(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Motorista apela ao velho gal�o para disputar combust�vel em BH

Foi preciso enfrentar filas a p�, por at� 3 horas e nem sempre com sucesso


postado em 26/05/2018 06:00 / atualizado em 26/05/2018 08:03

Revenda da Via Expressa destinou 3 bombas para tentar encher até garrafa PET(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Revenda da Via Expressa destinou 3 bombas para tentar encher at� garrafa PET (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Um dia depois de ter entrado no olho do furac�o, atendendo filas quilom�tricas nos postos de combust�veis de Belo Horizonte, os frentistas se viram obrigados a cruzar os bra�os. Com mais de 90% das revendas de Minas Gerais sem combust�vel, ontem alguns estabelecimentos dispensaram os funcion�rios e os que foram trabalhar aproveitaram para lavar o p�tio, organizar as bombas e, uma vez cumprida a tarefa, n�o tinham mais o que fazer.


“Ontem (quarta-feira) estava tumultuado, carro demais, fila para todo lado. Hoje, os carros param, perguntam se tem combust�vel, e v�o embora”, conta o frentista Almiro Afonso da Silva, que nunca passou por situa��o semelhante em 48 anos de profiss�o. “De faltar gasolina, como hoje, n�o lembro. J� teve fila, na �poca do Sarney, mas depois disso, n�o”, conta o frentista, que trabalha em um posto na Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Zona Sul da capital.

Sem ter o que fazer, frentistas só aguardavam o tempo da jornada de trabalho (foto: Renan Damasceno/EM/D.A Press)
Sem ter o que fazer, frentistas s� aguardavam o tempo da jornada de trabalho (foto: Renan Damasceno/EM/D.A Press)

Nos postos que ainda havia reserva de combust�vel, ontem � tarde, os pr�prios consumidores precisaram se organizar para que mais pessoas fossem atendidas. Na Via Expressa, uma fila de carros de quase 3 quil�metros, entre os Bairros Carlos Prates e Cora��o Eucar�stico, foi formada � tarde por motoristas que tentavam abastecer em posto da Petrobras. Era a concorr�ncia com outra longa fila formada por pessoas munidas de todo tipo de vasilhame, como gal�es de combust�vel e de �gua mineral, e garrafas pet, entre outros.

O posto destinou tr�s bombas apenas para quem estava a p� e a fila dava voltas no quarteir�o. Houve tumulto quando a ger�ncia do estabelecimento avisou que o combust�vel n�o seria suficiente para todos. Alguns frentistas reclamaram do tratamento dos clientes que, nervosos com a situa��o, acabam descontando neles a insatisfa��o.

“Para trabalhar est� bem dif�cil. Como o pre�o est� alto, a pessoa acha que � a gente que est� aumentando. A gente vai explicar que n�o � a gente, a� o cliente acha que � cambalacho e vai tratando a gente mal”, afirma Felipe Michel, de 22 anos, que trabalha h� seis meses como frentista em um posto na Avenida do Contorno, no bairro Santo Ant�nio.

Alguns postos visitados pela reportagem do Estado de Minas, estavam vazios, apenas com seguran�a e cercados por cones e cordas. Na Avenida do Contorno, na esquina com Rua Niquelina, no Bairro Santa Efig�nia, os frentistas foram dispensados na noite de quarta-feira, depois de todo o combust�vel ser vendido at� 23h.

Ponto cr�tico


Balan�o divulgado ontem pelo Sindicato do Com�rcio Varejista de Derivados do Petr�leo de Minas Gerais (Minaspetro) apontou que 93% dos postos cadastrados na entidade registravam falta de combust�vel. Belo Horizonte e regi�o metropolitana, Zona da Mata, Sul de Minas e o Tri�ngulo s�o as �reas do estado mais afetadas pelos efeitos da greve dos caminhoneiros. O sindicato responde por 4.300 postos em Minas. Desses, 71,3% est�o com desabastecimento geral de combust�veis. Outros 21,7% t�m apenas um produto (gasolina, gasolina aditivada ou etanol) para vender.

Em um posto da Avenida dos Andradas, os pr�prios motociclistas definiram que cada moto poderia receber at� 5 litros. Ainda assim, por volta das 15h30, mais de uma centena de motociclistas ficaram sem abastecer. “Fiquei na fila por tr�s horas e, quando estava perto da minha vez, a gasolina acabou. Agora, vou tentar em um outro posto onde fiquei sabendo que ainda tem gasolina. � encarar mais filas, sem saber se vou conseguir abastecer”, afirmou �nio Am�rico.

Quem conseguiu abastecer, comemorou. “Passei em mais de 30 postos e nada. Entrei na fila l� perto da C�mara Municipal (a 200 metros do posto) e, quando contaram as �ltimas 20 motos que abasteceriam, eu consegui entrar. Mais de 100 pessoas n�o tiveram a mesma sorte que eu”, contou Carlos Eduardo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)