Relatos de amea�as por redes sociais dos caminhoneiros e at� ataques aos motoristas que tentam retomar o transporte de combust�vel e g�s ainda inibem muitos condutores de voltar ao trabalho, especialmente os aut�nomos. A reportagem do Estado de Minas ouviu trabalhadores que tinham os �udios de amea�as gravadas em seus smartphones e que por esse motivo preferem aguardar o fim oficial do movimento, mesmo levando cada vez mais preju�zos.

No primeiro �udio, ocorre a constata��o de um dos integrantes da paralisa��o que est� na refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, de que algumas pequenas distribuidoras est�o tentando transportar combust�vel e furar o movimento. No segundo �udio, a rea��o do membro do movimento de paralisa��o � impedir o transporte da distribuidora a qualquer custo, mesmo que seja preciso atear fogo aos ve�culos de carga.
"A gente tem grupos de whasapp e recebemos essas amea�as por l�. Desse jeito, n�o tem a menor condi��o de a gente colocar nosso caminh�o para carregar, nem com a pol�cia. Porque se n�o, depois, a gente acaba sendo marcado", disse um aut�nomo de 50 anos, morador da Grande BH que n�o se sente seguro e por isso n�o quer arriscar rodar com seu caminh�o tanque para entregar combust�vel no interior.
"S� empresas grandes est�o conseguindo carregar e transportar combust�vel. Mesmo assim sofrem amea�as e a pol�cia escolta. Mas s�o muito grandes, t�m muitos caminh�es. N�s, que somos pequenos, estamos acuados. Se algu�m p�e fogo no meu caminh�o acabou para mim", conta o tanqueiro.
Ainda de acordo com o profissional aut�nomo, as pessoas que fazem amea�as s�o ligadas ao movimento sindical, apesar de n�o serem integrantes de uma entidade de classe. "S� depois de o Chor�o, que est� negociando em Bras�lia as condi��es que o movimento quer � que v�o terminar com esses bloqueios", afirma.
Um outro caminhoneiro chegou a ter o seu caminh�o avariado pelos manifestantes. "Tive um preju�zo de R$ 400. Cheguei com o caminh�o na frente de uma distribuidora de g�s e umas 10 pessoas fecharam a entrada. mandaram eu sair do caminh�o, porque n�o era para ningu�m carregar nada", lembra o profissional aut�nomo, de 61 anos, que mora em Belo Horizonte.
"Perguntei para eles se podia pelo menos entrar com o caminh�o dentro da empresa, mas n�o deixaram. Quando voltei, j� � noite, tinham cortado as mangueiras de ar e o pesca �leo do caminh�o. Levei horas para arrumar e estacionei dentro da distribuidora. Agora, n�o consigo mais sair por causa dos bloqueios", lamenta.
Iguatama - Na noite desta ter�a-feira, depois de 10 dias retido numa paralisa��o da BR-365, em Presidente Oleg�rio, no Noroeste de Minas, o caminhoneiro Adriedson Lopes Pereira, 28 anos, decidiu descer de volta para sua casa, em Iguatama, no Centro-Oeste, assim que os bloqueios foram removidos. Quando passou por Bambu�, j� na sua regi�o, duas pick-ups que estavam paradas pr�ximo � rodovia come�aram a persegui-lo pela estrada. "Achei que iriam me matar. Escutei barulhos de tiros e minha rea��o foi acelerar e dirigir em ziguezague para escapar", conta.
Depois de cerca de 40 minutos tentando escapar, ao passar sobre quebra-molas pr�ximos � ponte sobre o Rio S�o Francisco, os ve�culos conseguiram fechar sua carreta. "Come�aram a quebrar meu caminh�o. Eram umas oito pessoas e usaram pedras, barras de metal e chaves de roda. Quebraram vidros e para-brisa. Tentaram me arrancar de dentro da cabine, mas me segurei e quando disse que tinha chamado a pol�cia, eles foram embora", afirma o caminhoneiro.
De acordo com ele, o preju�zo foi de cerca de R$ 4 mil. "Agora, s� saio depois que as coisas se acalmarem. Mas reconheci alguns deles e vou terminar o boletim de ocorr�ncia, porque isso que fizeram foi errado. poderiam ter me matado e me deram muito preju�zo. O pior de tudo � que estava com a carreta vazia", disse.
