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Estado de Minas ENTRA EM VIGOR HOJE

"Cadastro positivo vai contribuir para a redu��o do custo do dinheiro", diz CEO

Para o CEO do bureau de cr�dito, a novidade trar� mudan�a de comportamento entre os consumidores e dar� acesso a informa��es financeiras mais precisas para as PMEs


postado em 10/06/2019 06:00 / atualizado em 10/06/2019 10:33

Rodrigo Abreu(foto: Quod/Divulgação)
Rodrigo Abreu (foto: Quod/Divulga��o)

A partir de 9 de julho, entra em vigor o cadastro positivo. Al�m da pontua��o dos consumidores segundo seu comportamento junto a institui��es de cr�dito, tamb�m ser�o levadas em considera��o outras fontes de informa��o para compor uma esp�cie de raio-X da capacidade financeira de cada pessoa.

Anunciada h� cerca de dois anos, a Quod foi montada do zero, j� com o objetivo de atender a esse novo mercado. O bureau de cr�dito tem como acionistas os cinco maiores bancos do pa�s – Caixa, Banco do Brasil, Ita�, Bradesco e Santander – e tem Rodrigo Abreu como CEO.

Muito do esfor�o de Abreu e seu time foi dedicado ao desenvolvimento de solu��es tecnol�gicas que permitam um filtro mais preciso do perfil de cr�dito, mesmo daqueles que hoje n�o fazem parte do sistema financeiro, seja porque trabalham informalmente ou porque t�m seus CPFs negativados por conta de restri��es.

Para atender ao volume de dados que deve fazer parte da rotina da empresa, foram montados dois datacenters, al�m de a Quod contar com cerca de 1 mil servidores. Mesmo com a expectativa de uma demanda enorme ap�s a entrada em vigor do cadastro positivo, a capacidade instalada ser� suficiente para garantir o processamento de dados por pelo menos uma d�cada.

Al�m do score de cr�dito, a Quod vai entrar em outros segmentos, como preven��o a fraudes. A mudan�a nas regras do mercado de an�lise de risco de cr�dito ocorre em um momento em que a economia vai mal.

Apesar de saber que h� influ�ncia desse momento na decis�o de tomada de cr�dito, Abreu acredita que esse tipo de servi�o poder� ajudar a destravar a obten��o de recursos, j� que vai reduzir riscos das opera��es.

A Quod surge da associa��o entre os cinco maiores bancos do pa�s, portanto, com uma base de dados muito grande. J� sentiu a rea��o da concorr�ncia?

Todo mundo vai ter que se mexer com a entrada em vigor da Lei do Cadastro Positivo, � natural. Quando tem mudan�a de modelo, essa movimenta��o j� � esperada. A nossa vantagem � ter come�ado a opera��o com foco no cadastro positivo, porque, no Brasil, o foco ainda � no cadastro negativo. A previs�o � que dentro de algum tempo n�o far� mais sentido falar do cliente negativado. Essa modelagem de negativa��o deixar� de existir. Para n�s, a vantagem � que constru�mos nossos modelos e produtos focados no novo ambiente. Com o tempo, todas as empresas v�o acabar se movimentando nessa dire��o.

A baixa atividade econ�mica do pa�s pode refletir na demanda gerada para os bureaus de cr�dito, j� que os consumidores e as empresas est�o mais receosos?

� ineg�vel que h� um impacto. H� empresas que hoje n�o realizam nenhuma an�lise de cr�dito por completa indefini��o quanto ao futuro. A gente pensa muito em bancos e em suas opera��es de cr�dito quando fala nesse tipo de an�lise, mas tem uma parcela importante de demanda que poderia ser gerada pelas PMEs, mas que pagam muito caro pelas informa��es hoje antes de emitir um boleto, o que limita o seu acesso � consulta sobre seus clientes. Mesmo assim, o setor de an�lise de cr�dito tem crescido entre 8% a 9% nos �ltimos anos, mesmo com a economia como est�.

Como a Quod est� se preparando para a virada de chave a partir de julho, quando entra em vigor o cadastro positivo?

Agora j� � reta final. A estimativa para esse mercado � baseada na popula��o economicamente ativa, uma vez que deixa de ser um servi�o s� para dados de contratantes de cr�dito, como funcionava at� agora, e passa a incluir os prestadores de servi�o continuado. O n�mero � realmente estimado. S�o entre 130 milh�es e 140 milh�es de consumidores, bancarizados e n�o bancarizados, que t�m consumo de produtos e servi�os continuados, como g�s e energia.

Como preparar a base tecnol�gica para dar vaz�o a essa demanda?

J� v�nhamos fazendo a prepara��o tecnol�gica da Quod, que come�ou a ser pensada e implementada nos �ltimos dois anos, para operar com cadastro positivo com capacidade m�xima. Isso envolveu investimentos em datacenter, infraestrutura e software. Fizemos recentemente testes de simula��o para absorver capacidade de dados e foram bem-sucedidos.

