S�o Paulo – O dia no c�mbio ontem no Brasil descolou do cen�rio externo. O d�lar ontem se enfraqueceu em rela��o � maior parte das moedas globais, mas continuou a mostrar alta volatilidade em rela��o ao real. No fechamento, a moeda na cota��o � vista (refer�ncia para o mercado financeiro) subiu 0,82%, para R$ 3,5977, maior pre�o desde 31 de maio de 2016.
J� o d�lar comercial, refer�ncia para exportadores, chegou a R$ 3,60 pela primeira vez em quase dois anos e recuou no fechamento, encerrando a sess�o com valoriza��o de 0,69% sobre o real, vendida a R$ 3,591. O cen�rio externo ainda pesa sobre o mercado brasileiro diante de temores de juros maiores nos Estados Unidos e tens�es geopol�ticas envolvendo o pa�s e o Ir�. J� d�lar turismo terminou o dia perto de R$ 3,75, ap�s chegar a R$ 3,77 mais cedo.
Diante da cada vez mais alta volatilidade do c�mbio, houve momentos no preg�o em que os operadores nem se arriscaram a explicar a movimenta��o das cota��es – falavam apenas em mau humor. O �ndice DXY ficou boa parte do dia em pequena queda, de 0,10%. Perto das 17h15, o d�lar ca�a em rela��o ao rublo (0,09%), ao rand (0,13%). E subiu um pouco em rela��o ao peso chileno (0,03%) e ao peso mexicano (0,11%).
O c�mbio est� no centro do debate depois que o mercado, a partir da puxada de alta do d�lar nas �ltimas semanas – muito ligada ao cen�rio externo de perspectiva de alta dos juros nos EUA e das tens�es geopol�ticas –, passou a especular que o Banco Central poderia rever decis�o j� bastante sinalizada de reduzir novamente os juros na reuni�o do Copom de amanh�. As taxas mais curtas dos DIs mostravam redu��o nas apostas de corte.
Na ter�a-feira, em entrevista a um programa de TV, Ilan Goldfajn n�o mudou o discurso e repetiu que o BC olha o juro do ponto de vista de infla��o e de atividade econ�mica. Alguns operadores disseram que esse fato poderia justificar o nervosismo no preg�o de hoje – ou seja, o BC teria frustrado a expectativa criada pelo pr�prio mercado. O fato � que o impacto do c�mbio nos juros est� atraindo todas as aten��es. Ontem, diversos economistas e especialistas apontaram raz�es para o BC mexer nos juros ou deix�-los como est�o quase que numa aus�ncia de consenso no mercado.
A Verde Asset Management, em carta a seus cotistas, foi enf�tica ao afirmar que a estrat�gia do Banco Central de reduzir os juros est� por tr�s da forte alta do d�lar nas �ltimas semanas. “O BC cortou o juro mais do que o esperado e em sua �ltima reuni�o inclusive surpreendeu o mercado com uma sinaliza��o de que poderia se estender nesse processo mais ainda. De certa maneira, foi o gr�o de areia que desestabilizou o castelo e provocou uma rea��o do mercado na dire��o da compra de d�lar”.
O texto refere-se ao fato de que esses cortes diminu�ram o diferencial de taxas de juros brasileiras e americanas, o que barateou o custo do hedge e trouxe demanda extra para a moeda no Brasil. A expectativa dos gestores da Verde Asset � que as coisas se acalmem no mercado de c�mbio, uma vez “que o pr�prio BC notou os riscos que est� correndo e resolveu intervir”, aumentando a oferta de swap. “Devemos ver a moeda negociando numa faixa entre R$ 3,30 e R$ 3,60 daqui at� agosto, quando o tema eleitoral passar a dominar”, de acordo com o relat�rio.
Para o economista da Mapfre, Luis Afonso Lima, a press�o no c�mbio continua vindo das opera��es com o d�lar futuro. “Vivemos um per�odo longo de cota��es mais est�veis e muitas empresas nem estavam fazendo o hedge porque n�o viam necessidade. Agora, com toda essa volatilidade e a queda nos custos de fazer essa opera��o, muitas das empresas j� est�o fazendo ou se planejando para fazer o hedge. Uma coisa vai alimentando a outra”, afirmou. � por essa demanda extra que o c�mbio continua apreciando, apesar do fluxo fortemente positivo nos �ltimos meses. De acordo com dados do BC, o fluxo cambial em abril foi positivo em US$ 14,4 bilh�es.
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Cadastro positivo
Ap�s meses de idas e vindas no Congresso, o texto-base do projeto do novo cadastro positivo foi aprovado ontem pelo plen�rio da C�mara, por 273 a 150 votos. Houve uma absten��o. A C�mara ainda precisar� votar destaques ao texto-base aprovado, antes de a proposta voltar ao Senado. O l�der do governo na C�mara, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse n�o ver condi��es para vota��o dos destaques ainda ontem. Isso porque muitos parlamentares deixaram a C�mara, ap�s a vota��o do texto-base. Para Ribeiro, havia risco de derrota se o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), insistisse na vota��o dos destaques ainda ontem.
Inova��o financeira
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou ontem que o Laborat�rio de Inova��es Financeiras e Tecnol�gicas (Lift), lan�ado no per�odo da manh�, � uma “importante iniciativa de fomento � inova��o baseada em colabora��o e com alto potencial de gera��o de resultados ao Sistema Financeiro Nacional (SFN)”. Em refer�ncia � Agenda BC+, Goldfajn afirmou que “desde o fim de 2016 o BC vem comandando uma ampla agenda de trabalho que tem como objetivo revisar quest�es estruturais do BC e do SFN, gerando benef�cios sustent�veis para a sociedade brasileira”.
S�cio novo
O Grupo Montesanto Tavares, um dos maiores exportadores de caf� de Minas anunciou ontem que o Ffudo Public Sector Pension Investiment Board (PSP Investiments), um dos maiores fundos de pens�o do Canad�, entrou no capital do grupo tanto nas opera��es de vendas de caf� ao mercado internacional quanto na fazendas localizadas em Minas, Rio de Janeiro e Bahia. A expectativa do grupo � aumentar a produ��o de caf� nos pr�ximos anos e fortalecer as opera��es de exporta��o do produto.