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Estado de Minas

Apesar da crise, constru��o civil projeta crescimento de 15%

Retra��o de 0,2% da economia brasileira no primeiro trimestre n�o desanima o setor, que registrou avan�o de vendas e lan�amentos, al�m de expans�o de financiamentos


postado em 03/06/2019 06:00 / atualizado em 03/06/2019 09:23

Vista de Belo Horizonte: Setor imobiliário também se beneficiou da expansão do crédito com recursos das cadernetas de poupança (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press 19/2/18)
Vista de Belo Horizonte: Setor imobili�rio tamb�m se beneficiou da expans�o do cr�dito com recursos das cadernetas de poupan�a (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press 19/2/18)

S�o Paulo – O desempenho da economia brasileira neste ano tem sido decepcionante para muitos setores, mas nem todas as not�cias s�o negativas. Um dos mais importantes geradores de emprego e riqueza no pa�s, o mercado imobili�rio d� sinais claros e consistentes de crescimento, tanto em vendas quanto em lan�amentos de empreendimentos.

Segundo a C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru��o (Cbic), o n�mero de contratos para aquisi��o de im�veis residenciais avan�ou 9,7% nos tr�s primeiros meses do ano na compara��o com o mesmo per�odo de 2018.

Foram vendidos 28,7 mil im�veis, ante 26,1 mil de janeiro a mar�o do ano anterior. J� o total de lan�amentos no mesmo trimestre registrou alta de 4,2%, com 14,7 mil unidades em todo o pa�s.

Embora o aparente descolamento entre a ind�stria da constru��o e a economia como um todo seja motivo de festa para as empresas do setor, a comemora��o est� sendo discreta. � consenso que uma eventual demora na recupera��o da atividade econ�mica, em raz�o de atrasos na aprova��o das reformas, pode comprometer a performance do setor imobili�rio nos pr�ximos meses.

''Estamos mais otimistas com o segundo trimestre e esperamos um primeiro semestre melhor do que o mesmo período do ano passado
''Estamos mais otimistas com o segundo trimestre e esperamos um primeiro semestre melhor do que o mesmo per�odo do ano passado", disse Rafael Menin, copresidente da MRV (foto: Divulga��o - 6/12/18)

“O resultado � positivo e, sem d�vida, deve ser comemorado, mas, dada a queda que o setor enfrentou durante a recess�o, a fraqueza do mercado no ano passado e a esperan�a de que a elei��o reduzisse as incertezas, a expectativa era de que as vendas estivessem crescendo acima 15%”, diz Jos� Carlos Martins, presidente da Cbic. “As construtoras esperavam que, passadas as incertezas de 2018, a agenda de reformas seria tocada com prioridade, a economia embalaria e o primeiro trimestre seria melhor.”

Embora com cautela, a previs�o para o crescimento do setor, neste ano, � de crescimento robusto. A Cbic estima aumento de 10% a 15% nas vendas no fechamento de 2019, puxado pelo segmento de im�veis de m�dio e alto padr�o, no qual as moradias s�o financiadas por fundos que utilizam recursos da poupan�a.

Os n�meros endossam essa perspectiva. Os financiamentos imobili�rios com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupan�a e Empr�stimo (SBPE) atingiram R$ 5,77 bilh�es em abril �ltimo, expans�o de 2,2% em rela��o ao m�s anterior e de 40,3% perante abril de 2018.

No primeiro quadrimestre de 2019, foram aplicados R$ 21,4 bilh�es na aquisi��o e constru��o de im�veis com recursos do SBPE, eleva��o de 39,7% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado.

No acumulado de 12 meses (maio de 2018 a abril de 2019), os empr�stimos de R$ 63,5 bilh�es para aquisi��o e constru��o de im�veis com recursos do SBPE asseguraram eleva��o de 40,2% frente ao apurado nos 12 meses anteriores.

"As construtoras esperavam que, passadas as incertezas de 2018, a agenda de reformas seria tocada com prioridade, a economia embalaria e o primeiro trimestre seria melhor'', disse Jos� Carlos Martins, presidente da Cbic (foto: Elza Fi�za/Ag�ncia Brasil - 3/12/14)

No segmento do programa Minha casa minha vida, de subs�dio � moradias populares, que contam com financiamento por meio de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS), o ritmo dos contratos deve permanecer est�vel, considerando que o or�amento do fundo ficou estagnado do ano passado para c�. “Quem vai puxar o crescimento � a habita��o de mercado m�dio e alto padr�o”, diz o presidente da Comiss�o Imobili�ria da CBIC, Celso Petrucci.

