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Estado de Minas

Cigarro eletr�nico da moda j� vale US$ 16 bilh�es

Juul Labs, fabricante norte-americana, recebeu uma nova rodada de aportes, de US$ 1,2 bilh�o, e amea�a concorrentes tradicionais, como as gigantes Philip Morris e British American Tobacco


postado em 04/07/2018 06:00 / atualizado em 04/07/2018 08:14

Roupagem hi-tech esconde o perigo: um cartucho é o equivalente a fumar um maço de 20 cigarros, ou 240mg de nicotina (foto: Divulgação)
Roupagem hi-tech esconde o perigo: um cartucho � o equivalente a fumar um ma�o de 20 cigarros, ou 240mg de nicotina (foto: Divulga��o)

Rio – A Juul Labs, que fabrica a maior marca de cigarros eletr�nicos dos Estados Unidos, acaba de levantar US$ 1,2 bilh�o numa nova rodada de investimentos que avaliou a startup de S�o Francisco em US$ 16 bilh�es. Entre seus acionistas est�o o Tiger Global Management, que lidera o aporte de recursos, e a Fidelity Investments. Com os recursos, a companhia que j� era observada pelos gigantes da ind�stria de cigarros – a British American Tobacco (BAT), a Altria e a Philip Morris International – ganha musculatura e pode amea�ar seus concorrentes do mercado tradicional de tabaco.

Segundo o site The Information, o faturamento da Juul cresceu mais de 700% no primeiro trimestre, comparado ao mesmo per�odo do ano passado. A consultoria Nielsen diz que a empresa j� tem mais de 60% do mercado americano de cigarros eletr�nicos. O objetivo da capta��o de recursos � levar a Juul para outros pa�ses.

Fundada em 2015, a Juul vende um cigarro eletr�nico que se apresenta como alternativa ao tradicional. O produto, que parece um pen drive, viralizou nas ‘high schools’ americanas gra�as a seu cool factor: os cartuchos de nicotina l�quida v�m em sabores esdr�xulos como manga ou cr�me br�l�e. Mas a roupagem hi-tech esconde o perigo: um cartucho � o equivalente a fumar um ma�o de 20 cigarros, ou 240 miligramas de nicotina. A embalagem parece um produto da Apple, e o kit de entrada custa US$ 49,99.

“Ningu�m mais fuma cigarros,” disse um aluno de ‘high school’ ao The New York Times em uma reportagem publicada recente. “Voc� vai ao banheiro e a chance � zero de que algu�m esteja fumando um cigarro l�, mas h� 50% de chance de que haja cinco caras ‘juuling’. Hoje, o Juul est� para o ‘vaping’ assim como o band-aid est� para o curativo, ou seja, virou sin�nimo”. Os cigarros eletr�nicos tamb�m s�o conhecidos assim porque emitem vapor em vez de fuma�a.

Enquanto o mercado tradicional s� encolhe – o volume de cigarros vendidos nos EUA caiu 4,2% no primeiro trimestre – a Juul s� faz roubar participa��o. Em outubro do ano passado, a startup tinha cerca de 33% do mercado, a BAT era dona de 27% e a Altria, 15%. Sete meses depois, a Juul j� tinha 64% e a BAT, apenas 13,5%.

REFLEXOS
O mercado est� acompanhando essa evolu��o: nos �ltimos 12 meses, as a��es da Philip Morris International ca�ram 21%; as da BAT perderam 22% de valor e a Altria desvalorizou 20%. A situa��o pode piorar. “Acreditamos que a Juul cada vez mais vai crescer tirando participa��o dos cigarros, � medida que sua distribui��o e o conhecimento da marca aumentarem,” escreveu a analista do Morgan Stanley, Pamela Kaufman, em um relat�rio a clientes publicado na segunda-feira (2).

REA��O
Muitas companhias lan�aram produtos alternativos aos cigarros tradicionais, como o ‘vaping’, mas nenhum t�o cool quanto o Juul. O mais promissor deles � o IQOS (acr�nimo para: ‘I Quit Ordinary Smoking’), lan�ado pela Philip Morris International em 2014. Em vez de queimar o tabaco, o IQOS o aquece apenas o suficiente para liberar um vapor contendo nicotina. Em cigarro comum, o tabaco queima a temperaturas superiores a 600° C, gerando a fuma�a, que cont�m subst�ncias qu�micas nocivas. J� o IQOS aquece o tabaco a temperaturas bem mais baixas, de at� 350°C — sem fogo, cinzas ou fuma�a.

Segundo a companhia, cerca de 5 milh�es de consumidores trocaram o cigarro tradicional pelo IQOS, que j� � popular no Jap�o, mas ainda n�o foi aprovado para venda nos EUA pelo FDA, a ag�ncia governamental que regula setores como medicamentos, alimentos e bebidas.

SA�DE Mas o mesmo sucesso que turbinou a avalia��o de mercado da Juul tamb�m gera controv�rsia. Um estudo publicado ano passado no American Journal of Medicine mostrou que, depois de descobrir o ‘vaping’, n�o-fumantes tiveram quatro vezes mais probabilidade de come�ar a fumar cigarros tradicionais. Alarmadas, as escolas est�o alertando os pais de adolescentes sobre os riscos do Juul.

O FDA j� pediu � Juul documentos sobre suas pr�ticas de marketing bem como pesquisa cient�fica a respeito das consequ�ncias do produto para a sa�de.

O mercado de cigarros eletr�nicos e ‘vaping’ – que era de US$ 11,4 bilh�es em 2016 – deve avan�ar mais de US$ 86 bilh�es at� 2025, uma taxa de crescimento anual composta de 23,25% de 2017 a 2025, segundo estimativas da consultoria BIS Research.

Os acionistas da Juul n�o poderiam estar mais felizes. Segundo o The Information, o primeiro aporte do Tiger foi uma valoriza��o de US$ 300 milh�es. J� a Fidelity pagou menos de US$ 16 milh�es em 2015 por uma participa��o que, agora, j� vale US$ 900 milh�es. No Brasil, esse mercado continua sem regulamenta��o, o que tem de ser feito pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa).

 


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