
O varejo � um dos principais alvos da rob�tica. Aos poucos, as m�quinas est�o trocando rotineiras tarefas nas f�bricas para circular e interagir no meio da clientela de shoppings e lojas convencionais. Um dos exemplos em uso no Brasil � o Sanbot, um �gil sistema comercializado pela startup XRob�, do empres�rio Andr� Ara�jo.
Trata-se da primeira companhia brasileira especializada no desenvolvimento de aplica��es sob medida para os rob�s. “Aplica��o”, neste caso, significa a incorpora��o da intelig�ncia artificial para que o rob� tenha autonomia de a��o. Segundo Ara�jo, a fun��o b�sica do rob� de servi�o no varejo � prestar informa��es e apresentar produtos, al�m de comentar e comparar as op��es oferecidas ao p�blico.
''Acreditem. Os rob�s manifestam emo��es, executam reconhecimento facial e alertam sobre poss�veis produtos a serem localizados''
. Andr� Ara�jo, dono da XRob�
Mais do que isso: apontar se h� estoques dispon�veis e at� registrar pedidos. “Acreditem. Os rob�s manifestam emo��es, executam reconhecimento facial e alertam sobre poss�veis produtos a serem localizados”, afirma Ara�jo. Em shoppings tradicionais, eles ainda podem indicar – sem nenhuma falha – a localiza��o das lojas e o melhor caminho para chegar at� elas. Al�m disso, os aut�matos recepcionam clientes, superam obst�culos e se locomovem entre os consumidores para orient�-los adequadamente.
“Os rob�s de servi�o cumprem tarefas para facilitar as vendas e se constituem em importantes pe�as na engrenagem do varejo moderno”, observa o CEO da XRob�. No final do ano passado, a empresa, instalada em S�o Paulo, lan�ou o primeiro rob� de servi�os na hotelaria brasileira. A programa��o embarcada no humanoide atuou como concierge em uma rede de hot�is na capital paulista.
O Brasil � um mercado incipiente. N�meros da IFR (Federa��o Internacional de Rob�tica) revelam que o pa�s tem 10 rob�s para cada 10 mil trabalhadores. A m�dia global � 74.
De acordo com especialistas, a 4ª Revolu��o Industrial – ou Ind�stria 4.0 – pode abalar as vagas de trabalho no Brasil. O crescente uso dos rob�s e da intelig�ncia artificial nas mais diversificadas atividades profissionais deve eliminar pelo menos 30 milh�es de empregos formais at� 2026 no mercado nacional. Os dados aparecem em um estudo do Laborat�rio de Aprendizado de M�quina em Finan�as e Organiza��es da Universidade de Bras�lia (UnB).
Segundo a pesquisa, num prazo limite de sete anos, mais de 54% dos empregos formais do pa�s talvez sejam ocupados pelos rob�s e programas computadorizados. O �ndice representa aproximadamente 30 milh�es de postos pelo crit�rio de carteira assinada. Os dados atuais comp�em a Rela��o Anual de Informa��es Sociais (Rais) do Minist�rio do Trabalho. O levantamento de 2018 avaliou um total de 2.602 profiss�es.7
O cen�rio motivou duas correntes de pensamentos relacionadas ao futuro das profiss�es. Uma delas � pessimista ao se referir ao “robocalipse”, que provocaria um incontrol�vel decl�nio nas alternativas de trabalho humano.
A segunda � mais otimista e defende a tese de que o desenvolvimento da intelig�ncia artificial implicaria na indispens�vel adapta��o dos empregados �s imposi��es de um concorrido mercado. Tamb�m criaria demanda para empregos em desafios espec�ficos aos profissionais criativos, mas inadequados para os rob�s.