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Estado de Minas

Greve dos caminhoneiros traz preju�zo para o agroneg�cio

Estudo aponta produtos mais sens�veis aos efeitos da paralisa��o dos caminhoneiros


postado em 30/05/2018 06:00 / atualizado em 30/05/2018 09:14

O principal efeito da ação dos caminhoneiros na soja é impossibilidade de entregar a produção nos portos (foto: Ivan Bueno/portosdoparana.pr.gov.br)
O principal efeito da a��o dos caminhoneiros na soja � impossibilidade de entregar a produ��o nos portos (foto: Ivan Bueno/portosdoparana.pr.gov.br)

S�o Paulo – Apesar de ainda ser imposs�vel chegar a uma conta final sobre os preju�zos causados pela paralisa��o dos caminhoneiros, o agroneg�cio � uma das pontas mais fr�geis dessa a��o do setor de transporte que h� 10 dias interrompe a distribui��o de mat�rias-primas e produtos acabados.

Levantamento feito pela Agroconsult mapeou o grau de gravidade dos principais produtos da pauta brasileira do agroneg�cio. As atividades que mais v�o sentir os impactos da greve dos �ltimos dias s�o aquelas ligadas � produ��o de aves, su�nos, boi e leite, al�m da cana-de-a��car. Elas foram classificadas pelo relat�rio da consultoria como graves.

A primeira safra do milho dever� ser a menos impactada pela greve. J� a segunda safra do milho, a soja, o algod�o e a produ��o de fertilizantes dever�o sofrer um impacto moderado. Em uma situa��o um pouco menos delicada, classificadas como elevadas, est�o as atividades do trigo, caf� e laranja.

Segundo o relat�rio, o principal efeito da a��o dos caminhoneiros na soja � impossibilidade de entregar a produ��o nos portos. Como a colheita foi conclu�da no in�cio de maio, a falta de diesel n�o impactou na colheita. As exporta��es foram garantidas temporariamente gra�as � carga que j� estava estocada nos portos. Mas a situa��o pode ficar pior. Isso porque, segundo a Agroconsult, cerca de 400 mil toneladas ter�o dificuldades de ser levadas aos navios a cada dia que a greve se prorrogar. Antes da greve, a proje��o era que os embarques em junho e julho ficassem muito pr�ximos do recorde para o per�odo. “Se parte das exporta��es tiver de ser postergada, aumentar� a competi��o com o milho nos canais log�sticos de agosto em diante”, aponta o levantamento.

No caso da primeira safra do milho, como 95% da colheita j� foi feita e est� armazenada, o impacto mais significativo pode ser sentido na Bahia e no Maranh�o, onde cerca de 50% da �rea ainda n�o foi colhida por conta das limita��es para a estocagem. J� o plantio da safra 2018/19 no Sul do Brasil come�a apenas em agosto, o que reduz bastante o risco de impacto da greve dos �ltimos dias. Para o milho da segunda safra, ou safrinha, no entanto, se a paralisa��o durar mais tempo e comprometer tanto a colheita quanto o escoamento, o impacto pode ser mais relevante. Por outro lado, deve haver uma queda na demanda dom�stica do gr�o por conta da morte de aves e su�nos, v�timas da falta de alimento.

O algod�o dever� come�ar a ser colhido em junho em Mato Grosso e na Bahia. Caso o abastecimento de diesel mantenha-se comprometido, esse in�cio poder� sofrer problemas. Protelar a colheita n�o chega a ser um problema em termos agron�micos, mas pode atrapalhar a vida do produtor que tem de cumprir contratos com as trandings e as ind�strias.

A cana-de-a��car pode sentir fortemente os efeitos da greve dos caminhoneiros. Isso porque o Centro-Sul est� no come�o da colheita. At� agora, as usinas moeram de 10% a 15% da cana esperada para a safra. Metade do setor parou as atividades por conta da falta de diesel. Al�m disso, h� problemas para escoar o etanol. Sem poder vender para o mercado interno ou exportar, as usinas poder�o ter problemas de caixa. Existe ainda o risco de medidas anunciadas pelo governo para o diesel, com o controle de pre�os e redu��o de tributos, atingir tamb�m a gasolina nas refinarias, o que amea�aria a competitividade do etanol.

O trigo tamb�m pode sofrer um alto impacto com os protestos. As lavouras est�o em fase de plantio. Sem diesel, a �rea plantada pode ser reduzida. Da mesma forma, o caf� est� sob um risco elevado, que pode chegar ao n�vel grave. A colheita deve come�ar em breve em Minas Gerais, S�o Paulo, Paran� e Esp�rito Santo. Os cafezais est�o carregados e a colheita � feita quase toda de forma manual. Mas sem diesel, o transporte tanto da m�o de obra quanto da produ��o fica comprometidos.

Problema semelhante enfrenta a laranja, tanto no transporte m�o-de-obra at� os pomares quanto para levar a produ��o at� as ind�strias. As exporta��es de suco de laranja j� sofrem queda.

Para a Agroconsult, toda a cadeia de prote�na animal deve enfrentar dificuldades. O n�mero de animais sacrificados � grande, o que levou � paralisa��o de 167 unidades de abate e de processamento de carnes. Um dado alarmante � que a recupera��o do ciclo de produ��o pode levar at� seis meses para os su�nos e quase dois meses para as aves. No caso da cria��o de gado, o calend�rio s� piorou o quadro. Isso porque o in�cio do inverno e o enfraquecimento das pastagens influenciaram na perda de peso dos animais. No leite, tem sido necess�rio descartar a produ��o porque n�o h� como lev�-la para o processamento.


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