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Estado de Minas ECONOMIA

Postos de bandeira branca se fortalecem com crise e Ebitda de gigantes da distribui��o recua

Ancoradas por causa do crescimento do consumo das fam�lias que nunca chega, estes grandes players come�aram a navegar em um mercado com cada vez mais concorr�ncia


postado em 19/08/2019 16:09 / atualizado em 19/08/2019 16:50

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

As principais distribuidoras de combust�veis do Brasil andaram de lado no segundo trimestre e decepcionaram analistas. No centro do problema, as gigantes do setor BR Distribuidora, Ra�zen Combust�veis e Ipiranga (do Grupo Ultrapar) apontaram um vil�o em comum: a crise econ�mica.

Ancoradas por causa do crescimento do consumo das fam�lias que nunca chega, estes grandes players come�aram a navegar em um mercado com cada vez mais concorr�ncia, sobretudo com os postos bandeira branca, maior rival do segmento.

Juntas, as tr�s principais empresas do setor apresentaram um Ebitda m�dio no segundo trimestre deste ano de R$ 517,6 milh�es, queda de 23% na compara��o com os R$ 671 milh�es em igual per�odo do ano passado.

O valor est� ajustado pelas perdas de estoques das distribuidoras ap�s o corte no diesel adotado pelo ent�o presidente Michel Temer para conter a greve dos caminhoneiros, em maio. A canetada fez desaparecer dos balan�os das empresas R$ 563 milh�es.

J� o volume vendido ficou praticamente est�vel, mesmo com a compara��o ruim, com alta de 0,89%, para 7,4 milh�es de metros c�bicos.

De forma geral, os executivos t�m lutado para encontrar uma solu��o para estancar a perda de market share sem comprometer suas margens. No trimestre, entretanto, ou as empresas perderam participa��o, ou perderam margem - ou perderam os dois.

Ao apresentar os resultados da BR Distribuidora no in�cio deste m�s, o diretor Executivo Financeiro e de Rela��es com Investidores da empresa, Andr� Corr�a Natal, afirmou que a margem Ebitda apresentada no segundo trimestre, de R$ 54/m3 contra R$ 86/m3 entre janeiro e mar�o, n�o seria uma boa refer�ncia para o neg�cio. "� importante se olhar janelas mais longas pois se reduz efeitos adversos", justificou, as ser confrontado por analistas em teleconfer�ncia.

Lutando para ganhar mercado, entre mar�o e maio a BR for�ou uma redu��o de pre�os. De agora em diante, entretanto, a estrat�gia foi revista. "N�o queremos efeito sanfona nos pre�os dos combust�veis, que n�o gera resultado no longo prazo", disse o presidente da empresa, Rafael Grisolia, na ocasi�o.

Segundo especialistas, outro fator que tem corro�do as margens das distribuidoras s�o os pre�os menos remuneradores hoje do etanol, segmento em que estes players lucram menos do que a gasolina e o diesel. As empresas alegam forte sonega��o no etanol e temem que o cen�rio piore diante da libera��o da venda direta aos postos.

O diretor Financeiro e de Rela��es com Investidores da Ultrapar, Andr� Pires, destacou que os postos bandeira branca ainda t�m se mostrado uma pulga atr�s da orelha das gigantes da distribui��o no Brasil, como a Ipiranga. "O bandeira branca continua a mostrar resili�ncia no mercado e isso por muitas raz�es. A principal � a fraqueza da economia. A quest�o dos pre�os menores continua vantajosa em algumas regi�es", disse, durante confer�ncia.

O analista da XP Investimentos, Gabriel Francisco, apontou que a concorr�ncia com os postos bandeira branca tem deixado as distribuidoras em uma situa��o complexa. "No momento que renda � o principal fator para tomada de decis�o, ganha aquele que tiver melhor posicionado nesse aspecto. Esse setor ele n�o tem tantos ganhos de escala, que poderia favorecer as grandes empresas", explicou.

Francisco disse que antes, quando a importa��o n�o era vi�vel, os postos bandeira branca eram inexpressivos. O cen�rio mudou. Em janeiro de 2011, a BR Distribuidora, maior do Pa�s, tinha cerca de 40% de participa��o no mercado interno de �leo diesel, contra 21% das empresas de bandeira branca, de acordo com estat�sticas da Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP) e Plural, que representa as grandes distribuidoras.

Em maio deste ano, a fatia da BR j� tinha ca�do para cerca de 30% ante 28,8% dos concorrentes n�o embandeirados. No ciclo otto, a varia��o � ainda maior, com BR indo de 27% para 21%, e a bandeira branca avan�ando de 35,6%, para 41%.

A concorr�ncia, de fato, foi o calcanhar de Aquiles da Ipiranga. Mesmo com a greve em maio de 2018, o volume de vendas do bra�o de distribui��o de combust�veis do Grupo Ultrapar no segundo trimestre deste ano fechou em 5,61 milh�es de metros c�bicos, queda de 4% no ano.

O maior recuo no per�odo em volume foi o diesel, 9% menor, para 2,787 milh�es de m3. O respons�vel pelos menores volumes no diesel, segundo o diretor Andr� Pires, foi o segmento de B2B. O executivo afirmou que a empresa preferiu ficar de fora de alguns neg�cios ao ver que eles estavam sendo feitos em margens que eles n�o estavam dispostos a fazer.

No cen�rio, a Ra�zen Combust�veis, joint venture entre a Cosan e a Shell, � a que tem conseguido melhores resultados. Em balan�o, a Cosan, apontou que seu neg�cio de combust�veis tem apresentado vendas acima da ind�stria, "reflexo principalmente da estrat�gia de expans�o da rede de postos revendedores, bem como da base de clientes".

Em volume, as vendas cresceram 8% no segundo trimestre deste ano na compara��o anual. A pr�pria empresa, entretanto, destaca que a base de compara��o � baixa. "O consumo segue impactado pelos n�veis ainda muito altos de desemprego no Pa�s e pela desacelera��o das proje��es de crescimento do PIB", afirmou a Cosan, em relat�rio de resultados.

Apesar da dificuldade das empresas, a comercializa��o de combust�veis n�o tem recuado no Pa�s e comprova que, enquanto alguns sofrem, outros crescem. Dados da ANP mostram que as vendas pelas distribuidoras subiram neste ano a um ritmo m�dio mensal de 3,5%.


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