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Estado de Minas ECONOMIA

'Efeito Chile' preocupa equipe econ�mica brasileira

A explos�o das manifesta��es no Chile gerou cr�ticas � agenda econ�mica liberal do governo Bolsonaro, que poderia aprofundar as desigualdades


postado em 28/10/2019 12:58 / atualizado em 28/10/2019 15:15

(foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil )
(foto: F�bio Rodrigues Pozzebom/Ag�ncia Brasil )
Os protestos no Chile contra o governo do presidente Sebasti�n Pi�era e as condi��es econ�micas ruins da popula��o mais pobre, crise que j� causou pelo menos 19 mortes, deflagraram uma nova onda de ataques � agenda liberal do governo Jair Bolsonaro e do seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Desde a explos�o das manifesta��es, as compara��es do Brasil com o Chile t�m servido de mote para as cr�ticas de que o avan�o da agenda econ�mica de privatiza��es, reformas e aperto fiscal pode aprofundar a desigualdade e deixar o pa�s na mesma situa��o do Chile, levando os brasileiros �s ruas.


Em rea��o �s cr�ticas, a equipe econ�mica se prepara para combater o que chama de narrativa equivocada. Essa defesa � considerada importante, porque o governo est� prestes a encaminhar um conjunto de novas reformas e h� a preocupa��o agora de que essa nova agenda, p�s-Previd�ncia, n�o seja contaminada no Congresso pelo discurso antiliberal.

Em documento preparado pelos t�cnicos para refor�ar a comunica��o do time de Guedes, obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Minist�rio da Economia rebate essa associa��o.

"O Chile tem resultados econ�micos e sociais superiores a seus pares na Am�rica Latina. Certamente existem espa�os para melhorias, mas atribuir os recentes protestos sociais ocorridos no pa�s a um mau desempenho econ�mico e social, comparativamente aos pa�ses latino-americanos, n�o � uma posi��o corroborada pelos dados", diz o documento.

O texto afirma que, no Brasil, v�rias reformas pr�-mercado est�o em curso, tendo como linha mestra o foco na corre��o de distor��es econ�micas e sociais e zelo cuidadoso com as contas p�blicas. Segundo o texto, elas ser�o respons�veis por garantir uma d�cada de crescimento, com redu��o da pobreza e mais oportunidades.

Para a equipe de Guedes, o crescimento econ�mico chileno se diferenciou da maior parte dos pa�ses da Am�rica Latina nas �ltimas d�cadas, gra�as �s medidas pr�-mercado e � busca pela melhor aloca��o dos recursos da economia.

Como consequ�ncia, o melhor desempenho do Produto Interno Bruno (PIB) chileno n�o se restringiu �s d�cadas de 1980-2000, quando ocorreram as principais reformas no pa�s, mas perdurou nos anos mais recentes.

A m�dia de crescimento do n�vel de atividade chileno nos �ltimos 10 anos foi de 3,1%, enquanto para o Brasil foi de 1,5% e a para Am�rica Latina, de 2%. Apesar da desacelera��o observada entre 2011 e 2017, a varia��o do PIB chileno esteve acima da m�dia de seus pares na regi�o.

Chicago


A agenda liberal de Guedes � sempre associada ao Chile, porque o ministro � contempor�neo do time de jovens liberais egressos da Universidade de Chicago, que reformou a economia chilena durante a ditadura de Augusto Pinochet. A associa��o com o grupo do Chile come�ou a ser feita t�o logo os primeiros nomes da equipe econ�mica de Bolsonaro foram definidos.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o movimento liberal chileno foi constru�do na base de uma ditadura. "A moderniza��o do Estado brasileiro est� sendo constru�da dentro de uma democracia. � muito diferente."

Maia pondera, no entanto, que os avan�os precisam estar atrelados � melhoria da qualidade de vida. "N�o � uma agenda em que a gente imp�e a um Parlamento fechado ou calado a nossa pauta que veio de Chicago", ressalta Maia, que nasceu no Chile, onde seu pai, C�sar Maia, foi exilado durante a ditadura militar no Brasil.

O presidente da C�mara prepara o lan�amento de uma pauta voltada � �rea social, com projetos que visam a mudan�as para a redu��o das desigualdades. "Precisamos ter a agenda que destrava a economia e na qual possamos ter a redu��o da pobreza", diz.

Durante as vota��es do Congresso, na semana passada, muitos senadores e deputados aproveitaram para atacar a agenda liberal do governo. "A equipe econ�mica mandou para c� uma proposta que acabava com o BPC, que tinha como exemplo o Chile. N�s fizemos um avan�o grande. O Chile n�o � exemplo para o Brasil", discursou Omar Aziz (PSD-AM).

Na tramita��o da reforma da Previd�ncia, a proposta do ministro de introdu��o do modelo de capitaliza��o (no qual cada um poupa para sua pr�pria aposentadoria), adotado pelos chilenos durante a ditadura, caiu justamente por causa da resist�ncia dos congressistas, por conta da compara��o com a situa��o atual dos aposentados mais humildes no Chile.

"N�s temos um laborat�rio de mais de 40 anos no Chile. � evidente que n�o precisamos repetir o que deu errado. O que devemos fazer? Trazer para c� o que � bom e n�o trazer o que � ruim", diz o secret�rio de Previd�ncia e Trabalho, Rog�rio Marinho. Ele acredita que, mais cedo ou mais tarde, a capitaliza��o voltar� ao debate.

 

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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