Baixa renda

Isso n�o significa que os segmentos de im�veis populares ficar�o fora do cen�rio de recupera��o. Prova disso � a mineira MRV Engenharia, maior construtora da Am�rica Latina e l�der nesse segmento. Os lan�amentos da empresa cresceram 35,9% no primeiro trimestre na compara��o com igual intervalo do ano passado, com R$ 1,094 bilh�o.

De janeiro a mar�o, as vendas l�quidas aumentaram 6%, para R$ 1,309 bilh�o. “Nosso primeiro trimestre foi muito bom”, diz o copresidente da MRV, Rafael Menin. “Gostar�amos de ter come�ado o ano pisando no acelerador, mas deixamos de reconhecer um volume grande de vendas por conta de atrasos no processo de repasses e na contrata��o de financiamentos � produ��o decorrentes da transi��o de governo.”

De acordo com Menin, o principal banco com atua��o no Minha casa, minha vida, a Caixa Econ�mica Federal, realizou poucos repasses at� fevereiro. E como a MRV pratica o modelo de venda garantida, na qual opera��o � registrada somente ap�s o repasse, parte do que foi vendido n�o foi contabilizado dentro do trimestre.

“Estamos mais otimistas com o segundo trimestre e esperamos um primeiro semestre melhor do que o mesmo per�odo do ano passado. Vamos lan�ar mais e produzir mais do que no ciclo anterior”, garante Menin. No primeiro trimestre, a MRV produziu 9.880 unidades, com alta de 24,1%, na compara��o anual. Assim como a MRV, algumas empresas est�o enxergando em seus n�meros a melhora do setor imobili�rio.

“Dobramos o n�mero de im�veis vendidos entre janeiro a abril, em rela��o a 2018. A expectativa era triplicarmos, mas foi um resultado expressivo”, afirma Marcos Bigucci, da construtora M.Bigucci, sediada no ABC Paulista. “Reconhe�o que o ano n�o come�ou t�o bem como esper�vamos, mas acredito que estamos no caminho certo.”

Venda de material tem pequena rea��o

O crescimento das vendas e o aumento do n�mero de lan�amentos de im�veis est�o influenciando positivamente outros setores, principalmente o de materiais de constru��o. As vendas de cimento, por exemplo, um dos principais insumos desse mercado, voltaram a crescer, de acordo com o Sindicato Nacional da Ind�stria de Cimento (SNIC).

Somente em abril �ltimo, 4,4 milh�es de toneladas do produto foram comercializadas no pa�s, varia��o de 0,2% em rela��o ao mesmo m�s de 2018. No acumulado de janeiro a abril, 17 milh�es de toneladas foram comercializadas, acr�scimo de 0,9% sobre o mesmo per�odo do ano anterior.

Segundo o presidente da entidade, Paulo Camilo Vargas Penna, mesmo tendo apresentado �n�cio de ano positivo, o setor segue com cautela nas proje��es, j� que os indicadores econ�micos ainda n�o apontam para uma trajet�ria definida. De qualquer maneira, para ele, h� sim ind�cios de recupera��o, que pode se confirmar numa conjun��o de alguns fatores.

“A aprova��o da reforma da Previd�ncia, junto de outras medidas pr�-mercado, suficientes para estabilizar a rela��o entre d�vida e PIB, s�o fatores que podem deixar o ambiente ainda mais promissor”, afirma o executivo, que tamb�m preside a Associa��o Brasileira de Cimento Portland (ABCP). “De qualquer forma, no nosso cen�rio de refer�ncia, mantemos a proje��o de crescimento de 3% para 2019, contando tamb�m com um segundo semestre mais forte.”

Outro dado que atesta um come�o mais otimista de 2019 no segmento vem do Sindicato da Ind�stria da Constru��o do Estado de S�o Paulo (Sinduscon-SP). De acordo com levantamento da entidade, o n�mero de postos de trabalho na constru��o civil brasileira subiu 1,02% no primeiro trimestre do ano, em compara��o com o mesmo per�odo de 2018.

Ao final de mar�o, o setor empregava mais de 2.295 milh�es de trabalhadores. “Est� havendo, claramente, um aumento do emprego na constru��o civil em todo o Brasil, embora em um ritmo menor do que o esperado”, afirma o presidente do Sinduscon-SP, Odair Senra.


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