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Estado de Minas ENTREVISTA

Maior rede de coworking do mundo chega a BH prometendo oportunidade no meio da crise

WeWork abre primeira unidade na capital e j� prev� expans�o com novas para o pr�ximo ano


postado em 25/11/2018 07:00 / atualizado em 25/11/2018 10:02

(foto: Gladyston Rodrigues/ EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/ EM/D.A Press)


Pare agora a leitura deste site e pense: qual seu �nimo para ir para o trabalho nesta segundona que bate � porta?. Agora saiba que uma turma chegar� ao escrit�rio e encontrar� um evento, uma festinha. Chamada Thank God is monday (Gra�as a Deus � segunda-feira, vers�o de ponta-cabe�a do Thank God is friday).

O ‘happy hour de come�o de semana’ � uma das marcas registradas do trabalho feito na WeWork – maior rede de coworking do mundo, avaliada em US$ 45 bilh�es, que chegou a Belo Horizonte esta semana, com o desafio de mostrar que o “trabalho feliz” deve ser mais que um discurso vazio. E tamb�m, que � sustent�vel o crescimento previsto.

A primeira unidade, na Rua Sergipe, na Savassi, Regi�o Centro-Sul da capital, abriu com 200 postos de trabalho ocupados (o mais barato custa R$ 1 mil). At� fevereiro, ser�o 850. E, em mar�o, uma nova unidade chegar� ao pr�dio corporativo do Boulevard Shopping.

Globalmente, a empresa tem 335 espa�os f�sicos em 83 cidades e 24 pa�ses. At� o fim deste ano, a WeWork projeta que ter� aumentado seu n�mero de espa�os de trabalho para 400 e seus membros (hoje, 320 mil pessoas) para 400 mil. O Estado de Minas conversou com Lucas Mendes, diretor-geral da WeWork Brasil, para entender o que h� por tr�s de tanto otimismo.


Chama muito a aten��o o fato de os mais altos cargos da WeWork serem ocupados por figuras em torno dos 30 anos de idade. O que isso significa para voc�s?

Nossos fundadores tamb�m s�o novos, ent�o, temos cultura de apoio, autonomia. Esse � o jeito como a gente funciona aqui na Am�rica Latina, particularmente. O CEO regional tamb�m � relativamente novo e trabalha com confian�a. Deixando as pessoas trabalharem, serem aut�nticas no trabalho, trazer quem elas s�o. Porque aqui, a gente fala muito que aquela separa��o entre a vida pessoal e o trabalho mudou bastante. Ent�o, a gente quer que as pessoas tragam o que elas t�m de melhor. E isso pode ser coisas como: tem tatuagem? N�o precisa escond�-la. O cachorro? Traga o cachorro (para o trabalho). Qualquer orienta��o sexual tamb�m � bem-vinda. Ent�o para mim tamb�m � �bvio: a gente cresceu muito mais r�pido do que imaginava, n�?. Quando entrei, a gente queria fazer dois pr�dios em S�o Paulo; agora, vamos terminar o ano com 14 no Brasil. E o neg�cio foi dando certo e n�s tentamos manter o p� no ch�o, escutar muito. J� trabalhei em empresas maiores. Ent�o, tem coisas de empresas grandes que a gente tenta replicar para ganhar escala e ter sucesso. E, por outro lado, manter essa cultura de startup, de trazer gente boa, de n�o ter burocracia, de focar no cliente.

Voc� falou em manter o p� no ch�o, mas as perspectivas de crescimento de voc�s s�o bem maiores do que as mais otimistas proje��es da economia brasileira. Isso alimenta a suspeita dos cr�ticos do que seria uma nova bolha digital, da qual a WeWork poderia ser um expoente. Esse imp�rio em expans�o n�o � constru�do sobre areia movedi�a?
Temos muita ambi��o, l�gico, n�? Mas o p� no ch�o est� no jeito com que a gente vai endere�ar essa ambi��o. Por exemplo, estamos aqui agora no andar de um cliente s�, que tem contrato de anos conosco. Hoje em dia, globalmente, 30% da base de clientes nossos s�o grandes empresas com mais de 1 mil funcion�rios. Era uma coisa que h� dois anos n�o existia. Se a base fossem empresas pequenas, a vulnerabilidade seria maior. H� muita empresa pequena, a gente adora, sabemos que elas aproveitam muito esse espa�o aqui, conseguimos trazer um pre�o muito competitivo, mais de 70% das empresas participam da rede social e tudo. Conseguimos democratizar os escrit�rios de primeira linha – antigamente restritos a empresas j� estabelecidas. Nosso pr�ximo pr�dio em Belo Horizonte ser� onde funciona a sede do Google (no Boulevard Shopping). Ent�o, um freelancer pode estar nesse espa�o. Isso, sem d�vida, foi um conceito que a WeWork trouxe que ajudou muitos neg�cios a crescerem muito r�pido. Quando foi aberta nos Estados Unidos, est�vamos no meio da crise de 2010. Quando tem crise, as pessoas olham para c� como oportunidade para reduzir custo, para trabalhar de um jeito novo. �bvio, quando a economia est� crescendo, as empresas est�o crescendo, e isso para n�s � �timo. H� casos de empresas em S�o Paulo que est�o conosco h� um ano e meio, come�aram com duas pessoas e hoje t�m mais de 30 funcion�rios. A gente � parte da solu��o, n�o do problema. Para construir isso aqui, voc� gera mais de 200 empregos diretos, fora as pessoas que contratamos. H� estudos da WeWork no Estados Unidos e em Londres que demonstram o efeito multiplicador desses ambientes de trabalho compartilhados. Como as empresas que est�o aqui conseguem gerar neg�cios, a grande maioria delas acaba contratando mais gente ainda. Isso a� vai gerando um c�rculo virtuoso.