O que muda efetivamente com a entrada em vigor da Lei do Cadastro Positivo?

Apesar de a lei entrar em vigor em 9 de julho, ainda falta um processo de regula��o, um detalhamento que est� sendo aguardado pelas institui��es financeiras e que deve ser publicado nas pr�ximas semanas. Temos procurado investir na transpar�ncia das informa��es para o consumidor, que ter� acesso aos seus dados no nosso portal. Em todo esse processo, ser� muito importante a acuracidade de dados. Com a lei, s� o score estar� dispon�vel para consulta sem autoriza��o pr�via das empresas de an�lise de risco de cr�dito. Qualquer outra an�lise detalhada precisar� de autoriza��o.

Como ser� a comunica��o entre os bureaus de cr�dito?

Se um consumidor solicita a sua exclus�o de um bureau, imediatamente a informa��o tem de ser compartilhada. Haver� uma comunica��o de massa, com r�dio e TV, sobre a entrada em vigor coordenada pela Associa��o Nacional dos Bureaus de Cr�dito (ANBC), em parceria com os bureaus. Certamente, haver� d�vidas no in�cio, por isso, essa preocupa��o em divulgar as informa��es sobre o cadastro positivo. Todos receber�o informa��es individuais sobre a inclus�o no cadastro. Vai ser um aviso individual. Para que n�o haja duplicidade nessas mensagens, os bureaus est�o se coordenando nesse trabalho.

H� receio por parte dos bureaus quanto a uma rea��o negativa por parte dos consumidores?

Nessa fase, � importante que a informa��o seja muito bem entendida por todos, que mostre que o cadastro positivo vem para beneficiar o consumidor, para proporcionar um ambiente de cr�dito mais saud�vel para todo mundo. Mas nesse movimento tem tamb�m o componente regulat�rio. A lei determina que seja feita a comunica��o individual, que o consumidor seja avisado sobre sua inclus�o no cadastro positivo. A partir de julho, ainda haver� o per�odo de um m�s para comunicar inclus�o e mais um m�s para disponibilizar a consulta para o mercado. Existe uma prepara��o grande para atender � demanda, que, certamente, ser� muito maior do que a atual. A principal precau��o quanto a essa poss�vel rea��o negativa � a informa��o para o consumidor, mostrando quais s�o os benef�cios, o que ele tem a ganhar, como ser� analisado de forma mais justa.

O cadastro positivo ter� algum impacto na inclus�o financeira de uma parte dos brasileiros que hoje n�o consegue ter acesso a cr�dito, por exemplo?

Existem estudos sobre esse impacto. A ANBC trabalha com a possibilidade de inclus�o de 20 milh�es a 30 milh�es de consumidores no pa�s. Se chegar a essa previs�o, ser� poss�vel trabalhar com a expans�o de cr�dito de mais R$ 1 trilh�o. Esse valor tamb�m ter� peso para ajudar a alavancar o desenvolvimento econ�mico, porque � o cr�dito que permite, por exemplo, iniciativas de empreendedores que, muitas vezes, n�o t�m comprova��o formal de renda, n�o t�m hist�rico de financiamento ou acesso a cr�dito pessoal.

O cadastro positivo pode ter impacto tamb�m na educa��o financeira?

At� agora, muitas pessoas n�o tinham seu hist�rico financeiro. Agora, elas saber�o que suas informa��es dar�o acesso a produtos e servi�os e, por essa raz�o, passar�o a ter mais cuidado com o seu comportamento financeiro para elevar a sua avalia��o de cr�dito.

O custo do dinheiro vai cair, seja para PF ou para PJ, com a entrada em vigor do cadastro positivo?

D� para ser categ�rico ao afirmar que o cadastro positivo vai contribuir para a redu��o do custo do dinheiro. Mas n�o � uma bala de prata que vai resolver todos os problemas. O que o cadastro permitir� � que se reduza a assimetria das informa��es dispon�veis hoje, com menos incertezas, portanto, com menos risco. Al�m disso, esse tipo de trabalho com os dados deve resultar na diminui��o da inadimpl�ncia, que � um componente importante hoje da taxa de juros. As pessoas que n�o consumiam o cr�dito por achar que era caro, perceber�o, � medida que forem analisadas de forma mais precisa, que poder�o ter uma taxa de juros mais condizente com seus perfis.

O fato de se falar da privatiza��o de dois dos cinco bancos – Caixa e Banco do Brasil – que integram a Quod pode levar a algum tipo de impacto na opera��o?

Os nossos cinco acionistas t�m uma participa��o no neg�cio, mas � uma opera��o independente. Eles n�o compartilham recursos, pessoal ou estrat�gia com nenhum dos nossos acionistas. Com cinco competidores, tem de ser uma empresa neutra. Por isso, qualquer decis�o sobre seus neg�cios n�o afetar� a Quod.


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