentar depois que a reforma passar. "O cidad�o teme que a Previd�ncia n�o tenha dinheiro para pagar as aposentadorias e tenta garantir alguma coisa. Faz parte do subconsciente das pessoas. No momento em que a aprova��o da reforma parecia certa, um grande n�mero de pessoas que j� podiam se aposentar ficou ansiosa para pedir logo o benef�cio."

Parte do problema se deve ao modo como o governo tratou o tema, diz. "O governo adotou um discurso de cat�strofe para convencer a popula��o, mas o efeito foi contr�rio. Ele errou na m�o na propaganda e na reforma. A propaganda n�o surtiu efeito nem antes e nem depois do caso Joesley."


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