
S�o Paulo – “Boa noite. Aqui � XXX (trecho apagado), do RH da Azul, caso tenha interesse em fazer parte do processo de sele��o de pilotos, por favor, informe seu e-mail. Grata”.
A mensagem acima come�ou a ser disparada nos �ltimos dias para a conta de WhatsApp de pilotos e copilotos da Passaredo, como afirma o presidente da empresa, Jos� Luiz Fel�cio Filho. Ele relata que foi informado sobre a a��o da concorrente pelos pr�prios profissionais, com quem mant�m grupos no mesmo aplicativo.
A mensagem acima come�ou a ser disparada nos �ltimos dias para a conta de WhatsApp de pilotos e copilotos da Passaredo, como afirma o presidente da empresa, Jos� Luiz Fel�cio Filho. Ele relata que foi informado sobre a a��o da concorrente pelos pr�prios profissionais, com quem mant�m grupos no mesmo aplicativo.
A rea��o de Fel�cio, orientado pelo departamento jur�dico da companhia a�rea, foi protocolar na �ltima segunda-feira uma a��o contra a Azul junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade). O objetivo � barrar o movimento da concorrente em dire��o ao seu time de pilotos e copilotos.
"Comecei na Passaredo como aviador. Minha carreira foi com esses profissionais, � uma rela��o pessoal. Nos �ltimos dias, os funcion�rios come�aram a entrar em contato comigo para falar sobre a postura da Azul, que vem oferecendo posi��es maiores para minar nosso projeto em Congonhas”, acusa o empres�rio.
�tica
O presidente da Passaredo acredita que o objetivo da Azul � comprometer sua opera��o. "Nunca tinha acontecido isso. H� um processo �tico no setor. Mas agora, 80% do meu grupo foi contatado pelo RH da Azul. N�o � algo normal. Contrata��es fazem parte do jogo, mas n�o para desmobilizar um concorrente. Se fosse para a expans�o com ATRs at� poderia acontecer, mas n�o � o caso. Est�o convidando pilotos e copilotos para irem direto para os avi�es da Embraer e da Airbus. � uma tentativa de sabotagem”.
A Azul nega que tenha assediado funcion�rios de outras empresas, mas deixa d�vidas se a aproxima��o de quadros da concorr�ncia ocorre ou n�o. Por meio de nota, afirmou que por conta do seu crescimento tem ampliado o quadro de tripulantes “diariamente”.
Neste ano, informa a Azul, devem ser inclu�dos em sua frota cerca de 30 novos avi�es. Com isso, 2 mil tripulantes devem fazer parte da companhia at� dezembro. “O recrutamento de novas pessoas � feito com os recursos dispon�veis no mercado brasileiro e, em alguns casos, os candidatos atuam em outras companhias do setor, como � comum em qualquer ind�stria”, declara a empresa. Hoje, completa a nota, h� vagas abertas para pilotos.
"Com nossa expans�o no Norte e em Congonhas, estamos contratando. H� excelentes profissionais da Avianca. Por que a Azul n�o quer absorver esse pessoal? Diante desse contexto, decidimos tomar essas medidas junto ao Cade”, explica o presidente da Passaredo.
CONGONHAS Para Fel�cio, as mensagens enviadas aos tripulantes de suas aeronaves s�o uma forma de desestabilizar a empresa em um momento importante. Assim como a Azul, a Passaredo tamb�m ficou com parte dos slots – posi��es em aeroportos – que a Avianca tinha em Congonhas, em S�o Paulo.
Em meados de agosto, a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) anunciou a distribui��o dos slots em Congonhas: a Azul ficou com 15 slots, a Passaredo recebeu 14 e 12 foram destinados � MAP, al�m de 14 posi��es concedidas na pista auxiliar para a Two Flex. A Azul tentou ficar com todos os slots da Avianca, mas teve de se contentar com apenas uma parte. Como os planos n�o sa�ram como o desejado, a Azul realocou 19 voos de Porto Alegre e Curitiba e assim passar� a operar a partir de amanh� com 24 slots.
Mas o jogo virou novamente depois que, na semana passada, a Passaredo anunciou a aquisi��o da MAP. O movimento do RH da Azul teria come�ado na sexta-feira, um dia ap�s o neg�cio ser fechado. O valor n�o foi revelado por conta de uma cl�usula de confidencialidade que faz parte do contrato. Segundo Fel�cio, as duas opera��es seguir�o de forma independente, mas o novo dono explica que vai buscar poss�veis sinergias.
MAP E PASSAREDO O mercado da avia��o estranhou a rapidez com que o neg�cio entre Passaredo e MAP foi sacramentado. Fel�cio diz que as dire��es das duas empresas perceberam que precisariam correr atr�s de ganhos de escala para reduzir os custos de opera��o em Congonhas.
