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Estado de Minas ENTREVISTA/ PERCIVAL JATOB�, VICE-PRESIDENTE DE SOLU��ES E INOVA��O DA VISA BRASIL

Visa quer atrair startups e fintechs com ideias inovadoras

Para Percival Jatob�, vice-presidente de Solu��es e Inova��o da Visa Brasil, a inova��o nos meios de pagamentos no mundo � um caminho sem volta


postado em 03/02/2020 04:00 / atualizado em 03/02/2020 08:50

Percival Jatobá, vice-presidente de Soluções e Inovação da Visa Brasil(foto: Marcelo Soubhia/Visa/Divulgação)
Percival Jatob�, vice-presidente de Solu��es e Inova��o da Visa Brasil (foto: Marcelo Soubhia/Visa/Divulga��o)

S�o Paulo – Se n�o pode venc�-los, junte-se a eles. Este n�o � um lema expl�cito dos grandes bancos e de tradicionais empresas de pagamento, mas � exatamente o que, na pr�tica, essas institui��es t�m feito. No caso da Visa, maior companhia de meios de pagamento do mundo, foi criado um programa espec�fico para atrair startups e fintechs com ideias inovadoras. Segundo Percival Jatob�, vice-presidente de Solu��es e Inova��o da Visa do Brasil, se unir �s novas ideias � fundamental para sobreviver em um mercado em constante transforma��o. Para o executivo, respons�vel pela nova divis�o de neg�cios, a prospec��o de oportunidades junto �s startups, o desenvolvimento de solu��es para o consumidor, empresas e governos e a cria��o de estrat�gias digitais est�o entre as suas prioridades.

Curr�culo para isso ele tem. Jatob� liderou importantes projetos nos �ltimos anos, como a introdu��o do Samsung Pay, Google Pay e Apple Pay, a aceita��o por aproxima��o EMV no transporte p�blico no Metr�Rio e nos �nibus da cidade de S�o Paulo, a implementa��o de solu��es como o Visa Direct, que permite transfer�ncias instant�neas entre pessoas e com�rcios, al�m da expans�o do protocolo de tokeniza��o. O executivo tamb�m tem a miss�o de fomentar novas parcerias por meio do Programa de Acelera��o Visa, conectando empreendedores a grandes corpora��es. Confira a entrevista completa a seguir.


''Vivemos a era do empoderamento dos clientes e qualquer solu��o que facilite a experi�ncia do usu�rio, que resolva suas dores, tem tudo para dar certo''




Por que a Visa decidiu apostar em startups, ao lan�ar um programa de acelera��o?

Nos sentimos respons�veis em fomentar a nova face do empreendedorismo brasileiro. As empresas selecionadas em nosso Programa de Acelera��o recebem mentorias, al�m da oportunidade de ir ao Vale do Sil�cio analisar sua estrat�gia de neg�cio, fazer benchmark e validar se a solu��o criada por elas pode ser internacionalizada. Queremos trabalhar com startups que tenham solu��es disruptivas, que melhorem a experi�ncia dos clientes e usu�rios finais ou que gerem maior efici�ncia operacional.

Na pr�tica, qual � o benef�cio de trabalhar com startups?

Trabalhar com startups ajudou a moldar a nossa cultura inovadora. Todos os funcion�rios, de todos os cargos e �reas, trabalham como mentores das fintechs que participam do Programa, por entender que � preciso aprender com os empreendedores digitais a pensar r�pido, perder o medo do erro e buscar resultados exponenciais. Aprendemos tanto quanto eles.

Que tipo de startup voc�s buscam?

Nossos interesses est�o concentrados nas �reas de pagamentos, dados, mobilidade urbana, machine learning, intelig�ncia artificial, melhorias de processos em log�stica e blockchain. Buscamos empresas que possam ter um crescimento r�pido e consistente, que sejam escal�veis.

Por que s� fintechs e por que o n�mero de empresas selecionadas diminui a cada ano?

