S�o Paulo – O reaquecimento da economia e o aumento do mercado de financiamento no Brasil est�o estimulando uma velha e conhecida modalidade de cr�dito: a de cons�rcios. Puxado pela comercializa��o de ve�culos, motocicletas, im�veis e eletrodom�sticos, com a venda de 1,882 milh�o de cotas e R$ 76,4 bilh�es movimentados, o setor cresceu 7,6% entre janeiro e setembro na compara��o com o mesmo per�odo do ano passado, quando foi registrado 1,749 milh�o ades�es.
Os n�meros s�o os melhores em muitos anos. Somente em setembro, o sistema registrou a marca de 241,5 mil novas cotas, bem perto das 250 mil comercializadas em dezembro de 2015. Com isso, o m�s garantiu a quarta melhor posi��o nos �ltimos dez anos. “Os n�meros mostram que os consumidores aprovam o modelo como alternativa devidamente planejada na hora de comprar bens ou contratar servi�os diversificados”, destacou Rossi. O ac�mulo de ades�es constatadas nos tr�s trimestres � igualmente maior se comparado aos respectivos meses desde 2014.
Em setembro, os destaques foram os recordes obtidos na atual temporada em cada um dos seis setores – ve�culos leves, ve�culos pesados, motos, im�veis, servi�os, eletroeletr�nicos e outros bens dur�veis. “Mesmo em tempos de juros baixos, os cons�rcios t�m se mostrado uma alternativa de planejamento de aquisi��es de m�dio e longo prazo, al�m de baixo custo em compara��o aos financiamentos tradicionais”, afirma o economista Marcos Silveira, da Funda��o Getulio Vargas (FGV).
Os valores, no entanto, t�m apresentado oscila��es. Em setembro, o t�quete m�dio atingiu R$ 42,5 mil, 3,2% inferior aos R$ 43,9 mil de igual m�s de 2017. Em rela��o a janeiro �ltimo, houve uma eleva��o de 10,4% sobre os R$ 38,5 mil. Segundo a pesquisa da Abac, de 189 dias �teis decorridos nos nove primeiros meses (o mesmo total trabalhado h� um ano), a m�dia di�ria das ades�es alcan�ou 9,95 mil ou 7,5% a mais do que as 9,26 mil anteriores. S� nos 19 dias de setembro, quando foram comercializadas 12,7 mil cotas por dia – recorde nos �ltimos tr�s anos – houve alta de 10,4% sobre as 11,5 mil por dia comparativamente ao mesmo m�s analisado em 2017.
Ainda pelos n�meros do levantamento, o total de consorciados ativos chegou a 7,055 milh�es em setembro, 2,7% acima dos 6,872 milh�es do mesmo m�s de 2017. O aumento sucessivo em doze meses permitiu alta de 2,8% sobre outubro de 2017 – eram 6,860 milh�es comparativamente a 7,055 milh�es de setembro.
De janeiro a setembro de 2018, o total das contempla��es contabilizou 893,4 mil, ou 2,1% menos do que as 912,6 mil anteriores no mesmo per�odo em 2017. Os cr�ditos relativos aos contemplados subiram 2,1%. Em 2017, houve ac�mulo de R$ 29,63 bilh�es (janeiro-setembro), mas neste ano ultrapassaram R$ 30,24 bilh�es.
NA CONTRAM�O A expans�o dos cons�rcios contrasta com as dificuldades da economia em impor um ritmo constante de crescimento. Durante os nove primeiros meses de 2018, a economia nacional andou em c�mera lenta porque tamb�m esperava o desfecho das elei��es.
O �ndice de Confian�a do Empres�rio Industrial (ICEI), da Confedera��o Nacional da Ind�stria, recuou 0,5 ponto, para bater na casa dos 52,8 pontos em setembro. O �ndice negativo � o primeiro registrado na compara��o mensal desde a forte queda de junho (-5,9 pontos), por conta da paralisa��o dos servi�os de transporte rodovi�rio de carga.
Apesar da retra��o, a recupera��o acumulada em julho e agosto (+3,7 pontos) n�o foi totalmente suficiente: o ICEI encontra-se 1,3 ponto abaixo de sua m�dia hist�rica, e 2,9 pontos abaixo do registrado no mesmo m�s de 2017.
Paralelamente, ainda em fun��o da crise de confian�a, alguns segmentos do com�rcio devem terminar o ano com resultados abaixo do esperado, segundo a Fecomercio. Embora ainda leve certo tempo para uma melhora das condi��es econ�micas do pa�s, o setor pode adotar algumas a��es para planejar a estrat�gia de neg�cios visando o fim deste ano. A expectativa principal est� nas vendas de Natal, especialmente com a entrada do 13º sal�rio.