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Em que foi baseada a decis�o de abrir a unidade em Belo Horizonte?

� muito natural virmos para c�: uma cidade que tem muita oportunidade, e uma cidade de vanguarda em um dos setores que vamos muito bem, como tecnologia. Belo Horizonte tem tradi��o de boas escolas, tem muita m�o de obra qualificada, tem o S�o Pedro Valley, tem casos de sucesso como o da Akwan (empresa comprada pelo Google) – rar�ssimo caso de aquisi��o por uma grande empresa americana. �bvio que a gente considerou isso e tamb�m que tem v�rios outras grandes empresas que querem vir para c�, de todos os setores. Ano que vem teremos abertura de novas unidades da WeWork, em v�rios outros pr�dios de BH. � aquele neg�cio: Minas Gerais, apesar das montanhas, est� conectada com o mundo. Ent�o, essa � uma tend�ncia global, de as pessoas reverem o jeito de trabalhar.

Voc� prev� para janeiro um hub de inova��o para a minera��o. O que podemos esperar dessa iniciativa, que re�ne empresas de tecnologia e mineradoras?
A gente se juntou com 12 mineradoras, as maiores do Brasil, e um andar inteiro vai reunir startups, mineradoras e empresas da cadeia de minera��o: dezenas de empresas de um setor forte aqui, que vai dividir espa�o. � um projeto nacional. Essa economia de hoje � baseada no talento: quanto melhor as empresas tratam o talento, mais bem-sucedidas elas s�o. E esse tipo de ambiente ajuda, barateia e cria amplo acesso �s empresas dispostas a ajudar o talento para que reforcem esse ambiente: conectado com o mundo inteiro e pensando no bem-estar do funcion�rio. Desde as startups �s empresas que buscam se reinventar. Paras as empresas de tecnologia – as que j� existem e as que est�o surgindo – isso aqui vai ajudar. Trazer a WeWork para c� vai ajudar as empresas a criarem oportunidades para reter talentos em Minas. As mineradoras, por exemplo, est�o repensando como aplicar a tecnologia e esse jeito novo de trabalhar no setor. Para quem precisa passar por uma transforma��o digital, um ambiente igual a este aqui ajuda muito.

Sobre a hist�ria do bem-estar no trabalho, um dos pilares da WeWork � o foco na comunidade. O que tem de core local nessa opera��o de BH?
A gente sabe que mineiro � muito bom de hospitalidade. O mineiro conversa mais devagar, trata as pessoas muito bem, ent�o, vai ser sempre bom trazer quem n�o � daqui pra c�. E isso � um core da empresa aqui para a gente, um peda�o importante no nosso trabalho de comunidade. Cada pr�dio que fazemos � desenhado pensando no lugar. Neste pr�dio aqui, a parte de cima j� foi programada para ter uma �rea ampla para eventos. E trabalhamos tamb�m com v�rios fornecedores locais. A cerveja – que aqui � liberada – � local, o caf� � local. E este ser� um WeWork com open p�o de queijo.

Como garantir que o discurso do “trabalho feliz” n�o seja s� um discurso est�ril?

O que percebemos nos nossos espa�os � que n�o � geracional essa mudan�a de atitude. Temos muitos executivos de grandes empresas que agora viraram mentores de startups, consultores. Essa tend�ncia, de ter uma vis�o de prop�sito para o trabalho, at� come�ou com os millenials. Mas, hoje em dia, extrapolou isso – quando o assunto � for�a de trabalho, todas as empresas est�o se perguntando sobre isso, empregados e empregadores. Para a transforma��o ser efetiva, de fato, n�o basta falar, mas a pr�tica da empresa � muito importante. N�o � por acaso que aqui trabalhamos muito com vidro, que remete � transpar�ncia. Quem � mais novo cobra muito isso da empresa – se ela realmente faz o que fala. Ent�o, tentamos montar espa�os que v�o ajudar as pessoas a se encontrar, ativamos o que chamamos de ‘prosas’, com eventos semanais, e as pessoas v�o descobrindo interesses a�. Quando falamos de misturar vida pessoal e profissional � isso. Em S�o Paulo, foram criados grupo de corrida, torneio de xadrez, clube de games de tabuleiro. Quantas vezes voc� trabalhou anos com uma pessoa e sabe mal, mal o time para que ela torce? Mas a gente espera que, em ambiente mais solto, as pessoas possam ser aut�nticas, ser elas mesmas. Trazer elementos de bem-estar, de divers�o para o ambiente de trabalho ajuda a quebrar um pouco, mas, � �bvio, tem que ser produtivo; n�o � que voc� vai ficar aqui brincando. Produtivo hoje em dia n�o quer dizer mais triste. Triste nunca foi sin�nimo de produtividade. Ao contr�rio, os estudos mostram que quanto mais engajado, mais feliz, mais cheio de prop�sito, melhor � o desempenho do funcion�rio. Ent�o, estamos bem alinhados com o que tem de mais cient�fico nas quest�es de produtividade. E a�, cada empresa, cada funcion�rio, tem esse desafio, que tamb�m � pessoal, n�? De entender se est� no lugar certo, na empresa certa. Como fazer para transformar a empresa e se transformar neste mundo novo – um mundo melhor, que vai ter mais oportunidade e em que as pessoas v�o ser mais felizes no trabalho.


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