J� tentamos acelerar startups de outros segmentos, mas percebemos que, como Visa, acabamos ajudando mais as fintechs. Foi por isso tamb�m que diminu�mos o n�mero de empresas participantes do programa. Queremos ter sinergia para adicionar valor para estas startups, dar aten��o real a todas. Para esse ano, o programa vai selecionar em torno de cinco startups, que v�o passar por quatro diferentes fases ao longo de seis meses.


''N�o s� a Visa, mas todos no setor financeiro t�m sido desafiados pelas fintechs. Elas nos levam a evoluir, a agir cada vez mais r�pido''




Que fases s�o essas?

A primeira fase � a do diagn�stico, quando pensamos juntos no que pode ser melhorado. Depois, preparamos estas empresas para ir ao Vale do Sil�cio, onde elas passam duas semanas, podendo estender para tr�s. A fase tr�s � a do bootcamp, ou seja, em que � feita toda a revis�o de estrat�gia da empresa, o que foi aprendido, o que foi mudado ap�s Vale do Sil�cio. S� ent�o come�a a �ltima fase, a das mentorias com especialistas do mercado e executivos da Visa.

A prolifera��o das fintechs � um risco ao futuro da Visa ou uma oportunidade para crescer em novas frentes?

Pelo contr�rio, as fintechs nos desafiam, diariamente, a evoluir, a agir cada vez mais r�pido e a sermos assertivos para podermos acelerar nossos projetos. N�o s� a Visa, mas todos no setor financeiro t�m sido desafiados pelas fintechs. Vemos as fintechs como parceiras que nos ajudam a atender nichos espec�ficos e buscar solu��es que ofere�am conveni�ncia, efici�ncia e seguran�a para todos os nossos clientes. Gosto sempre de lembrar que a Visa provavelmente foi uma das primeiras fintechs h� mais de 60 anos.

A Visa j� fechou parceria com alguma das startups que participou das edi��es anteriores? Quais?

Sim, e ficamos muito felizes todas as vezes que percebemos potencial, de fato, em algum produto desenvolvido por estas empresas. Em quatro anos de programa, a Visa j� acelerou 66 startups. Dessas, 17 tiveram neg�cios fechados conosco ou com nossos parceiros.

Qual o diferencial do Programa da Visa para os outros existentes no mercado, como o da Endeavour ou do BTG Pactual?

Os programas s�o diferentes. Acredito que cada empresa tem seu pr�prio objetivo. O nosso � investir em todo o potencial das fintechs para nos ajudar a explorar a ind�stria de pagamentos digitais, incentivar a migra��o do pagamento em dinheiro em esp�cie para pagamentos digitais. Nosso programa busca fortalecer o ecossistema e desenvolver o empreendedorismo brasileiro, com aten��o �s startups com alto potencial. O maior investimento do Programa � realizado no empreendedor, no desenvolvimento de pessoas e do projeto. Fazemos o empreendedor rever toda a sua estrat�gia de neg�cios e o ajudamos a fechar parcerias dentro de no nosso ambiente.

Em 2016, a Visa abriu sua rede para desenvolvedores. Quais produtos ou aplica��es surgiram desde ent�o de n�o funcion�rios da empresa?

Esta foi uma decis�o global. Sempre discutimos internamente que solu��es e servi�os dever�amos oferecer para a sociedade. Quando nos abrimos para os desenvolvedores, percebemos que havia ali uma nova forma de trabalharmos a inova��o. Atualmente, desenvolvedores podem criar um produto para a Visa e isso nos deu mais velocidade. Antes, lev�vamos anos para colocarmos um novo produto no mercado. Atualmente, lan�amos em meses e isso porque aprendemos a desenvolver parcerias estrat�gicas que aceleram nossas solu��es. J� desenvolvemos e testamos 20 prot�tipos, entre os quais o embri�o do Ben Visa Vale, lan�ado pelo Santander, e que foi o primeiro cart�o com pagamento por aproxima��o voltado para o mercado de refei��es e alimenta��o. Tamb�m desenvolvemos com a FCA um marketplace dentro de um carro conectado � internet das coisas. Foi nesse contexto que percebemos a necessidade de estarmos mais conectados com as fintechs.


