
S�o Paulo – A plataforma Not Just a Label (NJAL) tem sido o ponto de partida para novos talentos da moda ao funcionar como uma esp�cie de vitrine para designers exibirem suas cria��es, tanto para quem trabalha nessa �rea quanto para os potenciais clientes. Hoje, est�o representados no espa�o cerca de 30 mil designers, de 150 pa�ses. Entre eles, brasileiros como Gefferson Vila Nova e Le Tolentino.
“A nova gera��o tem outra no��o sobre o que � luxo e valoriza experi�ncia sobre o consumo. Luxo hoje � individualidade. N�o � uma logo ou uma etiqueta com pre�o alto”, explica Siegel. Para o empres�rio, vem mais mudan�a por a�. “O varejo de luxo est� com os dias contados”, diz Siegel.
A NJAL, criada h� 10 anos, cresce com essa mudan�a de comportamento ao estimular em sua plataforma processos de colabora��o entre designers e uma nova estrutura organizacional para marcas e cidades apoiarem novos criadores.
Lucros
A ind�stria n�o remunera os criadores de forma correta e os lucros acabam concentrados nas m�os de poucos grandes conglomerados, diz Siegel, que tamb�m critica a promo��o do consumo desenfreado e o uso de influenciadores.
“O cach� das celebridades n�o pode ser mais importante do que o valor pago aos designers, aos criadores. As roupas se tornaram irrelevantes. Quando a ind�stria da moda come�a a financiar cora��es virtuais (likes no Instagram), em vez de almas verdadeiras, mandamos uma mensagem para as futuras gera��es que parecer bonito � o mesmo que criar beleza.”
Desde que o NJAL foi fundado, sua principal fonte de receita vem de fora da plataforma: consultoria para governos que querem promover suas cidades ou pa�ses como celeiro de moda independente, principalmente por meio de eventos, como o que transformou o t�rreo do hotel Waldorf Astoria em uma pop-up store.
Em eventos off-line ou pelo site, A NJAL se prop�e a promover uma moda �tica e sustent�vel, remunerando designers de forma “justa” e eliminando intermedi�rios.
Foram nove anos para atrair os primeiros investimentos. No ano passado, A NJAL recebeu aportes do fundo chin�s C-Ventures, especializado em moda e millennials, e da venezuelana Carmen Busquets, fundadora e ex-s�cia do Net-a-Porter, um dos maiores sites de vendas de marcas de luxo.
Siegel, que pretende lan�ar o marketplace da NJAL em outubro, promete repassar 90% do valor das vendas para os designers. Para incrementar as fontes de receita, ele tamb�m deve desenvolver servi�os B2B.
Al�m disso, at� o fim do ano, a NJAL vai oferecer uma assinatura mensal de “uso de direitos autorais” para grandes redes de ‘fast fashion’, que passar�o a ter o direito de copiar o design dos 4 milh�es de pe�as exibidas na plataforma. O modelo, desenvolvido com apoio da Uni�o Europeia, j� teve um piloto com a Inditex, dona da Zara.
Brasil
A internet tem sido um espa�o de experimenta��o para novas formas de se produzir e consumir moda. A brasileira Udesign, fundada h� pouco mais de um ano pelo empreendedor Ivan Pereira, permite encomendar o look das passarelas, mas a produ��o � toda feita sob encomenda. S� � produzido o que � vendido.
Em uma d�cada de mercado, a Not Just a Label ganhou evid�ncia ao receber o apoio de Vivienne Westwood, a rainha da moda punk londrina, e da cantora pop Lady Gaga. N�o demorou para Siegel se tornar queridinho da Cond� Nast, que publica a revista Vogue. Ele costuma ser chamado para palestrar em semin�rios sobre o futuro da ind�stria de luxo, em que apresenta uma vis�o cr�tico-catastr�fica do mundo da moda.
