Numa an�lise global dos indicadores da ind�stria, do varejo e dos prestadores de servi�os, e que inclui a infla��o mais alta enfrentada pelas fam�lias, o que o pa�s observa s�o efeitos pr�ximos da realidade que foi transformada pela falta do transporte de mercadorias e servi�os, aliada ao desabastecimento de mat�rias-primas e produtos finais. A produ��o industrial caiu 10,9% em maio, as vendas do com�rcio varejista sentiram baque de 0,6%, afetando os prestadores de servi�os, como o IBGE mostrou ontem, e a infla��o subiu de 0,4% para 1,26% ainda em maio, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA).

No setor de servi�os, a redu��o de 3,8% do �ndice de volume de servi�os prestados no pa�s foi a mais acentuada desde o in�cio da s�rie hist�rica de dados acompanhados pelo IBGE, em janeiro de 2011. S� tr�s estados observaram aumento em rela��o a abril: Acre (4,6%), Distrito Federal (1,4%) e Piau� (1%). A lista dos maiores recuos � encabe�ada pelo Tocantins, com perda de 20,2%em maio, seguido do Esp�rito Santo (-11,3%) e Mato Grosso (-9,3%).
A greve dos caminhoneiros deixou heran�a negativa para o setor de servi�os no ano, uma vez que algumas das perdas registradas n�o podem ser recuperadas, segundo Rodrigo Lobo, gerente da Coordena��o de Servi�os e Com�rcio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). “Se ao final do ano tivermos uma taxa positiva no setor de servi�os, ela poderia ter sido mais positiva se n�o fosse a greve de caminhoneiros. Se a taxa for negativa, ela poderia ter sido menos negativa. Algumas perdas n�o v�o ser refeitas nos pr�ximos meses. Alguma coisa se perdeu que n�o vai voltar atr�s”, disse Lobo.
O mau desempenho foi puxado pelo tombo tamb�m recorde de 9,5% registrado pelo segmento de transportes, servi�os auxiliares ao transporte e correio, embora as perdas tenham sido generalizadas entre todas as atividades pesquisadas. “Mercadorias que n�o foram escoadas naquele per�odo n�o ser�o mais, isso se perdeu. Elas eram necess�rias naquele momento, agora n�o s�o mais. Produtos perec�veis se perderam. Aquele frete que voc� vai fazer agora n�o � aquele que voc� teria feito em outro per�odo, aquele se perdeu”, explicou Lobo.
N� em restaurantes
O transporte terrestre, que inclui os caminh�es, despencou 15% em maio ante abril, queda tamb�m hist�rica, afetando outros servi�os subjacentes. “Os restaurantes que ficam � beira de rodovias tiveram retra��o brusca, � um efeito secund�rio da greve, que pega outras atividades para al�m do setor de transportes. A repara��o de m�quinas e ve�culos tamb�m ficou prejudicada por causa da falta de pe�as de reposi��o”, disse o analista do IBGE.
Com a greve, os servi�os de transporte terrestre operavam em maio 30,8% abaixo do pico alcan�ado em fevereiro de 2014. O segmento representa mais da metade (52,3%) do setor de transporte como um todo, lembrou o pesquisador do IBGE. Lobo acredita que o setor de servi�os possa mostrar alguma recupera��o em junho, apesar dos efeitos negativos da realiza��o da Copa do Mundo de Futebol, realizada na R�ssia, sobre o desempenho de empresas que liberam funcion�rios para assistir �s partidas.
“O indicador antecedente que mede o fluxo de ve�culos pesados das estradas mostrou crescimento de 47% em junho ante maio”, apontou Lobo. Os servi�os prestados �s fam�lias encolheram 0,3% em maio ante abril; os servi�os profissionais e administrativos ca�ram 1,3%; o segmento de outros servi�os teve redu��o de 2,7%; e os servi�os de informa��o e comunica��o diminu�ram 0,4%. O chamado agregado especial das atividades tur�sticas recuou 2,4% na passagem de abril para maio.
Na compara��o com o mesmo per�odo do ano anterior, os servi�os recuaram tamb�m 3,8% em maio deste ano, a queda mais intensa desde abril de 2017, quando a taxa retrocedeu 5,7%. A taxa acumulada em 12 meses ficou em -1,6% em maio, ante -1,4% em abril, interrompendo trajet�ria ascendente iniciada em abril de 2017.
enquanto isso...
...Agora � ‘quase’ adeus
Quem cresceu na virada dos anos 1990 para os 2000 provavelmente entrou em uma Blockbuster, a ex-rede gigantesca de locadoras de v�deos que dominou o mercado mundial na �poca. Com a populariza��o da internet e dos servi�os de streaming, as locadoras de v�deo foram v�timas da evolu��o tecnol�gica e praticamente sumiram. A pr�pria Blockbuster declarou fal�ncia em 2010, quando a maioria das suas lojas j� havia fechado. No Brasil, as 127 lojas da rede (foto) foram adquiridas pela Lojas Americanas em 2007. No entanto, tr�s unidades da marca nos Estados Unidos ainda sobreviveram e chegaram abertas em 2018. Agora, duas delas anunciaram que v�o fechar as portas. Localizadas em Anchorage e Fairbanks, as duas maiores cidades no Alasca, o estado norte-americano localizado no �rtico, elas v�o fechar na pr�xima segunda-feira. A �nica loja restante da Blockbuster ser� a localizada em Bend, no Oregon, uma cidade de 92 mil habitantes no Noroeste do pa�s.