''Nos sentimos respons�veis em fomentar a nova face do empreendedorismo brasileiro. Trabalhar com startups ajudou a moldar a nossa cultura inovadora''




Qual � a sua avalia��o sobre o futuro dos grandes bancos e das grandes empresas de tecnologia de pagamentos, em um mercado que cada vez menos precisa de intermedia��o?

A inova��o � um caminho sem volta e queremos ser protagonistas nesse cen�rio. Estamos trabalhando em conjunto com as institui��es financeiras para definirmos o presente e o futuro dos pagamentos digitais, trazendo seguran�a e uma experi�ncia fluida para os clientes. Nos �ltimos anos, testemunhamos o que chamo de “desconstru��o do pl�stico”, ou seja, os dados ou credenciais (as informa��es que hoje est�o contidas no cart�o de pl�stico) passam tamb�m a estar inseridas em outros formatos, tais como celular, pulseira, rel�gio, aplicativos pr�prios e de terceiros, plataforma automotiva. Neste contexto, a tokeniza��o, que inclui uma camada de seguran�a �s transa��es digitais, ser� fundamental. � ela que possibilitar� a pr�xima revolu��o dos pagamentos, seja por meio de um carro, um celular ou pela geladeira. Essa tecnologia permite que emissores fa�am atualiza��es din�micas em credenciais que podem ter sido perdidas, roubadas ou expiradas.

Voc� poderia dar um exemplo pr�tico?

Vamos pensar numa pessoa que tenha a assinatura de algum servi�o recorrente como transporte ou streaming. Quando o cart�o expira ou � roubado, ela precisa atualizar todos os dados e todo o cadastro com as informa��es do novo cart�o. Com a tokeniza��o, isso n�o � mais preciso. Uma credencial de pagamento � gerada para cada estabelecimento comercial e o consumidor n�o precisaria mais atualizar os dados do pl�stico. � importante lembrar ainda que temos um grande mercado pela frente a conquistar. Dados da Associa��o Brasileira das Empresas de Cart�es de Cr�dito e Servi�os (Abecs) revelam que cerca de 70% dos pagamentos ainda s�o feitos com dinheiro em esp�cie, cheques ou boletos. A tecnologia j� avan�ou, falta mudar a cultura. H�, portanto, muito espa�o para crescermos.

Qual o est�gio de maturidade do mercado brasileiro em utiliza��o de novos meios de pagamento?

Estamos a alguns passos dos Estados Unidos, mas � frente de outros pa�ses na Am�rica Latina. Temos estudos de nossa consultoria, a Visa Consulting & Analytics, que nos mostram que h� diferentes tipos de maturidade conforme o PIB, a infraestrutura e outras vari�veis de cada cidade brasileira. Nas cidades com maior maturidade digital, a tecnologia n�o � mais um entrave para os novos meios de pagamento.

Como a Visa enxerga o setor de criptomoedas?

Temos parcerias com alguns protagonistas do mercado que usam nossa marca em seus cart�es, al�m de empresas que usam dos sistemas Visa para transa��es em criptomoedas. Uma delas � com a Alterbank, primeira conta digital Visa no Brasil a conectar a criptoeconomia com o sistema financeiro tradicional.

Como funciona?

Essa solu��o permite que os usu�rios efetuem diversas opera��es banc�rias, como compras, saques, pagamentos de boletos e a realiza��o de transfer�ncias. Al�m disso, em nosso Programa de Acelera��o tivemos startups de criptomoedas como a Foxbit e a Ripio.

O que podemos esperar do futuro dos meios de pagamentos?

Na minha avalia��o, vivemos a era do empoderamento dos clientes e qualquer solu��o que facilite a experi�ncia do usu�rio, que resolva suas dores e seja extremamente segura, tem tudo para dar certo. � o caso dos pagamentos por aproxima��o, que poupam o tempo das pessoas, e a aceita��o do d�bito on-line, seja no e-commerce quanto em aplicativos. Tudo o que puder melhorar a vida, como a transfer�ncia de dinheiro de pessoas para pessoas, via cart�o de cr�dito ou d�bito, por exemplo, encontrar� terreno f�rtil e ter� uma boa aceita��o pela sociedade.



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