O saldo negativo do m�s passado resultou de 1.124.090 dispensas, ante 1.111.798 admiss�es no pa�s. No fim da tarde, quando os n�meros do mercado de trabalho j� circulavam na internet o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira pediu demiss�o do cargo. Assessores do agora ex-ministro informaram que ele comunicou a decis�o de concorrer �s elei��es de 2018 e por isso deixaria o cargo.
Em Minas Gerais, houve tamb�m mais dispensas do que contrata��es em novembro. As empresas cortaram 126.324 postos de trabalho, enquanto contrataram 124.287 pessoas, o que resultou numa diferen�a de 2.037 empregos a menos. S� no com�rcio, no setor de presta��o de servi�os e na administra��o p�blica ocorreram mais contrata��es do que demiss�es, ainda assim um ligeiro saldo positivo no setor p�blico.
Ainda segundo o Minist�rio do Trabalho, neste ano o saldo de novos postos chegou a 299.635, aumento de 0,78% em rela��o ao que foi acumulado at� novembro de 2016. Nos �ltimos 12 meses, no entanto, a diferen�a continua negativa. O pa�s registrou 178.538 postos a menos no per�odo.
No pa�s, o �nico saldo positivo foi observado no Com�rcio, com 68.602 vagas criadas, devido ao atendimento motivado pelas festas de fim de ano. Os segmentos que mais perderam empregos foram os da ind�stria de transforma��o (29.006 a menos), constru��o civil (-22.826) e agropecu�ria (-21.761).
O ex-ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, afirmou que o saldo negativo na gera��o de empregos formais em novembro � “pequeno” e n�o significa a interrup��o na recupera��o da economia. “O m�s de novembro tem tend�ncia de apresentar saldo negativo no emprego”, afirmou.
O ministro buscou destacar os impactos positivos da reforma trabalhista sobre o mercado de trabalho. “� sinal importante para o mercado e tamb�m de seguran�a jur�dica”, afirmou. “Teremos grande n�mero de trabalhadores que ser�o empregados em 2018”, acrescentou. Em rela��o �s mudan�as nas regras trabalhistas, o ministro acredita que ser�o sentidas no ano que vem.
A modalidade de trabalho intermitente, inclu�da na legisla��o pela reforma trabalhista, foi respons�vel pela cria��o de 3.120 empregos em novembro, segundo dados do Caged. Esse tipo de contrato permite que o funcion�rio seja convocado pelo patr�o em situa��es espec�ficas e receba de acordo com as horas efetivamente trabalhadas. A reforma entrou em vigor em 11 de novembro.
O com�rcio foi o que mais adotou o trabalho intermitente. Criou 2.841 postos, o que equivale a 92% do total. O setor de presta��o de servi�os, em segundo lugar, gerou 207 vagas intermitentes (6%). Do total de 3.120 empregos gerados nessa modalidade, 1.340, ou 43%, foram abertos na regi�o Sudeste. Outros 1.257 postos de trabalho, o equivalente a 41% do total, surgiram no Nordeste.
Al�m dos dados de intermitentes, o Caged registrou 744 admiss�es por contrato de trabalho parcial, modalidade tamb�m presente na reforma trabalhista. Nesse tipo de contrato, h� uma jornada definida, ao contr�rio do intermitente. O empregado pode trabalhar at� 30 horas semanais, sem possibilidade de horas adicionais, ou at� 26 horas, podendo ter o acr�scimo de outras seis.
Demiss�o por acordo A possibilidade de demiss�o por acordo entre patr�o e empregado, tamb�m inclu�da pela reforma trabalhista, gerou 805 desligamentos no m�s passado. A maioria desses acordos foram feitos nos setores de servi�os e com�rcio, por profissionais como vendedores de varejo (37 demiss�es acordadas), faxineiros (31), assistentes administrativos (27) e auxiliares de escrit�rio (26). No total, o setor de servi�os foi respons�vel por 47% dos desligamentos por acordo (377), enquanto o com�rcio responde por 25% (198 acordos).
