A maneira como o presidente Jair Bolsonaro conduziu a demiss�o de Joaquim Levy da presid�ncia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) foi recebida por cr�ticas entre pesos pesados do mercado financeiro que temem mais reflexos negativos na vis�o do investidor estrangeiro sobre o Brasil. A leitura � que, al�m de desnecess�ria, a postura do presidente tamb�m pode dificultar a atra��o de bons nomes para o governo.
O pedido de demiss�o por parte de Levy j� era esperado desde a tarde de s�bado ap�s Bolsonaro dizer que "sua cabe�a estava a pr�mio". N�o � de hoje que o governo e a equipe econ�mica est�o insatisfeitos com o desempenho do BNDES na agenda de redu��o do tamanho dos bancos p�blicos.
Especificamente do lado de Bolsonaro, ainda havia cr�ticas sobre a necessidade de o presidente do BNDES "abrir a caixa preta" de empr�stimos feitos durante o governo do PT.
Uma fonte lembra que Levy j� foi uma escolha feita pelas m�os do ministro da Economia, Paulo Guedes. Seu nome, que foi ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, teve dificuldade de passar pelo "escrut�nio" da "direita". O estopim foi a indica��o de Marcos Pinto Barbosa, ex-s�cio de Arm�nio Fraga no G�vea Investimentos, para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco de fomento. Conforme a avalia��o, "tirando a forma", a sa�da de Levy "j� estava precificada".
O desfecho para a sa�da de Levy do BNDES desagradou a muitos executivos do mercado financeiro ouvidos pelo Estad�o/Broadcast. Uma fonte chama aten��o para o impacto que a postura de Bolsonaro pode gerar n�o s� no andamento da agenda de recupera��o da economia brasileira mas, principalmente, na vis�o dos estrangeiros em rela��o ao Pa�s. Chega a comparar Bolsonaro com a ex-presidente Dilma Rousseff, bastante criticada no mercado financeiro por sua "postura impulsiva" em determinadas ocasi�es.
A avalia��o � de que o presidente aparentemente "n�o est� nem a� para o �nimo dos investidores estrangeiros com o Brasil". E a conclus�o � que epis�dios como este "dificultam um ambiente de estabilidade no mercado".
O presidente de uma gestora internacional de recursos afirmou que, a despeito de o investidor internacional ser pragm�tico e gostar da atual equipe econ�mica, n�o tem uma imagem t�o positiva em rela��o ao governo Bolsonaro. Ele considera que falta postura ao presidente e reclama da recorr�ncia de epis�dios desgastantes.
"Agora tem o presidente do BNDES. Antes, foi o presidente dos Correios. Teve tamb�m o Santos Cruz. Se a crise Moro crescer... a� come�a a ficar complexo", avaliou.
Para o executivo de um grande banco, apesar da postura de Bolsonaro, o mercado segue otimista com a reforma da Previd�ncia.