Bras�lia - Caminhoneiros t�m chamado colegas para um novo protesto a poucos quil�metros do Pal�cio do Planalto. Wallace Landim, conhecido como "Chor�o", � o l�der e promete parar o Brasil caso o governo n�o o receba para debater uma pauta ampla e gen�rica: menos impostos e combust�veis mais baratos. "Como o governo vai fazer isso? N�o sei". Nas redes sociais, mensagens sugerem que j� h� dezenas de caminh�es � espera do ato marcado para o domingo. N�o � bem assim. Na sexta-feira, 1º, s� quatro ve�culos estavam l� e a pauta era ainda mais, digamos, dispersa. "Queremos uma solu��o. N�o precisa ser interven��o militar, pode ser dos americanos", defendia Duda Lemos, um dos primeiros a chegar.
A ressaca gerada pela paralisa��o dos caminhoneiros nem acabou e uma parte dos motoristas tenta retomar a paralisa��o. "Desengate seu cavalinho e vamos para Bras�lia!", conclama Chor�o em um v�deo que circulou freneticamente pelas redes sociais nas �ltimas horas. A ideia � reunir caminhoneiros em frente ao est�dio Man� Garrincha no domingo. No dia seguinte, o movimento quer escolher um representante de cada Estado para, ent�o, conversar com o presidente Michel Temer.
A ideia, dizem os caminhoneiros, � pressionar Temer a acatar a pauta escrita � m�o em uma folha de papel sulfite que "Chor�o" exibe em um dos v�deos onde o caminhoneiro detalha novos pre�os para a gasolina, g�s de cozinha e diesel.
O convite para o protesto tem sido acompanhado de imagens que sugerem que j� haveria grande mobiliza��o em frente ao est�dio. A visita ao estacionamento do Man� Garrincha na tarde desta sexta-feira, por�m, era uma verdadeira decep��o. Apenas quatro caminh�es estavam estacionados, sendo que um deles costuma fazer ponto por ali para oferecer servi�os de carreto. Em tempos de fake news, a visita permite ainda constatar que as imagens que correm na internet definitivamente n�o foram tiradas em frente ao est�dio candango.
A Pol�cia Rodovi�ria Federal diz que n�o foi identificado movimento at�pico de caminh�es rumo a Bras�lia. No Pal�cio do Planalto, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que �rg�os de intelig�ncia est�o monitorando o tema. A reportagem n�o conseguiu localizar "Chor�o".
Um dos quatro caminh�es era de Efraim de Freitas que n�o tinha muita certeza se continuaria ali at� domingo. "Estou levando achocolatado de Belo Horizonte para Bel�m e parei. � bem no meio caminho, n�? Mas estou preocupado porque a carga est� muito atrasada", disse, ao defender o protesto para "derrubar o governo". "Juntando todo mundo, a gente tira esse governo. N�o sei se por impeachment ou de outro jeito, mas ele cai".
Quem tamb�m estava por l� era Duda Lemos que afirma ser caminhoneiro, mas estava com um Palio branco no protesto. "O caminh�o est� parado em um posto de combust�vel". Defensor da interven��o "que pode ser dos americanos", Lemos reconhece que o uso das for�as federais de seguran�a foi o respons�vel pelo fim dos bloqueios na semana passada. "Enfraqueceu muito, mas o protesto de domingo vai ser o primeiro de muitos. Pode escrever a�", disse o caminhoneiro que tamb�m faz bico de DJ nos arredores de Bras�lia.
Toda essa mobiliza��o tem sido liderada por um nome que pode ser considerado dissidente da dissid�ncia. "Chor�o" era um coordenador informal de um dos bloqueios em Catal�o (GO). Quando protestos ganharam os telejornais, foi at� Bras�lia e se aproximou das entidades de caminhoneiros reconhecidas pelo governo. Foi assim que participou da primeira reuni�o do setor com o governo na Casa Civil. Mas, sem representar uma entidade, foi exclu�do dos encontros seguintes e disparou contra os que negociavam: "s�o uns vendidos".
Se uniu, ent�o, a outros insatisfeitos, inclusive nomes que n�o s�o das estradas. Assim, pol�ticos e advogados passaram a acompanhar Chor�o nos v�deos que pululam no WhatsApp. O acordo final no domingo passado gerou um novo racha e, ap�s acusa��es m�tuas, o caminhoneiro passou a caminhar sozinho. Agora, diz que 50 mil caminh�es o acompanhar�o at� Bras�lia. Por enquanto, s� os quatro chegaram. Faltam, portanto, outros 49.996.