
Algumas empresas, principalmente as localizadas pr�ximas � Marginal Tiet� e Marginal Pinheiros, nas zonas sul e oeste da capital, amanhecerem hoje debaixo de �gua. Enquanto tentam se organizar para manter ao menos parte de sua opera��o, os neg�cios contabilizam os preju�zos com a inunda��o e a falta de funcion�rios, que n�o conseguiram chegar ao trabalho.
O varejo da Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, da Capital, ABCD paulista, Guarulhos e Osasco deve deixar de faturar nesta segunda-feira R$ 110 milh�es por causa da situa��o, segundo proje��es da Federa��o do Com�rcio do Estado de S�o Paulo (Fecom�rcio-SP).
De acordo com o assessor econ�mico da Fecom�rcio-SP, Guilherme Dietze, essa cifra corresponde a 11% do receita de um dia das lojas instaladas nessas regi�es e 0,40% do faturamento mensal.
Nesse c�lculo, o economista considerou lojas que n�o foram abertas por falta de funcion�rios, outras que abriram, por�m com o quadro de pessoal incompleto e deve registrar movimento muito fraco.
Segundo Dietze, os segmentos mais afetados pelas chuvas s�o supermercados, farm�cias e de compras por impulso, como artigos de vestu�rio. J� itens de maior valor, como eletrodom�sticos, devem ter as compras adiadas.
Ag�ncia parada
O presidente da ag�ncia Young & Rubicam, David Laloum, disse nesta segunda que os trabalhos da sede principal da ag�ncia de publicidade est�o completamente parados. A empresa, que fica na Marginal Pinheiros, teve o subsolo e o estacionamento tomados pela �gua na madrugada desta segunda. "Tentei ir � ag�ncia, pois moro a 1,5 km de dist�ncia, mas n�o consegui chegar porque o n�vel da �gua n�o para de subir", disse ele.
A orienta��o da Y&R aos funcion�rios � que permane�am em casa. A ag�ncia vem monitorando a situa��o, mas a informa��o atual � que o n�vel da �gua continuou a subir ao longo da manh�. Como parte da rede de computadores da empresa esta no subsolo, Laloum disse que existe risco de preju�zo para as opera��es - a verdadeira extens�o do problema s� deve ficar clara nos pr�ximos dias, de acordo com o executivo. "J� tivemos um problema parecido, h� cerca de 15 anos. Realmente est� um caos."
A Y&R tem escrit�rios em S�o Caetano do Sul, no ABC - para atender a conta da Via Varejo - e na Faria Lima. Alguns funcion�rios conseguiram chegar a esses locais, mas a orienta��o geral para todos os funcion�rios da companhia nesta segunda � evitar deslocamentos.
'Perdi tudo'
O empres�rio Marcio Dar�, de 40 anos, perdeu tudo na enchente que atingiu a grande S�o Paulo. Ele tem uma companhia de desenvolve maquin�rios especiais e trabalha com rob�s nas cidade de Osasco, na Grande SP. "Estimo que meu preju�zo foi de mais de R$ 1 milh�o", conta.
A MCK Automa��o Industrial funciona em um condom�nio comercial que re�ne cerca de 30 galp�es. "Todas as empresas foram afetadas", conta Dar�.
Ele tem 130 funcion�rios e diz que vai passar o dia contabilizando os preju�zos. "Tenho seguro, mas n�o sei se o seguro vai cobrir esse tipo de epis�dio. H� pessoas que trabalham no condom�nio h� mais de 20 anos e contam que nunca viram uma enchente assim. Eu mesmo nunca vivi nada parecido", diz.
Dar� afirma que a preocupa��o � n�o s� com o dia de hoje, mas com os pr�ximos. "Tenho v�rias encomendas, m�quinas de clientes. N�o sei como vou entregar isso e nem como vai ser o futuro da companhia. Uma trag�dia dessas fez com que muitas pessoas fossem prejudicadas e muitas podem mesmo a vir ficar desempregadas", diz.
Fabio Lu�s Schaderle, dono do restaurante Jaguar, no bairro paulistano de Campos El�seos, decidiu n�o abrir as portas nesta segunda. Metade da equipe de funcion�rios n�o conseguiu chegar ao trabalho. Tamb�m n�o foram entregues os hortifrutis, que ele compra diariamente. Schaderle, que mora perto do restaurante, na regi�o central, teve de ir a p� at� o local, porque n�o conseguiu t�xi nem carro de aplicativo.
O empres�rio diz que n�o � poss�vel calcular o preju�zo por causa das chuvas. Segundo ele, as perdas n�o deve se restringir �s cerca de 60 refei��es di�rias que vai deixar de servir. "Estou preocupado com a perda do estoque tamb�m", explica.
Normalmente, ele tem produtos para um ou dois dias. No caso dos hortifrutis, que s�o abastecidos diariamente, o empres�rio est� apreensivo com o aumento de pre�os desses itens que deve ocorrer por causa das perdas e da oferta menor. "Vou ter de mudar o card�pio", prev�.