
Se por um lado a Cemig tem a comemorar um lucro l�quido de R$ 465 milh�es no primeiro trimestre de 2018 – um crescimento de 35,9% em rela��o aos R$ 343 milh�es registrados no primeiro trimestre de 2017; por outro, a not�cia n�o � boa para os consumidores mineiros.
No pr�ximo dia 22, em reuni�o p�blica, a Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) vai definir o reajuste tarif�rio para todas as classes dos grupos A (grandes consumidores de alta e m�dia tens�o) e B (consumidores de baixa tens�o). A expectativa, segundo sinaliza��o da ag�ncia reguladora, � de que o reajuste m�dio fique entre 22% e 25%.
A principal justificativa para o reajuste, segundo Abreu, � o custo da energia do pa�s, mais especificamente o fato de a estiagem e os n�veis dos reservat�rios – que em dezembro passado atingiram a marca de 20%, a mais baixa da hist�ria – levarem ao acionamento das termoel�tricas.
O uso das usinas, sobretudo entre julho e dezembro do ano passado, contribuiu para elevar o custo da gera��o da energia. E a conta chegar� agora. “Al�m do custo da energia do pa�s, h� o custo de transporte e os encargo, que se devem �s pol�ticas p�blicas federais para o setor el�trico”, acrescentou Ronaldo Gomes de Abreu, assinalando que essas vari�veis independem da companhia mineira.
“A Cemig n�o pleiteia o reajuste junto � Aneel”, afirmou Maur�cio Fernandes, diretor financeiro de Rela��es com Investidores. “A revis�o tarif�ria ocorre a cada cinco anos”, avaliou, considerando que a �nica vari�vel que depende da Cemig relaciona-se aos investimentos realizados no per�odo, j� que, em m�dia h� um crescimento vegetativo de 200 mil clientes por ano.
Esses investimentos respondem por, em m�dia 17% do conjunto do reajuste. Al�m desta revis�o tarif�ria que ocorre por determina��o da Aneel a cada cinco anos, os mineiros ter�o tamb�m, ainda em 2018 o reajuste anual pela infla��o. “No ano passado, esse reajuste resultou num decr�scimo m�dio de 10% das tarifas”, acrescentou Maur�cio Fernandes.
Resultado
A maior efici�ncia operacional, redu��o da d�vida e a queda na taxa Selic – e consequente diminui��o de R$ 171 milh�es em encargos no per�odo – s�o as explica��es, segundo Maur�cio Fernandes, para o crescimento de 35,9% no lucro l�quido da Cemig neste primeiro semestre de 2018 em rela��o ao mesmo per�odo de 2017. Segundo Fernandes, considerando os itens pessoal, material, servi�os e outros, houve uma redu��o de despesas no per�odo de R$ 716 milh�es para R$ 668 milh�es.
Foram ainda resultados consolidados do per�odo, a gera��o de caixa operacional medida pelo Lajida de cerca de R$ 1 bilh�o – uma queda de 8,47% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado; a receita l�quida de R$ 4,9 bilh�es – um crescimento de 2,55%; e o reconhecimento pelo mercado da melhora na qualidade de cr�dito, j� que o a ag�ncia de risco Fitch elevou a nota da empresa em tr�s n�veis em escala nacional (grau de investimento) e um n�vel em escala global e o S&P elevou um n�vel em escala nacional (grau de investimento). A d�vida l�quida da Cemig decresceu de 13,01 bilh�es para R$ 12,8 bilh�es entre os dois per�odos de refer�ncia.
Lucro da Eletrobras cai 96/5
S�o Paulo – A Eletrobras registrou lucro l�quido de R$ 56 milh�es no primeiro trimestre, uma retra��o de 96% sobre o R$ 1,378 bilh�o em igual per�odo do ano passado. No crit�rio gerencial, a queda foi de 22%, para R$ 429 milh�es. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, deprecia��o e amortiza��o) totalizou R$ 1,244 bilh�o, uma queda de 70%, enquanto o indicador gerencial recuou 41%, para R$ 880 milh�es primeiro trimestre. A receita l�quida teve um recuo de 3%, para R$ 8,593 bilh�es, ao passo que no crit�rio gerencial cresceu 6%, para R$ 7,064 bilh�es. O resultado financeiro l�quido da Eletrobras foi uma despesa de R$ 7 milh�es, bem menor que a despesa de R$ 1,099 bilh�o anotada no primeiro trimestre de 2017.
De janeiro a mar�o deste ano, as despesas operacionais da Eletrobras somaram R$ 4,320 bilh�es, montante 22% maior em rela��o aos R$ 3,541 bilh�es anotados em igual per�odo o ano passado. O aumento est� relacionado �s provis�es anotadas do primeiro trimestre deste ano, mas tamb�m a um crescimento dos gastos com pessoal, materiais, servi�os e outros (PMSO), o que contrariou as expectativas do mercado, de ver reflexos das iniciativas de ganhos de efici�ncia adotadas pela companhia no ano passado, como o plano de aposentadoria extraordin�ria (PAE).
As despesas operacionais gerenciais, que descontam linhas como a de provis�es, impairment (deteriora��o) e conting�ncias, al�m da venda da Celg D, cresceram 15,2%, para R$ 3,489 bilh�es. Somente a linha de despesas com pessoal aumentaram 9,8%, para R$ 1,759 bilh�o. A Eletrobras explica que essa expans�o foi influenciada pelos gastos com plano de demiss�o consensual (PDC) no montante de R$ 272 milh�es. J� a linha de material cresceu 34,2%, para R$ 74 milh�es, influenciada, principalmente, pelo aumento do consumo de materiais em fun��o da parada de Angra 2 para troca de combust�vel nuclear.
A linha de custos com servi�os se manteve praticamente est�vel (-0,6%), em R$ 578 milh�es por causa da venda da Celg D, mas a companhia comenta que desconsiderando a opera��o a linha apresenta crescimento, influenciado pelo maior gasto com investiga��o independente. J� a linha de outros avan�ou cerca de 50%, para R$ 362 milh�es, por quest�es relacionadas �s controladas Amazonas Distribui��o e Chesf. J� as provis�es operacionais cresceram 80,3%, para R$ 1,081 bilh�o, por conta de conting�ncias no montante de R$ 512 milh�es, influenciadas pelas provis�es referentes ao empr�stimo compuls�rio (R$ 197 milh�es) e impairment, de R$ 174 milh�es.