O Minist�rio do Trabalho prev� a cria��o de 1.781.930 postos formais de trabalho em 2018, considerando crescimento da economia de 3% no ano que vem, o que levaria o estoque de emprego ao patamar do primeiro trimestre de 2016. Se o avan�o do PIB (o Produto Interno Bruto, soma da produ��o de bens e servi�os do pa�s) chegar a 3,5%, o desempenho do mercado de trabalho pode ser ainda melhor, com gera��o de 2.002.945 vagas em 2018, levando o pa�s ao patamar de dezembro de 2015.
As estimativas n�o incluem poss�veis impactos positivos da reforma trabalhista em abertura de contratos sob novas modalidades, como trabalho intermitente ou jornada parcial, informou o coordenador-geral de Estat�sticas da pasta, M�rio Magalh�es.
Mulheres s�o maioria
Os trabalhadores intermitentes brasileiros contratados em novembro t�m, em sua maioria, at� 29 anos, ensino m�dio completo e s�o principalmente mulheres. Est�o concentrados nas regi�es Sudeste e Nordeste e atuam, em grande parte dos casos, como assistentes de vendas. Ainda n�o h� dados dispon�veis sobre a remunera��o desses trabalhadores.
As informa��es foram detalhados ontem pelo Minist�rio do Trabalho a partir dos primeiros contratos intermitentes firmados depois da entrada em vigor da reforma trabalhista. O trabalho intermitente � aquele que permite � empresa convocar os trabalhadores quando e se necess�rio, remunerando-os pelas horas cumpridas.
O saldo de contratos intermitentes foi positivo em 3.067 vagas em novembro. De acordo com o coordenador-geral de Estat�sticas da pasta, M�rio Magalh�es, houve forte contrata��o de trabalhadores no regime intermitente devido a megapromo��o conhecida como Black Friday. Segundo ele, uma �nica grande rede de com�rcio de m�veis e eletrodom�sticos anunciou a contrata��o de 1,2 mil pessoas nessa modalidade.
As contrata��es de intermitentes ficaram concentradas no Sudeste (1.305 novas vagas) e no Nordeste (1.244 postos), mas com caracter�sticas diferenciadas. No Sudeste, por exemplo, os contratos dessa modalidade ficaram concentrados em Minas Gerais (408) e S�o Paulo (782), enquanto ficaram espalhados entre os estados nordestinos.
Ainda de acordo com a pasta, 54% dos trabalhadores intermitentes contratados em novembro s�o mulheres, ante 46% de homens. Mais de 2,1 mil t�m at� 29 anos, ou 69% do total, enquanto apenas 3% t�m 50 anos ou mais. Pela escolaridade, � poss�vel verificar que os contratos intermitentes s�o mais comuns no caso de trabalhadores que t�m at� o ensino m�dio completo (86%). Apenas 8% dos empregados nessa modalidade t�m ensino superior, e 7% t�m at� o ensino fundamental completo.
Dificuldades
Magalh�es explicou que a pasta ainda n�o tem dados detalhados sobre a remunera��o dos trabalhadores intermitentes. H�, inclusive, empresas com dificuldades em inserir os dados da maneira correta – a orienta��o � informar o sal�rio-hora do empregado, o que ser� refor�ado junto �s companhias. O t�cnico admitiu, por�m, que as estat�sticas poder�o incorporar contratos ativos sem que o trabalhador tenha exercido de fato a atividade, uma vez que o Caged n�o detecta se e quanto o empregado recebeu por aquele contrato. “Pode ocorrer, mas n�o � a regra”, minimizou.
Meirelles minimiza
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou em sua conta no Twitter que o saldo de empregos em 2017 segue positivo, “apesar de pequena varia��o negativa em novembro”. “A melhora em compara��o a 2015 e 2016 � substancial e o avan�o � cada vez mais r�pido”, disse o ministro. A expectativa do Minist�rio do Trabalho � encerrar o ano com estabilidade na gera��o de empregos.
(Com ag�ncias)