
Nos pr�ximos dias, os brasileiros conhecer�o o novo dono da Netshoes, maior e-commerce de artigos esportivos da Am�rica Latina, fundado pelo empres�rio Marcio Kumruian h� 19 anos.
A rede Magazine Luiza, uma das estrelas da bolsa nos �ltimos anos, e a B2W, dona da Submarino, Shoptime e Americanas.com, estariam em negocia��es para a aquisi��o da companhia.
Atualmente, o valor de mercado da Netshoes � de cerca de US$ 73 milh�es, muito abaixo dos US$ 558,5 milh�es que valia h� dois anos, quando abriu capital na bolsa de Nova York.
Al�m de desembolsar pela compra, o novo propriet�rio ter� de assumir d�vidas que somam US$ 37 milh�es – algo em torno de R$ 140 milh�es.
“Tanto para a B2W quanto para o Magazine Luiza, esses valores s�o dinheiro de pinga”, disse o economista Marco Hardt, especializado em gest�o de varejo, da Funda��o Escola de Sociologia e Pol�tica de S�o Paulo (Fesp-SP). “O neg�cio representar� um dos mais importantes deste ano, dentro de um processo de consolida��o do e-commerce brasileiro.”
No ano passado, a B2W contabilizou faturamento de US$ 1,6 bilh�o, cerca de R$ 6 bilh�es pela atual cota��o do d�lar frente ao real. J� o Magazine faturou R$ 19,7 bilh�es em 2018, considerando lojas f�sicas, com�rcio eletr�nico e marketplace.
“A empresa poderia aproveitar a oportunidade para entrar no neg�cio de vestu�rio e cal�ados, seguindo os passos da Amazon no Brasil”, afirmaram os analistas da corretora Brasil Plural, em nota de an�lise de mercado enviada a seus clientes.
Embora confirme a negocia��o, a B2W, que contratou a assessoria do banco BTG Pactual, garante que ainda est� analisando a aquisi��o e que, por enquanto, n�o h� nenhuma defini��o de valores para uma oferta firme.
“N�o h�, at� o momento, qualquer decis�o da companhia sobre uma eventual aquisi��o de a��es, tampouco qualquer documento vinculante”, afirmou, em resposta a questionamento da Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM) em rela��o a reportagens publicadas pela imprensa durante toda a semana, e que citavam que B2W e Magazine Luiza disputam a Netshoes. Procurado, o Magazine Luiza n�o comentou.
N�o � de hoje que a Netshoes � alvo de potenciais compradores. O site, na pr�tica, nunca deu lucro e � considerado pelos analistas de mercado uma opera��o invi�vel, se n�o houver reestrutura��o do modelo de neg�cio.
Com capital aberto nos EUA, a Netshoes tem sofrido com a desconfian�a de investidores, j� que, desde a abertura de capital, em abril de 2017, com a cota��o de US$ 14,50, hoje vale US$ 2. Ao longo do tempo, seus pap�is chegaram a subir de forma consistente e chegou a valer US$ 24,50. O problema � que os balan�os da empresa n�o despertam o sorriso de nenhum investidor.
A Netshoes acumula preju�zos l�quidos de quase R$ 300 milh�es entre os anos de 2014 e 2017. Os resultados dos tr�s primeiros trimestres do ano passado sinalizaram acelera��o das perdas.
TROPE�OS No terceiro trimestre de 2018, o preju�zo da Netshoes quase triplicou. Apesar de ter contabilizado um crescimento de 18,2% no n�mero de clientes no per�odo de 12 meses, encerrado em setembro, o faturamento l�quido da companhia encolheu 3,2%, a R$ 417,8 milh�es.
Para tentar reverter a trajet�ria negativa, a Netshoes vendeu sua opera��o no M�xico no ano passado e encerrou seu neg�cio B2B, focado em transa��es para clientes corporativos, para focar no B2C, a venda para clientes pessoa f�sica. O balan�o da Netshoes referente a 2018 dever� ser divulgado nesta segunda quinzena de abril, mas ainda sem data definida.
A Netshoes � top of mind no mercado on-line de produtos esportivos, por�m, tem demonstrado pouca habilidade em se consolidar em mercados fora do pa�s. As vendas no M�xico e na Argentina s�o p�fias, em compara��o ao seu desempenho no Brasil. Al�m disso, a empresa trope�ou em segmentos como o de vitaminas e suplementos para atividade f�sica.