
A agenda reformista do governo federal continuar� com ou sem instabilidade pol�tica entre o Executivo e o Legislativo. Os empres�rios dos setores de com�rcio e servi�os est�o se articulando como os principais fiadores e bancando apoio para que as moderniza��es econ�micas ocorram na gest�o de Jair Bolsonaro.
Para estimular “gregos e troianos” na Esplanada dos Minist�rios, l�deres empresariais capitaneados pela Uni�o Nacional de Entidades do Com�rcio e Servi�os (Unecs) est�o destacando que a aprova��o de mat�rias importantes para o pa�s, como a reforma da Previd�ncia, levar�o empres�rios de todo o pa�s a destravar investimentos. Com capital externo e interno. Sustentam que h� muito capital represado que ser� usado para constru��o de novas lojas ou expans�o das atuais.
A articula��o a favor da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que atualiza as regras de aposentadorias ainda � a prioridade dos empres�rios. No entanto, na �ltima semana, eles iniciaram conversas sobre a reforma tribut�ria com o governo.
Em Bras�lia, quando estiveram presentes na quinta e quarta-feira para participar da cerim�nia de lan�amento da Frente Parlamentar do Com�rcio, Servi�os e Empreendedorismo, presidentes de entidades empresariais se encontraram com a equipe econ�mica para conhecer as propostas do Minist�rio da Economia para a atualiza��o do sistema tribut�rio brasileiro e acenar apoio.
O texto esbo�ado pelo governo prev� desburocratiza��o no regime tribut�rio. A ideia de agregar os impostos federais em um �nico � algo estudado. Entretanto, o nome n�o deve ser o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), termo amplamente usado pelos principais candidatos � Presid�ncia da Rep�blica nas elei��es de 2018.
O desenho apresentado agradou os empres�rios, que aguardam h� anos por uma reforma tribut�ria. No entanto, ressaltam que a proposta ainda carece de aperfei�oamentos e que manter�o di�logo com o governo federal e governadores para discutir uma mat�ria capaz de favorecer os neg�cios e os estados.
Pela equipe econ�mica, os di�logos com os empres�rios s�o feitos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo secret�rio especial da Previd�ncia Social, Rog�rio Marinho, e pelo secret�rio especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa. Os empres�rios e os tr�s mant�m contato desde a transi��o, mas os di�logos se intensificaram ao longo das �ltimas duas semanas.
Pelo Pal�cio do Planalto, o di�logo � mantido com o vice-presidente, Hamilton Mour�o. No Congresso, a ponte entre os empreendedores � feita pelo presidente da Frente Parlamentar do Com�rcio, deputado Efraim Filho (DEM-PB), que liderar� o di�logo com a bancada, que ser� a segunda maior do Parlamento, composta por 227 deputados e 18 senadores.
A equipe econ�mica e os congressistas est�o avisados do amplo apoio da classe empresarial n�o apenas para apoiar, mas, tamb�m, para investir no pa�s. Um est�mulo que tem agradado e ajudado a pacificar as rela��es entre poderes em prol da aprova��o da agenda reformista. De norte a sul do Brasil, o interesse em investir � disseminado. O setor supermercadista � um dos mais interessados na aprova��o das reformas para destravar o capital represado.
Retomada
No Rio Grande do Sul a expectativa � de que, com a aprova��o da reforma da Previd�ncia, sejam abertos nos pr�ximos dois anos entre 30 e 50 novos supermercados. O argumento � que, com o governo sinalizando o ajuste fiscal e dispondo de mais espa�o no or�amento a m�dio e longo prazo para investir em infraestrtutura, o chamado Custo Brasil diminua e mais pessoas se sintam confiantes para consumir.
Mas alguns investimentos j� est�o ocorrendo, afirma o gerente-executivo da Associa��o Ga�cha de Supermercados, Francisco Schmidt. “Cerca de 30% dos empres�rios j� est�o antecipando a previs�o da aprova��o da reforma e investindo. Outros 70% que est�o esperando a aprova��o da reforma”, destaca.
Otimismo nos supermercados
Dono da Rede Top de supermercados, presente em Santa Catarina, o presidente da Associa��o Catarinense de Supermercados (Acats), Paulo C�sar Lopes, confirma que est� construindo um estabelecimento de bairro e um atacarejo, que ficar�o prontos ainda este ano. Com a aprova��o das reformas, a tend�ncia � de manuten��o do processo. “Muitos outros empres�rios v�o tirar projetos da gaveta e apostar em reformas, abertura de lojas, ou investimento em inova��o e tecnologia”, afirma.
No Cear�, a perspectiva � de que sejam abertos mais supermercados em dois anos do que nos �ltimos 20, diz o conselheiro da Associa��o Cearense de Supermercados, Hon�rio Pinheiro, presidente do Pinheiros Supermercados. “Estamos acreditando bastante que ser�o aprovadas as reformas, porque � uma necessidade do Estado, e n�o de governo”, enfatiza.
No Acre, a expectativa � pela abertura de um atacarejo e reestrutura��o de lojas na capital, Rio Branco, e em Cruzeiro do Sul, segundo munic�pio com maior potencial econ�mico. “H� uma confian�a crescente entre o empresariado”, admite o presidente da Associa��o Acreana de Supermercados (Asas), Adem Ara�jo da Silva.
A abertura de supermercados significa uma amplia��o do emprego no pa�s. Em m�dia, uma loja emprega cerca de 100 pessoas. Os supermercados, entretanto, n�o ser�o os �nicos a investir.
O presidente da Unecs, George Pinheiro, afirma que as redes de shoppings centers tamb�m est�o � espera da aprova��o das reformas para destravar investimentos e construir novas unidades em todo o pa�s, ampliando o n�mero de 580 shoppings, o oposto do fen�meno de encolhimento desse mercado no exterior.
“� uma expectativa de realidade imediata. H� muito capital represado e j� existem projetos de expans�o nos mais diversos segmentos do varejo”, pondera.