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Estado de Minas INADIMPL�NCIA

Boleto atrasado atormenta at� jazigos da Grande BH

Crise financeira, esquecimento e cadastros desatualizados turbinam endividamento das fam�lias junto a cemit�rios. H� casos em que 55% dos clientes devem taxa de manuten��o


postado em 28/10/2019 04:00 / atualizado em 28/10/2019 08:24

Cemitério de BH fará campanha para regularizar cadastro de clientes que estão em débito com taxa de manutenção
Cemit�rio de BH far� campanha para regularizar cadastro de clientes que est�o em d�bito com taxa de manuten��o
Nem mesmo as despesas com a morte perdoam as fam�lias endividadas. Dois grandes cemit�rios da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte est�o enfrentando altos �ndices de inadimpl�ncia dos clientes. No Parque da Colina, que fica no Bairro Nova Cintra, na zona Oeste da capital, 35% dos concession�rios de sepulturas t�m pagamentos pendentes e esse n�mero cresce cinco pontos percentuais por ano. A empresa cobra taxa de manuten��o anual de R$ 300. A situa��o � ainda mais grave no cemit�rio Parque Belo Vale, em Santa Luzia, na Grande BH, onde as d�vidas alcan�am 55% da clientela. Para manter os jazigos, � preciso pagar $ 290 por ano, em duas parcelas semestrais.
 
O diretor de opera��es dos cemit�rios, Roberto Toledo, explica que a inadimpl�ncia se tornou um problema h� 10 anos. Ele aponta uma s�rie de fatores que contribuem para esse quadro. Em parte, os cadastros de muitos clientes est�o desatualizados, o que impede a cobran�a devida. Por outro lado, Toledo acredita que a taxa cobrada pelo cemit�rio n�o � prioridade no or�amento das fam�lias. “Mas, quando precisa � o bem mais valioso”, diz.
 
No pr�ximo s�bado, quando � celebrado o Dia de Finados, a empresa que administra os dois cemit�rios decidiu fazer um mutir�o de atedimento no Parque da Colina para regularizar o cadastro e renegociar as d�vidas dos clientes. A data � estrat�gica tendo em vista a alta procura pela regulariza��o dos jazigos. A previs�o � de que at� 30 mil pessoas estar�o no cemit�rio em 2 de novembro.

Nos cemit�rios Bosque da Esperan�a, em Venda Nova, na regi�o Norte de BH, e Parque Renascer, de Contagem, na regi�o metropolitana, se a inadimpl�ncia n�o consiste em problema grave, os atrasos de pagamento t�m sido registrados. De acordo com o gerente administrativo-financeiro dos cemit�rios, Auro Monteiro, o n�mero de clientes que est�o devendo “� praticamente zero”. Por�m, h� atrasos, seja por dificuldade financeira, seja por esquecimento por parte dos concession�rios.
 
Segundo Monteiro, as pend�ncias s�o resolvidas por meio de contato com as fam�lias. Quando isso ocorre, a empresa cobra adicional de 2% sobre a taxa de manuten��o semestral de R$ 147,90.
 
De acordo com o Sindicato das Empresas Funer�rias e cong�neres na presta��o de servi�os similares do Estado de Minas Gerais (Sindinef), a m�dia hist�rica de inadimpl�ncia nos cemit�rios particulares brasileiros � de 40%. O secret�rio-geral do sindicato, Haroldo Fel�cio, avalia que esse � um problema observado “h� muito tempo”. “A rela��o com o cliente � muito longa. O jazigo fica com a fam�lia por 50, 100 anos”, explica. Por isso, � muito comum que os dados cadastrais fiquem desatualizados. Dessa forma, boa parte das pessoas n�o pagaria por n�o receber a cobran�a.
 
O secret�rio-geral do sindicato ainda garante que os cemit�rios particulares n�o retomam a posse dos jazigos em caso de inadimpl�ncia. “Temos direito de retomar, mas seria uma atitude muito radical”, diz. O Sindicato dos Cemit�rios e Cremat�rios particulares do Brasil (Sincep) preferiu n�o se manifestar sobre os n�veis de inadimpl�ncia verificados nos cemit�rios da Regi�o Metropolitana de BH. A presidente do sindicato, Gisela Adissi, informou n�o ter n�meros oficiais sobre a inadimpl�ncia.

Despesa adiada Estimativas da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) mostram que o n�mero de pessoas endividadas na faixa acima de 65 anos na capital aumentou 11,69% em agosto em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado. Segundo o economista da CDL/BH Gilson Machado, os altos n�veis de inadimpl�ncia nos cemit�rios da cidade podem estar relacionados, em parte, a esse �ndice.
 
Ele afirma que a procura por servi�os funer�rios normalmente � maior entre as pessoas de meia-idade ou mais. Como quem est� nessa faixa et�ria t�m um custo de vida mais alto, principalmente os gastos com sa�de, a renda fica comprometida.
 
Na an�lise de Machado, outro fator que compromete a renda das pessoas dessa faixa et�ria � uma mudan�a de h�bito. “Muitos filhos est�o voltando para casa dos pais, o que sobrecarrega o or�amento”, diz. Para o economista, esses fatores contribuem para que servi�os e d�vidas de menor urg�ncia, como a taxa de manuten��o de cemit�rio, fiquem em segundo plano dentro do or�amento. “Eles procuram pagar as despesas necess�rias para sobreviver”, explica.
 
O consultor financeiro Erasmo Vieira concorda com essa avalia��o. “� um servi�o de menor urg�ncia, mas � um ind�cio de que o or�amento das fam�lias est� muito comprometido”, diz. Vieira acredita que a falta de planejamento financeiro � um dos fatores que explica a inadimpl�ncia em geral. “O cemit�rio � um compromisso de longo prazo, e a pessoa ainda vai agregando outros gastos”, explica. Por isso, o consultor defende que o planejamento financeiro � essencial. “Principalmente neste momento de aperto da economia”, completa.

(*) Estagi�rio sob a supervis�o da subeditora Marta Vieira


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