As duas companhias operam o mesmo tipo de aeronave e t�m foco na oferta de voos para o interior do pa�s. ”Come�amos a trabalhar sobre o que poderia fazer em conjunto, por exemplo, quanto a equipe de aeroporto e o estoque de pe�as. Vimos que a sinergia � muito grande. As duas empresas t�m um perfil muito parecido. A MAP conta com uma boa capilaridade no Norte e tem planos para Nordeste”, detalha o presidente da Passaredo.
"Chegamos em um ponto em que faltava definir quem compraria quem. A Passaredo tem um hist�rico de 25 anos, a MAP tem sete. S�o 10 aeronaves juntas e quatro chegando, um para a MAP e mais tr�s para a Passaredo”, diz.
A previs�o do presidente da Passaredo � que as duas companhias comecem a operar em Congonhas no fim de outubro. Para o controlador das empresas, a decis�o de levar o caso das mensagens por WhatsApp para o Cade � uma forma de estancar o ass�dio da concorrente e evitar poss�veis preju�zos, como o adiamento da opera��o no aeroporto paulista por conta da falta de profissionais.
"A gente sofreu muito para chegar at� aqui. � o meu neg�cio. Quero ter independ�ncia para administr�-lo. Sei onde eu quero chegar. O interior est� carente. Todo dia recebo liga��es de prefeitos que querem ter voos em suas cidades”, diz Fel�cio, que atua h� 25 anos no setor.
TIME UNIDO Apesar de acusar a Azul de assediar seus funcion�rios, Fel�cio conta que nenhum funcion�rio trocou a camisa da Passaredo pela da concorrente nos �ltimos dias. "O grupo est� entendendo o momento da empresa, v� a possibilidade de crescimento e de serem promovidos a comandante. A diferen�a de sal�rio n�o � t�o grande assim. Vamos dobrar a empresa em 12 meses".
O presidente da companhia garante ainda que tanto a Gol quanto a Latam, que det�m, respectivamente, 43,58% e 43,95% dos slots em Congonhas, n�o procuraram sua tripula��o para fazer propostas de emprego desde que a Anac anunciou quem ficaria com as posi��es da Avianca. Ambas as companhias t�m acordos operacionais com a Passaredo, que possibilitam a integra��o de voos e destinos.
Antes de tentar levar a tripula��o da Passaredo, segundo Fel�cio, a Azul j� teria buscado formas de tirar os concorrentes do processo de redistribui��o dos slots. O presidente da companhia conta que a Azul alegou que seus avi�es n�o tinham performance para operar na pista principal de Congonhas e que sua capacidade era pequena.
"Existe espa�o para todos. Havia uma reclama��o quanto ao duop�lio em Congonhas, mas agora foi dado o acesso ao aeroporto. Agora, fazem essa tentativa de desmobilizar a Passaredo”, afirma. Com a sa�da da Avianca do mercado, Fel�cio acredita que a avia��o brasileira come�a um novo ciclo.
A opera��o da Passaredo e da MAP em Congonhas, com os novos slots, est� programada para 27 de outubro. A Azul dar� a largada antes, a partir de amanh� (29), com o primeiro voo na ponte a�rea. John Rodgerson, presidente da companhia, estar� no aeroporto paulista para dar boas-vindas aos passageiros do voo inaugural nesse trecho.
J� Fel�cio n�o quer saber da ponte a�rea Rio de Janeiro-S�o Paulo, o trecho mais desejado pelas concorrentes por conta da alta demanda e da rentabilidade. A empresa vai continuar seu projeto de interioriza��o, com oferta de voos para cidades do Paran�, interior de S�o Paulo, de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais – por exemplo, oferecendo trechos como Ponta Grossa/Congonhas, Dourados/Congonhas, Ipatinga/Congonhas e Uberaba/Congonhas. A previs�o � retomar a opera��o no Norte do pa�s.
Latam prev� investimento DE US$ 500 milh�es
O Grupo Latam Airlines anunciou que est� investindo cerca de US$ 500 milh�es na reformula��o do interior de suas aeronaves e em melhorias de servi�o. O primeiro avi�o, um Boeing 777, remodelado foi apresentado ontem, no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP).
Outras 200 aeronaves, o que representa pouco mais da metade da frota da companhia, passar�o pelo mesmo processo de remodelagem. A apresenta��o do 777 aconteceu no novo centro de manuten��o de linha (CML), constru�do com o objetivo de aumentar os ganhos de efici�ncia nas opera��es em Cumbica, que representa hoje o maior centro de conex�es da Latam no Brasil.
O CML ocupa 65 mil metros quadrados e conta com aproximadamente 400 funcion�rios. Sua capacidade possibilita o atendimento simult�neo de sete aeronaves de dois corredores, como os Boeing 777, 767 e 787 e o modelo Airbus A350. Ou at� 19 avi�es de um �nico corredor da fam�lia Airbus A320.