
A interven��o inesperada do BC hoje no c�mbio repete o movimento feito pela autoridade monet�ria no dia 27 de agosto, dia em que tamb�m houve rebalanceamento da carteira do MSCI. Naquele dia, o d�lar chegou a R$ 4,20 e ap�s a opera��o do BC, a moeda cedeu. Hoje, ao contr�rio, o d�lar mostrou for�a ao logo de todo dia e renovou m�ximas mesmo ap�s a primeira interven��o, pouco depois das 11 horas. Na segunda interven��o, �s 15h30, ap�s ser negociado a R$ 4,23, acelerou a alta para R$ 4,25. Pela tarde, foi o sil�ncio de Guedes sobre o c�mbio que causou desconforto no mercado.
O economista em Nova York para Am�rica Latina do grupo financeiro ING, Gustavo Rangel, avalia que a interven��o do Banco Central no mercado de c�mbio faz sentido para limitar a volatilidade e dar liquidez. Mas a d�vida � que se n�o � um movimento apenas pontual, pois � dia de rebalanceamento do MSCI, e o BC pode estar apenas facilitando a sa�da para o investidor que est� se ajustando � nova carteira.
Rangel ressalta ainda que as declara��es de Guedes, dadas ontem � noite em Washington, causaram "ru�dos", porque abrem espa�o para interpreta��es sobre a pol�tica de interven��o do BC no c�mbio, com o risco de irem al�m do que o ministro quis dizer, observa o economista. Rangel avalia que Guedes tem interpreta��o correta sobre os movimentos no c�mbio e os juros baixos no Brasil, assim como o ministro disse, s�o um dos principais fatores por tr�s do real mais enfraquecido. Guedes disse n�o haver "nenhum problema" com o d�lar alto no Brasil e que era a realidade de uma economia com juros mais baixos.
Para o s�cio da Mau� Capital e ex-diretor do BC, Luiz Fernando Figueiredo, a a��o do BC hoje no c�mbio coloca por terra a ideia de que o governo gostaria de um d�lar mais alto. Para ele, o discurso de ontem do ministro da Economia, assim como declara��es anteriores do presidente do BC, Roberto Campos Neto, deram a impress�o ao mercado de que o governo gostaria de ver a moeda norte-americana mais elevada. "A interven��o p�e por terra essa ideia."
O economista do ING, prev� o d�lar fechando o ano em R$ 4,20. No ano que vem, pode cair mais, terminando 2020 em R$ 3,80, mas isso vai depender de o Produto Interno Bruto (PIB) crescer mais. Para ele, um PIB mais robusto atrairia capital externo para o Brasil e o economista espera que isso ocorra no ano que vem, quando prev� avan�o de 2,6% para a economia.