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Estado de Minas

Subst�ncia que gerou condena��o da Monsanto � restrita em v�rios pa�ses

Tribunal dos EUA obriga multinacional Monsanto a pagar US$ 290 milh�es a jardineiro e diz que produto contribui para evolu��o de c�ncer no trabalhador


postado em 12/08/2018 06:00 / atualizado em 12/08/2018 08:57

Dewayne Johnson, de 46 anos, sofre de um linfoma não Hodgkin incurável, que ele atribui ao uso de herbicida (foto: Josh Edelson/AFP)
Dewayne Johnson, de 46 anos, sofre de um linfoma n�o Hodgkin incur�vel, que ele atribui ao uso de herbicida (foto: Josh Edelson/AFP)

 

San Francisco – Um nome pol�mico, lucros crescentes: esse � o retrato do gigante agroqu�mico americano Monsanto, que dever� pagar cerca de US$ 290 milh�es a um jardineiro americano por n�o ter informado sobre os riscos de seu herbicida Roundup. A decis�o hist�rica foi tomada por um j�ri de San Francisco, no estado norte-americano da Calif�rnia, que considerou que a companhia agiu com “mal�cia” e que o herbicida, assim como sua vers�o profissional RagenrPro, contribu�ram “substancialmente” para a doen�a terminal do trabalhador californiano Dewayne Johnson.


Classificado como “cancer�geno prov�vel” pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) desde 2015, o glifosato � o pesticida mais usado no mundo. Lan�ado em 1976, o Roundup � o mais conhecido deles. “Recebi muito apoio desde o come�o deste caso, muitas ora��es e energia de pessoas que sequer conhe�o. Estou contente de poder ajudar em uma causa que vai al�m de mim. Espero que esta decis�o d� ao assunto a aten��o que necessita”, declarou Johnson ap�s o resultado no tribunal.

Embora a Monsanto tenha sido alvo de v�rios processos judiciais em diferentes n�veis em todo mundo sobre diferentes assuntos, o processo aberto em S�o Francisco a respeito do Roundup e sobre seus poss�veis efeitos carcinog�nicos � o primeiro desse tipo. A Monsanto afirmou que vai recorrer da decis�o. “Sentimos empatia com o senhor Johnson e sua fam�lia (...) mas defenderemos vigorosamente este produto com 40 anos de hist�ria e que continua sendo vital, efetivo e seguro para agricultores e outros”, declarou. “O juri entendeu tudo errado”, afirmou o vice-presidente da Monsanto, Scott Partridge.

Ap�s oito semanas nos tribunais, o j�ri ordenou � companhia pagar US$ 250 milh�es em danos punitivos com danos compensat�rios e outros custos, levando o total a quase US$ 290 milh�es. Johnson, de 46 anos, sofre de um linfoma n�o Hodgkin incur�vel, que ele atribui ao fato de ter usado repetidamente RoundUp e RangerPro durante seu trabalho em uma escola entre 2012 e 2014. Esta foi a primeira vez que a Monsanto, comprada pela alem� Bayer, foi ao banco dos r�us pelos potenciais efeitos cancer�genos desses produtos que cont�m glifosato, uma subst�ncia controversa.

FUS�O BILION�RIA Em 2017, o lucro l�quido da empresa foi de mais de US$ 2 bilh�es, com um volume de neg�cios de cerca de US$ 15 bilh�es. Depois de ter elevado tr�s vezes sua oferta de compra, a Bayer finalmente p�s sobre a mesa mais de US$ 60 bilh�es para adquirir uma empresa norte-americana. Uma vez conclu�da a megafus�o, o grupo alem�o rapidamente informou que a marca Monsanto seria abandonada.


H� d�cadas, o nome Monsanto tem sido associado a produtos controversos por seus efeitos sobre os seres humanos e sobre o meio ambiente, principalmente o Roundup, que cont�m glifosato. Fundada em 1901, em St. Louis, no Missouri, a Monsanto come�ou produzindo sacarina, um potente ado�ante, para, em seguida, lan�ar-se na agroqu�mica a partir da d�cada de 1940.


A Monsanto tem sido associada � fabrica��o, junto com outros grupos qu�micos, do desfolhante conhecido como Agente Laranja, usado pelo Ex�rcito dos EUA durante a Guerra do Vietn�. Seu principal e controverso pesticida, o Roundup, foi lan�ado em 1976. Depois, a Monsanto desenvolveu a primeira c�lula vegetal geneticamente modificada, antes de se especializar em transg�nicos. As primeiras sementes geneticamente modificadas, concebidas para resistir ao Roundup, s�o vendidas desde a d�cada de 1990.


O Roundup cont�m glifosato, uma subst�ncia muito pol�mica que � objeto de estudos cient�ficos conflitantes quanto � sua natureza carcinog�nica. Tamb�m � acusado de ser prejudicial ao meio ambiente, de contribuir para o desaparecimento das abelhas, ou de ser um disruptor end�crino. O glifosato � o pesticida mais usado no mundo sob v�rias marcas, desde que a patente da Monsanto se tornou p�blica em 2000.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


DEFESA DO GLIFOSATO No dia seguinte � condena��o da Monsanto, o grupo farmac�utico Bayer declarou ontem que o glifosato � “seguro e n�o cancer�geno”. Apesar da decis�o judicial que pode estabelecer jurisprud�ncia, o grupo farmac�utico alem�o n�o vai parar a produ��o do glifosato, usado em n�vel global na agricultura por sua efic�cia e baixo custo. “Baseando-se em provas cient�ficas, avalia��es regulamentadoras em escala mundial e em d�cadas de experi�ncia pr�tica do uso do glifosato, a Bayer estima que o glifosato � seguro e n�o cancer�geno”, declarou um porta-voz da companhia.

 

 

Pol�mica ronda o Brasil


O Projeto de Lei 6.299/2002, que altera a legisla��o sobre agrot�xicos no Brasil, apelidada de Pacote do Veneno na C�mara dos Deputados, sugere mudan�a na nomenclatura dos agrot�xicos, que passariam a ser chamados de “produtos fitossanit�rios”. O argumento dos ruralistas � de que h� “preconceito” no termo atual. Al�m disso, eles afirmam que o pa�s deve se adequar � express�o utilizada em outros pa�ses (em ingl�s, agrot�xicos s�o chamados de pesticidas). O registro de novos produtos passaria a ser centralizado no Minist�rio da Agricultura, em vez do controle atual que � feito por tr�s �rg�os: Minist�rio da Sa�de, Ibama e o pr�prio Minist�rio da Agricultura.

 


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