A corrida pela reacomoda��o do mercado de livrarias, ap�s a l�der de mercado fechar 20 de suas lojas, j� come�ou: a livraria Leitura, hoje a segunda maior rede do Pa�s, fez propostas para tentar assumir cinco dos pontos de venda que a rival Saraiva fechou nas �ltimas semanas.
Algumas dessas unidades ficam na capital paulista, onde a mineira, forte fora do eixo Rio-S�o Paulo, tem presen�a discreta. De acordo com o presidente da Leitura, Marcus Teles, � poss�vel que duas ou tr�s das ofertas realizadas resultem na mudan�a da bandeira Saraiva para a Leitura.
Nas �ltimas semanas, o Estado conversou com diversas editoras de livros sobre a situa��o do setor, e executivos apontaram a Leitura como a principal candidata a compensar parte do baque que o mercado de livros sentir� com as dificuldades enfrentadas pela Saraiva.
Com d�vida de R$ 485 milh�es, a l�der do setor est� com pagamentos atrasados com as editoras e tenta um novo acordo para evitar a recupera��o judicial, caminho j� tra�ado por outro peso pesado do mercado, a paulistana Cultura.
Assim como as editoras, o presidente da Leitura afirma que a crise enfrentada por grandes livrarias est� menos ligada ao produto em si e mais a quest�es espec�ficas da administra��o das empresas. Segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), as vendas de livros acumulam expans�o de 3,65% em volume e de 5,37% em valor de janeiro a outubro de 2018, na compara��o com o mesmo per�odo de 2017.
Entre os caminhos seguidos pelas rivais que Teles afirma querer evitar est�o a forte aposta nas vendas pela internet - setor no qual, segundo ele, as margens costumam ser negativas - e a abertura nas "megastores".
Sem bater de frente com as concorrentes ao escolher abrir mercados em capitais pouco servidas por livrarias - como Teresina, Jo�o Pessoa e Porto Velho - e em cidades do interior, como Mogi das Cruzes (SP), a rede mineira cresce se desviando de d�vidas e com olhos atentos � rentabilidade.
"Se uma loja d� preju�zo por mais de dois anos, n�s a fechamos", explica Teles. Uma das "v�timas" desse pragmatismo foi a unidade que a Leitura chegou a abrir na Avenida Paulista.
A "tradi��o" de encerrar pontos deficit�rios dever� ser mantida em 2019, quando a Leitura pretende abrir sete lojas - incluindo as convers�es da Saraiva -, mas dever� encerrar duas. Desta forma, a Leitura dever� fechar 2019 com 75 unidades, n�mero pr�ximo �s 84 que a Saraiva tem hoje. Depois de alguns anos de retra��o, o empres�rio diz que a rede voltou a crescer em 2018 - cerca de 8% no acumulado do ano - e prev� uma alta maior, de aproximadamente 10%, no ano que vem. A empresa n�o revela faturamento, mas o Estado apurou que a receita est� pr�xima da marca de R$ 480 milh�es.
Lideran�a
Com duas das principais rivais em crise, a Leitura pretende manter o ritmo de crescimento para, dentro de tr�s ou quatro anos, ser a livraria l�der em varejo f�sico no Pa�s. Para ganhar espa�o, a empresa est� buscando oportunidades em espa�os ignorados pelas grandes redes. Em S�o Paulo, est� assumindo pontos de venda nos terminais rodovi�rios Tiet� e Barra Funda, por exemplo. A ideia � manter os gastos com aluguel sob controle, com lojas que variem entre 300 e 500 metros quadrados.
Embora persiga a lideran�a no varejo f�sico de livros, Teles diz que n�o est� interessado em fazer o mesmo movimento no e-commerce. Ausente das vendas pela web desde 2014 - ap�s encerrar uma opera��o que perdurou por 16 anos -, ele prepara o retorno da Leitura ao meio virtual para 2019, mas sem grandes ambi��es. O presidente da Leitura pretende aproveitar os ativos que j� tem, usando as lojas f�sicas como eixos de distribui��o.